Em carta aberta aos lisboetas subscrita por Carlos Moedas e restantes membros da sua lista de candidatos à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, o actual presidente da Câmara de Lisboa pede aos eleitores que lhe deem a vitória.
“Queremos ganhar, somos aqueles que melhor podem servir os lisboetas, que sabemos melhor, que temos essa experiência”, afirma Carlos Moedas, que lidera a coligação PSD/CDS-PP/IL, recordando que “não é em apenas 4 anos que se recuperam os 14 anos perdidos da governação socialista”
O atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pede “plenas condições para governar” a autarquia nos próximos quatro anos, cumprindo uma série de compromissos assumidos numa carta aberta subscrita por todos os candidatos efetivos e suplentes à vereação da capital que integram a lista da coligação Por Ti, Lisboa.
“Muito foi feito em apenas quatro anos, em minoria e sem as condições plenas para governar. Imaginem o que poderemos fazer com plenas condições para governar”, lê-se no final da carta aberta, que tem o título “Um Compromisso por Ti, Lisboa”.
Num ataque direto à candidatura da ex-ministra socialista Alexandra Leitão (PS-Livre-Bloco de Esquerda-PAN), Moedas defende que “Lisboa e os lisboetas não merecem voltar para trás e comprometer tudo o que foi feito”.
Entre os compromissos assumidos pela equipa liderada por Carlos Moedas, que nas eleições autárquicas de 12 de outubro juntará elementos do PSD, CDS e Iniciativa Liberal, está o aumento da oferta de habitação pública em Lisboa, através do “maior e mais ambicioso projeto”, que implicará a construção de casas, equipamentos e espaços verdes em 250 hectares “bloqueados durante décadas”. Nomeadamente em zonas da capital como o Vale de Chelas e o Vale de Santo António.
Tal como tem sido realçado nas intervenções públicas de Moedas, outro compromisso da coligação tem a ver com o reforço da segurança na cidade. Defendendo que “a segurança não é uma perceção, e não há liberdade sem segurança”, assume-se na carta aberta o regresso dos guardas noturnos e a “capacitação” da Polícia Municipal.
Preservar identidade de Lisboa
Também não é esquecida a “preservação da identidade de Lisboa”, mediante a revitalização de bairros históricos como Alfama, Graça, Madragoa, Bairro Alto, a Bica ou a Mouraria. E pretende-se “devolver aos lisboetas” esses bairros, apostando-se na habitação acessível exclusivamente direcionada para os mais jovens, “para que consigam cumprir o sonho de morar no centro de Lisboa”.
De igual modo, a equipa de Moedas assume um “compromisso pela Lisboa do dia-a-dia”, consistindo na “necessária reforma estrutural da higiene urbana”. no “reforço de qualidade do espaço público” e na expansão dos espaços verdes.
“Apresentar soluções que resolvam os problemas diários de todos os que moram, trabalham e visitam a capital”, implica ainda, segundo o documento divulgado nesta sexta-feira pela coligação Por Ti, Lisboa, a desburocratização e aproximação dos serviços autárquicos aos munícipes ou a transformação da frota da Carris, com combustíveis mais limpos, tal como um maior número de linhas e a intensidade das carreiras.
Muito crítica é a avaliação que a equipa com Moedas espera gerir a autarquia, que deverá manter apenas um dos vereadores atualmente em funções (o centrista Diogo Moura), faz dos “14 anos perdidos da governação socialista”, numa alusão directa aos mandatos dos seus antecessores António Costa e Fernando Medina.
E, numa referência implícita às dificuldades que enfrentou desde 2021, por ter um executivo minoritário (a coligação Novos Tempos elegeu sete dos 17 membros da vereação, estando igualmente em minoria na Assembleia Municipal, presidida por Rosário Farmhouse, eleita pelo PS), menciona “bloqueios da oposição movidos por cálculos partidários ou por simples intransigência partidária”.
Apesar disso, a carta aberta realça a “transformação e melhoria” da cidade nos últimos quatro anos, que Carlos Moedas e a sua equipa consideram estar patente no facto de ser “uma das poucas capitais europeias com transportes públicos gratuitos para os mais idosos e mais jovens”, na introdução de um plano de saúde gratuito para maiores de 65 anos e na realização de mamografias gratuitas para mulheres com menos de 50 anos. Ou na instalação de 82 empresas tecnológicas e 16 unicórnios na cdidade, anunciando mais de 16 mil oporunidade de emprego.
Alexandra Leitão desafia Moedas
Por seu turno, Alexandra Leitão, a candidata do PS à presidência da Câmara de Lisboa, já tem um frente a frente marcado com Carlos Moedas, mas desafia o incumbente social-democrata para mais debates.
A socialista escreveu um post na rede social X, a remeter para um artigo que escreve esta sexta-feira no “Diário de Notícias”, a dizer que está disponível para todos os confrontos. “Já aceitei e aceitarei todos os convites para debater Lisboa frente a frente. Espero que Carlos Moedas faça o mesmo. Os lisboetas merecem ser esclarecidos”, escreveu a candidata socialista.
Mas o debate já começou, se confrontarmos o que Carlos Moedas escreve numa carta aberta aos lisboetas, a elencar os resultados da sua obra, publicada pelo jornal “Nascer do Sol”, com os argumentos de Leitão no “DN”.