Socialismo ou liberdade, aponta Carlos Moedas

Carlos Moedas, acusou, esta terça-feira, a coligação “Viver Lisboa”, PS/Livre/BE/PAN, de querer “mais impostos, mais lixo, menos casas, mais ocupas, menos saúde”. Para Moedas, a escolha “é entre crescimento ou retrocesso”.

O candidato de PSD/CDS-PP/IL à presidência da Câmara de Lisboa entrou em palco de braço dado com a autarca de Madrid, a ex-jornalista Isabel Ayuso, eleita pelo Partido Popular (de direita) e que é conhecida no país vizinho como uma implacável inimiga do primeiro-ministro socialista Pedro Sanchéz e que tem assumido uma posição claramente neoliberal.

Moedas discursou no comício de arranque oficial da campanha para as eleições autárquicas no Centro de Congressos de Lisboa, num auditório com centenas de apoiantes, mas longe de estar totalmente ocupado.

Carlos Moedas entrou no auditório acompanhado da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Ayuso, tendo ambos sido recebidos com aplausos e bandeiras alusivas à candidatura “Por ti, Lisboa”, enquanto se ouvia a música “People Have the Power”, um tema panfletário da cantora noviorquina Patti Smith, uma das fundadoras do movimento punk e assumidamente de esquerda.

“Socialismo ou liberdade” defende autarca espanhola

Coube à presidente da Comunidade de Madrid, que se apresentou com “ganas” (palavra espanhola que significa vontade) e disse que há duas coisas que a unem a Carlos Moedas: “a defesa da liberdade e as coisas bem-feitas”. Além disso, realçou o desejo de inovar e o amor pela excelência, reforçando que “se pode governar com princípios, com eficácia e com rigor”.

Isabel Ayuso, defensora de uma união ibérica, lembrou o acidente com o elevador da Glória, referindo que Madrid sente a dor de Lisboa, e destacou o trabalho em conjunto com a capital portuguesa, com “muitos acordos” em áreas como a energia, cultura, meio ambiente e economia.

A autarca de Madrid criticou os “populismos” e os políticos de esquerda que “gostam de ter tudo controlado”. E foi clara em assumir de que lado estava nesta batalha pela presidência da Câmara de Lisboa: “Há que eleger ou socialismo ou liberdade”. “Com Carlos Moedas, Lisboa continuará brilhando e com Lisboa e Madrid unidas não haverá desafio que não possamos superar juntas.”

Elogios em castelhano

Em castelhano, Carlos Moedas agradeceu a Isabel Ayuso a sua presença nesta ação de campanha, elogiando o trabalho da autarca espanhola, que Moedas considerou ser “a melhor”, e que “é um exemplo” que o acompanha “desde o primeiro dia”.

“Desde que fiz de Lisboa a missão da minha vida, o teu valor, a tua coragem e a tua audácia são uma inspiração para mim”, disse Moedas, dirigindo-se à presidente da comunidade de Madrid.

Carlos Moedas pediu a Isabel Ayuso o “empréstimo” do lema da autarca espanhola: “socialismo ou liberdade”, assumindo que tanto os madrilenos com os lisboetas “têm ganas de liberdade”.

Carlos Moedas sublinhou que nas eleições autárquicas de 12 de outubro a escolha é entre “um socialismo que se aliou a uma extrema-esquerda radical”, referindo-se ao BE, ou “quem tem provas dadas, quem fez, quem sabe fazer” e com “uma vontade enorme, imparável de mudar a vida das pessoas”.

O social-democrata criticou a governação do PS durante 14 anos, entre 2007 e 2021, considerando que os socialistas são “os donos daquilo que não foi feito”, e fez referência a um recente artigo jornalístico sobre ter assumido responsabilidade pela execução de 112 obras na cidade lançadas por executivos anteriores.

“Acusam-nos de fazer, porque continuam a pensar que são os donos disto tudo. Para eles as contam são simples: o que não fizeram conta como feito porque deixaram um papel. O que não fizeram de todo conta como meio feito porque iam deixar um papel “, criticou, afirmando que tem “muito orgulho” nos projetos concretizados, porque “esta obra é dos lisboetas”, e sublinhando que investiu “mais 456 milhões de euros” do que no mandato anterior.

Alexandra Leitão “é aliada de ocupas?”

Referindo-se à candidatura PS/Livre/BE/PAN, encabeçada pela socialista Alexandra Leitão, Moedas democrata alega que o programa “deste bloco de esquerdas é muito simples: mais impostos, mais lixo, menos casas, mais ocupas, menos saúde”.

“A candidata do PS aliou-se a um partido que defende ocupações ilegais de casas. Onde é que fica a lei? O PS agora alia-se a partidos que não respeitam a lei?”, interrogou, acusando os socialistas de serem responsáveis pelos problemas no lixo, na habitação e na segurança.

Para Moedas, os problemas como a higiene urbana foram “criados por uma descentralização mal feita”, mas defende que as medidas da sua coligação “vão resolver o problema e teremos uma cidade mais limpa, centralizando mais na Câmara e recolha 6 dias por semana em todas as freguesias. Os socialistas bloquistas querem ainda mais descentralização. Logo, mais lixo”.

Segundo a visão de Moedas, Lisboa está perante “outro desafio”, que “é a segurança”. “Continuamos a defender que um Polícia Municipal pode prender um criminoso e levá-lo à esquadra. Não faz sentido que não seja. Nós propomos: mais 500 PSP, mais 100 PM, mais videoprotecção, mais policiamento comunitário e guardas noturnos”.

“No dia 12 de outubro não podemos falhar aos lisboetas. Os lisboetas querem moderação ou querem radicalismo, querem crescimento ou querem retrocesso. Eu confio nas ganas dos lisboetas”, concluiu.

Concorrem à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).

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