Moedas reclama vitória para continuar projeto iniciado em 2021

Moedas fica a um vereador da maioria absoluta e reforça em 30 mil votos a votação de há quatro anos. Pede à oposição para o “deixar governar”, mas Alexandra Leitão, que chamou a si toda a responsabilidade da derrota, sublinha o “dever” de fiscalização. Navegação à vista em Lisboa, com Moedas a admitir falar “com todos”, incluindo o Chega.

Era uma e meia da madrugada quando Carlos Moedas entrou, sala adentro, ao som de “People have the Power” para reclamar a sua segunda vitória na capital. Falhou por pouco a maioria absoluta, mas confessou a felicidade por ter tido “mais 30 mil votos” e “mais um vereador” do que em 2021. Sobre a governação futura, pediu responsabilidade à oposição, que colocasse “Lisboa acima de qualquer interesse”, e deixou a promessa de falar com “todos à volta da mesa”. Chega incluído.

Carlos Moedas, no seu discurso de reeleição, fez grandes agradecimentos aos lisboetas, pelo resultado “extraordinário”. “Os lisboetas falaram. Falaram, votaram e decidiram. Decidiram continuar connosco mais quatro anos”, começou o autarca reeleito. “Tenho de agradecer, em primeiro lugar, aos lisboetas. A cada um, a cada encontro na rua. Obrigado, Lisboa. Obrigado, lisboetas”.

Moedas agradeceu aos eleitores, aos apoiantes e à equipa com quem trabalhou e ainda ao PSD, “ao meu partido”, ao CDS e ao Iniciativa Liberal. “Agora sim vamos conseguir, Lisboa está no caminho certo”, afirmou, a atirar a responsabilidade também para os opositores.

“Os lisboetas foram claros não querem instabilidade”, afirmou. “Essa estabilidade exige muito de nós, um esforço adicional de todos nós, de diálogo, de comprpmisso, de moderação. Nóss somos a candidatura dos moderados, dos tolerantes”.

Lisboa é dos lisboetas

“Lisboa mostrou mais uma vez que é dos lisboetas”. Este é “um projeto daqueles que amam Lisboa”. “Nós amamos Lisboa”. “Queremos uma Lisboa cada vez melhor para todos nós”, continuou.

Os resultados destas eleições “foram claros”, tendo o PSD conseguido mais 30 mil votos do que na última vez. “É absolutamente extraordinário”.

“Os lisboetas disseram com clareza que querem mais Moedas”, disse em tom de brincadeira, acrescentando que quer fazer tudo o que não conseguiu no primeiro mandato.

Lisboa está, segundo Moedas, “no caminho certo” e os eleitores querem “mais firmeza”, mais Habitação, mais segurança, mais inovação e cultura.

Para a oposição, Carlos Moedas diz que os lisboetas “não querem instabilidade”, “querem pluralidade”. “Nós somos a candidatura dos moderados”, afirmou, como ao longo da campanha, apelando à moderação e à responsabilidade da oposição. “Precisamos de todos à volta da mesa”.

O autarca apelou a que a oposição “coloque os interesses de Lisboa acima de tudo”, algo que afirmou não ter acontecido neste primeiro mandato. “Eu tive quatro anos muito difíceis. Estes quatro anos não serão tão difíceis, porque eu tenho mais 30 mil votos, tenho mais um vereador, isso dá-me uma confiança enorme”.

Considerando que, tal como há quatro anos, esta eleição mostrou que “Lisboa é e será sempre dos lisboetas”, o social-democrata adiantou que já falou com a sua principal adversária, Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), a quem desejou “o melhor” para a sua vida pessoal, profissional e política, porque “a democracia é assim”.

Não a coligação com o Chega

Em resposta aos jornalistas, o social-democrata disse que neste segundo mandato prevê “fazer muito mais”, com o reforço de sete para oito vereadores, mas considerou que se vivem “tempos mais difíceis”, com o “radicalismo” à direita e à esquerda, “em que o próprio Partido Socialista se uniu com os radicais da esquerda radical”.

Sobre possíveis acordos de governação, inclusive com o Chega, Carlos Moedas respondeu que “não há negociação com ninguém” e, por isso, tentará encontrar soluções à volta da mesa. “Não tenho nenhuma coligação com o Chega, nem nunca vou ter, nem nunca tive”, assegurou.

Manifestando-se “muito satisfeito e feliz” com a vitória, mesmo sem maioria absoluta, o candidato de PSD/CDS-PP/IL lembrou o que pediu aos eleitores. “Pedi aos lisboetas mais um voto, deram-me mais 30 mil”, salientou.

Quanto à ausência do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acompanhou os resultados a partir do Porto, o autarca revelou que falou com ele “três ou quatro vezes” durante a noite e assegurou que sente o “apoio total” do seu líder partidário.

“Foi das primeiras pessoas que pensou em mim para a Câmara de Lisboa”, disse.

Nestas eleições concorreram à presidência da Câmara de Lisboa Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).

“É um privilégio enorme”, agradeceu mais uma vez. “Enche-me o coração”. Carlos Moedas prometeu ainda trabalhar com mais “entusiasmo e energia” por Lisboa e pelos lisboetas.

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