Com um atraso de 9 anos, vai ser finalmente inaugurado o átrio norte da estação de metro do Areeiro. As obras de remodelação e ampliação no Areeiro, na linha verde, começaram em 2008 e deveriam ter terminado em 2011.
Ainda não é oficial, mas os moradores, comerciantes e taxistas da Praça do Areeiro, em Lisboa, esperam, a qualquer momento, a inauguração do átrio norte da estação do Areeiro e o desmantelamento do estaleiro. O Metropolitano de Lisboa, contactada por Olhares de Lisboa, confirma que a inauguração «está para breve», mas ainda não consegue dar «uma data segura» para a abertura do átrio norte, prevendo-se que esse acto possa ocorrer ainda em setembro.
As obras de ampliação da estação do metro no Areeiro, Lisboa, deviam ter acabado em 2011, mas duram há 12 anos, prevendo-se que a sua reabertura possa ocorrer ainda este mês, ou no início do próximo, «acalmando assim os nervos» de moradores, comerciantes e taxistas que se dizem «muito prejudicados» com a situação.
As obras de remodelação e ampliação no Areeiro (Linha Verde) começaram em 2008 e, segundo os comerciantes, deviam ter terminado em 2011. Contudo, só a primeira fase da obra, no átrio sul, demorou cinco anos e apenas em novembro de 2013 se deu início à segunda fase (átrio norte) da expansão daquela linha do metro.
Os comerciantes, apesar reconhecerem que «o pior já passou», perguntam-se quem «os vai indemnizar pelos danos causados», lembrando que perderam clientes, porque o estaleiro «tapou» lojas e «obrigou» à mudança da praça de táxis.
Independentemente de reconheceram que «as obras são um benefício para a cidade», não perdoam ao Metropolitano de Lisboa o tempo que demoraram, desde 2011 que o átrio norte deveria estar aberto ao público.
Com os estaleiros a meia dúzia de passos da porta, o sócio-gerente do restaurante Ansião admite que o negócio tem sido prejudicado, principalmente aos almoços.
Os estaleiros impedem ainda o sócio-gerente da Ansião de «ter estado impossibilitado de ter uma esplanada, até há poucos dias» porque «senão as pessoas não passavam» na rua, mas, mesmo assim, estes comerciantes não têm dúvidas: «sem as obras e com as pessoas a saírem aqui no metro, o negócio vai melhorar, apesar das restrições impostas pelo Covid 19».
Já o proprietário da «Geo 2000 Pedras Naturais», Manuel Adónis, lamenta que as obras tenham demorado tanto tempo, o que prejudicou muito o negócio», e que, nem o Metropolitano de Lisboa ou a Câmara, informassem os comerciantes e os moradores sobre o que se estava a passar.
Obras de Santa Engrácia
Os taxistas também se consideram vítimas destas obras que classificam de «obras de Santa Engrácia» pelo tempo que demoraram. Mário Leite, taxista há cerca de 30 anos, não gostou da mudança da praça de táxis para o outro lado da Praça do Areeiro. «Prejudicou-nos imenso. Estávamos perto da estação dos comboios e autocarros e tínhamos o metro à porta e um café aberto até às 22:30. Aqui não há nada», lamenta.
A mesma opinião é partilhada por Francisco Gonçalves, para quem as obras só «pioraram a vida de taxistas e comerciantes, que têm menos clientes».
No entanto, a poucos metros da Praça do Areeiro, já na Av. João XXI, Nuno Lima, da Casa dos Pastéis de Nata, não foi afetado por estas obras. «Há o incomodo das poeiras, mas isso é normal em empreitadas deste tipo. Neste momento, o grande problema que temos é com as restrições impostas por causa do Covid 19. Mas isso é um problema comum a todo o sector do comércio», salienta Nuno Lima.
Solidário com os colegas que «estão a sofrer na pele» com as obras do metro, Nuno Lima deplora a «falta de informação disponibilizada pelo Metropolitano de Lisboa. Ninguém diz nada. Mas isso também sucede em relação às medidas de apoio que, eventualmente, nos poderiam conceder por causa do covid19»
Assegurado acesso a pessoas com mobilidade reduzida
O Metropolitano de Lisboa prevê que as obras de ampliação e reformulação da estação de Areeiro terminem este mês de agosto. Estas obras, que começaram há cerca de nove anos, estão incluídas no Plano de Desenvolvimento da Rede do Metro, estando orçamentadas em 2,8 milhões de euros e com conclusão calculada para o segundo trimestre de 2020. Depois de concluída a obra, vão ser instalados três novos elevadores para assegurar o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, algo que não acontece atualmente.
Segundo o Metropolitano de Lisboa, «estas obras contemplam, ainda, a modernização de equipamentos, sistemas e instalações, adequando-os aos padrões de mobilidade atuais, bem como a beneficiação dos painéis de azulejo de Maria Keil e a continuidade da intervenção artística de Júlia Ventura e a realização de outras intervenções estéticas e decorativas que contribuirão para o embelezamento da estação», acrescenta.
A última obra naquela estação foi realizada em 2013, tendo reaberto ao público com um átrio sul renovado e um cais de embarque alargado à oferta de composições de seis carruagens.
«Com a conclusão desta empreitada serão, também, reabertos ao público os acessos norte, via Av. Padre Manuel da Nóbrega, que se encontram encerrados há anos», acrescenta o Metropolitano de Lisboa.