Lisboa está pronta para ser a Capital Verde Europeia em 2020 e tem em agenda um conjunto de eventos, atividades, exposições e conferências ao longo do ano, com o objetivo de pôr em prática iniciativas relacionadas com a preservação do ambiente. A programação do Lisboa Capital Verde 2020, assim como o «compromisso de Lisboa para o Ambiente, Clima e Energia, foram apresentados sexta-feira, dia 29 novembro em Monsanto, no Lisbon Secret Spot, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e pelo vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, José Sá Fernandes, que anunciaram um vasto conjunto de eventos, atividades, exposições e conferências ao longo do ano, com o objetivo de pôr em prática iniciativas relacionadas com a preservação do ambiente.
«Escolher evoluir» é o slogan escolhido pelo município ara demonstrar a «determinação e a visão politica na procura de soluções que ajudem a combater o aquecimento global». Para Fernando Medina, «Lisboa será uma grande embaixadora da Capital Verde Europeia e uma grande inspiração para as outras cidades».
A programação, feita por José Sá Fernandes é extensa e transversal a diversas áreas da vida da cidade. Conta com exposições, abertura de mais espaços verdes, conferências, iniciativas culturais, convites à participação, sensibilização da população ou a edição de um Orçamento Participativo verde com destaque para a implementação de medidas e abertura de equipamentos que vão marcar o futuro de Lisboa.
Mas, segundo o vereador, os objetivos de Lisboa Capital Verde não se esgotam nas iniciativas programada para o próximo ano, projetam-se no futuro.
Lisboa Capital Verde pretende, adianta Sá Fernandes, constituir-se num «amplo movimento coletivo de ações concretas para a sustentabilidade ambiental e para fazer de Lisboa uma das vozes mais fortes na resposta ao maior e mais urgente desafio da humanidade: o combate às alterações climáticas e, consequentemente, ao aquecimento global».
Por seu turno, o presidente da Câmara, Fernando Medina, refletiu sobre a importância do papel dos cidadãos na luta contra as alterações climáticas e vincou que estas não são um problema para o planeta Terra, mas sim para o ser humano. «Estamos a falar da nossa vida», disse, «a qualidade de vida é uma questão de sobrevivência e as alterações climáticas não constituem um problema a resolver no futuro, mas sim hoje».
«O problema é agora», afirmou o Presidente da Câmara de Lisboa, salientando: «vemos todos os dias sinais de alterações climáticas. Não é ficção», rematando que «a janela de tempo que temos para mudar o rumo das alterações climáticas é cada vez mais pequena. Devemos agir agora».
O autarca pretende assim que a Capital Europeia Verde 2020 se transforme num «processo que mobilize todas as energias para a produção de medidas concretas. E queremos que Lisboa seja uma das vozes mais poderosas neste desafio.» Contudo, lembrou que «não é em Lisboa que se ganha ou perde a batalha das alterações climáticas. O combate ao aquecimento global tem de ser de todos os países e de todos os cidadãos».
A atribuição deste galardão, reconhece, está a servir «de alavanca de políticas de desenvolvimento sustentável», salientando que, hoje, «Lisboa já se afirmou como capital global e, por isso, não se pode desresponsabilizar desta causa.»
A utilização sustentável da água, a promoção de um maior uso de energia renovável e a mobilidade são algumas das medidas que estão a ser tomadas na capital portuguesa que permitem a Fernando Medina afirmar que «Lisboa vai ser Capital Verde Europeia à altura dos desafios com que somos confrontados», defendendo que a Capital Verde Europeia deverá ser um «exercício de mobilização coletiva contra as alterações climáticas»
Conhecer Portugal de lés-a-lés
Para potenciar iniciativas próprias para integrar a programação, bem como a participação nos eventos já previstos, a autarquia contatou com «todas as escolas, universidades, freguesias e grupos comunitários da cidade de Lisboa», revelou o vereador Sá Fernandes.
Além disso, conforme também referiu Sá Fernandes, a Câmara Municipal de Lisboa contactou empresas, outros municípios, nomeadamente a rede de municípios com estratégias de adaptação local às alterações climáticas e os municípios que integram parques e reservas naturais, centros de investigação do país, capitais de países de expressão portuguesa e todas as embaixadas em Portugal, no sentido de participarem na Capital Verde Europeia 2020.
Os visitantes de Lisboa Capital Verde Europeia em 2020 serão convidados a conhecer todo o país numa exposição sobre parques naturais, reservas e paisagens. A exposição será concebida como uma «experiência imersiva, diversificada e inovadora», preparada para ocupar durante pelo menos dez anos o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, de acordo um protocolo assinado entre o Fundo Ambiental, a Câmara Municipal de Lisboa e a Universidade de Lisboa.
«Quem entrar nesta exposição vai apetecer-lhe visitar estes sítios”, explica o vereador do Ambiente e Estrutura Verde, adiantando que vai haver envolvimento da comunidade escolar, de forma a que todas os estabelecimentos de ensino visitem a exposição. Será também criado um prémio municipal para as escolas, uma viagem de turma a um parque natural ou área protegida.
Por outro lado, após ter anunciado que «a Loja da Capital Verde vai ficar situada no Terreiro do Paço», Sá Fernandes referiu que, desde 2008, a «evolução da estrutura verde de Lisboa foi enorme», tendo sido criados mais 347 hectares de espaços verdes. Cumprindo um «sonho» do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, Lisboa vai ficar «unida por uma grande mancha verde», adiantou Sá Fernandes, lembrando ainda a «mata de Monsanto é uma das poucas certificadas a nível europeu».
Sá Fernandes referiu, entretanto, que o Orçamento Participativo, que arrancou em novembro, duplicou para cinco milhões de euros as verbas destinadas a projetos relacionados com a agenda verde da cidade e receberão um selo verde ambiental.
Recorde-se que a cidade de Lisboa venceu o prémio de Capital Europeia Verde de 2020 em junho do ano passado numa cerimónia que decorreu em Nijmegen, na Holanda. Segundo a Comissão Europeia, este prémio é atribuído anualmente com o objetivo de reconhecer os esforços das cidades com um plano para se tornarem amigas do ambiente e que envolvam a sua população na sustentabilidade ambiental, social e económica.