Montenegro pede maioria absoluta a Moedas

Luís Montenegro pediu uma maioria absoluta para Carlos Moedas em Lisboa. O candidato dramatizou o discurso – disse que na capital a escolha é entre a moderação e o caos, acusando o PS de servir-se da cidade e não a servir a cidade.  Num comício realizado no Técnico Innovation Center, afirmou que Lisboa é “especial” e que Moedas é um “autarca de excelência”, essencial tanto para a capital como para o país.

O líder social-democrata juntou-se, esta quinta-feira, à campanha de Carlos Moedas, o candidato à Câmara de Lisboa apoiado por PSD/CDS-PP/IL, num comício no penúltimo dia de campanha eleitoral, que decorreu no Técnico Innovation Center, salientando que “Lisboa não pode desperdiçar a oportunidade de inspirar Portugal, Lisboa precisa de ti, estes três partidos precisam de ti, Portugal precisa de ti na Câmara Municipal de Lisboa”.

No comício na capital, Montenegro disse que, “sem desprimor” para nenhum território, “Lisboa é de facto diferente, é especial”, o local de onde se enviam sinais a Portugal e ao mundo.

“Uma Lisboa de excelência é bom para o país, é bom para a Europa, é bom para o mundo. E é por isso que nós, no PSD, com o apoio do CDS, da Iniciativa Liberal, trazemos para a opção dos lisboetas a excelência, um autarca de excelência, um político, um cidadão de excelência, alguém que tem um conhecimento excecional do país, da Europa, da realidade internacional”, defendeu.

Por seu turno, Carlos Moedas, diz que não esqueçe aquela noite de há 4 anos em que os lisboetas disseram não ao Partido Socialista, acusou o PS de bloquear a construção de ”600 casas de renda acessível em Benfica e no Parque da Nações e de1200 camas, porque seriam construídos por privados.”

Moedas lembra trabalho feito

O autarca referiu algumas das medidas que tomou ao longo do seu mandato, lembrando que ”hoje os mais idosos lisboetas têm um Plano de Saúde que lhes assegura o acesso a um médico. Têm clínicas de proximidade nos bairros. Têm transportes públicos gratuitos”.

Segundo Carlos Moedas, as mulheres lisboetas, com menos de 50 anos, têm acesso a mamografias gratuitas, foram criados 16000 empregos na inovação e na tecnologia para os jovens, os Lisboetas pagam menos 5% de IRS.

Do ponto de vista de Moedas, não se pode comprometer hoje todo o trabalho feito nos últimos 4 anos e, por isso, apelou ao voto na coligação que dirige.

”No próximo domingo decidirá se queremos moderação ou radicalismo em Lisboa” afirmou Moedas, prometendo ainda trazer de volta para a cidade os guardas-noturnos e ”tolerância zero para a imigração ilegal e para quem lucra com essa imigração ilegal.”

O autarca prometeu também uma grande reforma na recolha do lixo, que voltará a estar mais centralizada na Câmara.

Maioria absoluta

Mas foi preciso esperar até ao fim do discurso de Luís Montenegro para a grande novidade do comício de encerramento da campanha de Carlos Moedas: a verbalização da expressão “maioria absoluta”, até agora ausente da campanha lisboeta. O líder do PSD confia que será esse o resultado no domingo, dia das eleições que Carlos Moedas considera representarem uma “escolha de uma vida, de uma geração” entre “a moderação e o caos”.

O presidente do PSD disse acreditar que os lisboetas vão dar uma maioria absoluta a Carlos Moedas no próximo domingo, dizendo que não só a capital como também Portugal precisa deste “autarca de excelência”.

“Eu não tenho dúvidas, os lisboetas serão os primeiros no próximo domingo a mostrar que este caminho é para continuar, que o Carlos Moedas vai continuar a ser presidente da Câmara, agora com uma maioria absoluta para poder cumprir todos os pontos do seu programa”, afirmou Luís Montenegro.

O também primeiro-ministro desafiou os lisboetas a questionarem-se, nesta reta final da campanha, “onde é que estão soluções em que a parceria entre a Câmara Municipal e o Governo possam produzir melhores resultados”, dando como exemplos áreas como a habitação, segurança ou imigração, onde considerou Moedas um visionário.

“O Carlos Moedas foi talvez dos políticos portugueses que mais cedo identificou a questão e apontou um caminho. E disse – quando ainda estávamos a nível nacional na oposição – ao Governo da altura: não podemos ter esta via completamente escancarada para vir para Portugal quem quer, quando quer, sem nenhum tipo de controlo”, salientou.

Montenegro defendeu, depois, que é o atual executivo PSD/CDS-PP que está a executar “esta política que Lisboa e o presidente da Câmara reclamaram”.

“Mesmo contra a vontade daqueles que na extrema-esquerda e na extrema-direita inviabilizaram mais cedo que nós pudéssemos ter regras mais firmes para poder servir a nossa comunidade. Cá está um bom exemplo de experiência que a Câmara de Lisboa acabou por espalhar por todo o país”, afirmou.

Em Lisboa, voltou a sublinhar a importância das recentes medidas do Governo, como benefícios fiscais para rendas até 2.300 euros, como forma de moderar o preço da habitação em Portugal.

“Os lisboetas, melhor do que ninguém, sabem que só uma intervenção no mercado que garanta a moderação dos preços, também em Lisboa, pode ter o efeito que nós desejamos. Porque quem não tiver a coragem de executar este plano com esta amplitude, depois continuará a queixar-se de que os prédios em Lisboa estão devolutos”, disse.

Figuras do PSD, CDS-PP e IL no comício

No comício, marcaram presenças figuras do PSD como Manuela Ferreira Leite, Assunção Esteves, Leonor Beleza ou Carlos Carreiras, do CDS-PP como Assunção Cristas e Ribeiro e Castro, e da IL como Carlos Guimarães Pinto, bem como os ministros Fernando Alexandre e Graça Carvalho e a antiga ministra do Governo PS, Elvira Fortunato.

De Lisboa, a primeira ação do dia de campanha do líder do PSD — no dia em que o Governo entrou a proposta de Orçamento do Estado para 2026 -, Luís Montenegro segue para Sintra, para outro comício ao lado o candidato, Marco Almeida.

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