A apresentação da Equipa Coligação As Pessoas, Sempre PS/Livre da candidatura da antiga ministra Ana Mendes Godinho à presidência da Câmara Municipal de Sintra, que contou com a presença de José Luís Carneiro e de João Soares, foi veiculada como um projecto em defesa da liberdade e da democracia, contra “retrocessos”.
Num concelho em que o Chega foi a força mais votada nas legislativas antecipadas de 18 de Maio e tem a deputada Rita Matias como candidata à Câmara Municipal, Ana Mendes Godinho afirmou que a sua candidatura é “contra a política do medo, do ódio e da divisão”, salientando que a candidatura não é contra ninguém, mas sim “pelo futuro de Sintra”.
Durante a sessão de apresentação da candidatura, que juntou, entre outros, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, João Rodrigues, do Livre, e Inês Figueiredo e Duarte Costa, do Volt, e o candidato à Assembleia Municipal, João Soares, comprometeu-se em “construir 10 mil casas a preços justos até 2030, promovendo construção modular rápida: 2.200 habitação pública aproveitando terrenos e imóveis da Câmara; 2.800 programa de apoio a Senhorios para realização de obras para serem colocadas com rendas acessíveis; 5.000 com projetos cooperativas e setor privado, com foco e via verde no licenciamento para habitação”.
A candidata socialista, que assumiu que irá concluir a legalização dos bairros que vivem na incerteza há décadas, em resposta a algumas questões relacionadas com a segurança das pessoas nas estações da CP, salientou que “as estações de comboio têm de ser lugares de encontro e segurança” e, por isso, vai “assegurar a presença, permanente, de polícia municipal em todas as estações”.
“Vamos transformar estes espaços em zonas seguras e limpas, porque vamos exigir sermos nós, Câmara Municipal, os responsáveis pela gestão destes espaços, porque sabemos que é no espaço público onde a democracia respira”, defendeu.
Em resposta ao Chega, a socialista garantiu também “a presença de polícia municipal em todas as freguesias” e a construção de novas “esquadras em Agualva-Cacém e Queluz e implementar a videoproteção nas estações e nas ruas principais”.
Sintra mais limpa e apoios a jovens e a idosos
Um outro tema abordado no discurso de Ana Mendes Godinho foi o da limpeza das ruas, lembrando que “quando o lixo se acumula, não é só um problema de imagem: é um problema de saúde pública, de autoestima coletiva”.
Para manter as ruas limpas todos os dias, a candidata promete duplicar o investimento anual de 6 para 12 milhões de euros, admitir mais trabalhadores e adquirir mais veículos e mais tecnologia.
“Vamos também lançar um forte programa de investimento de qualificação do espaço público dedicado aos Nossos Bairros para recuperação e reabilitação das nossas ruas, de requalificação de todas as nossas pracetas, dos nossos jardins e parques infantis, em articulação com as Juntas de freguesia”, referiu.
Mas como as famílias de Sintra precisam de apoio em todas as fases da vida, a candidata assumiu, também, o compromisso de criar “6 mil novas vagas em creches e mais pré-escolar em equipamentos construídos pela Câmara em construção modular, em imóveis e terrenos públicos que já identificámos em todas as freguesias e programas de atividades para as crianças fora dos períodos escolares”.
Para os mais velhos promete criar uma “rede de espaços de envelhecimento ativo no concelho, lançar com as freguesias e os bairros um programa de serviços de proximidade com apoio a compras e pequenos serviços e novas residências de habitação colaborativa”.
Por outro lado, para combater o risco do isolamento, vai disponibilizar às “pessoas mais velhas que queiram um botão de alarme ligado aos Bombeiros para acionamento em caso de necessidade”.
Mobilidade: uma dor de cabeça
Uma outra área que preocupa a candidata prende-se com a mobilidade. “Sem transportes públicos eficientes, as pessoas ficam presas ao trânsito, ao cansaço, à distância”, considera, adiantando que, por isso, a Linha de Sintra terá de funcionar como o metro, comboios a cada 10 minutos, e ligações BRT – autocarros rápidos diretos das estações da Portela de Sintra e da Tapada das Mercês ao Metro da Pontinha, passando a ser uma alternativa ao comboio.
“Vamos acabar com as portagens da A16 para residentes, trabalhadores e empresas, que pesam injustamente sobre quem aqui vive, trabalha e investe”, salientou, defendendo a necessidade de concretizar os “projetos planeados da circular poente ao Cacém e da variante Nacional 9 na Fervença”.
Por outro lado, Ana Mendes Godinho compromete-se em lançar um projeto piloto da rede de transporte escolar para “garantir segurança e confiança nas deslocações para a escola e visitas de estudo e apoiar os transportes das associações”.
Relativamente à saúde lembrou que um hospital, ou os centros de saúde, só cumprem as suas funções se tiverem médicos e enfermeiros, e, por isso, vai disponibilizar 200 casas para fixar profissionais de saúde.
Fruto das necessidades que se sentem hoje no terreno, vamos implementar um programa inovador de Médico ao domicílio para os mais velhos para evitar deslocações desnecessárias ao hospital ou ao centro de saúde.
Mas uma das grandes ambições da candidata é “posicionar Sintra como um dos grandes motores de crescimento do país, a liderar na área metropolitana, com capacidade de atrair mais empresas de valor acrescentado”, defendendo, para que isso seja concretizável, a criação de uma Agência para o Investimento em Sintra, e academias de formação em áreas estratégicas, o que é “decisivo para aumentar os rendimentos médios dos trabalhadores do concelho de Sintra e para garantir oportunidades aos jovens do concelho”.