CARLOS MOEDAS PREOCUPADO COM INSEGURANÇA EM LISBOA

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defende que o bem-estar dos cidadãos é uma das suas principais pretensões, pretendendo reativar o Conselho Municipal de Segurança. Carlos Moedas está preocupado com os recentes casos de violência registado na capital. O último foi o ataque a um jovem de 19 anos na estação de metro das Laranjeiras, onde foi violentamente agredido com uma arma branca, provocando lesões graves que acabaram por resultar na sua morte.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, manifestou hoje, após ter visitado as instalações da Polícia Municipal, na Praça de Espanha, e o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, onde se encontrou com o superintendente Paulo Pereira, preocupado com as «situações visíveis de insegurança» na cidade, inclusive os esfaqueamentos ocorridos recentemente, e defendeu a reativação do Conselho Municipal de Segurança.

«O meu projeto para Lisboa é um projeto de uma Lisboa segura», afirmou o novo presidente da Câmara de Lisboa, sublinhando que «a segurança que é um dos principais ativos de Lisboa», salientando que as reuniões com as duas forças policiais «serviram para transmitir a intenção de reativar o Conselho Municipal de Segurança, em que a Polícia Municipal se senta com a PSP e com o presidente da câmara e com o vereador do pelouro, para falar sobre as situações na cidade».

«Aquilo que temos visto é que nos últimos tempos tem havido situações visíveis de insegurança e que isso preocupa as pessoas, preocupa os lisboetas. Lisboa tem essa marca de segurança e para quem vem de fora é tão importante. Ver que estamos a viver estas situações preocupa-me, portanto vim transmitir também como presidente da câmara essa preocupação, a preocupação de que é importante ver, efetivamente, mais polícia na rua, que as pessoas sintam essa segurança, que tenhamos programas de polícia comunitária, programas de proximidade», declarou Carlos Moedas, que se encontrava acompanhado pelo vereador social-democrata Ângelo Pereira.

O presidente da Câmara de Lisboa recusou afirmar que a sua presença seria um sinal de que irá assumir o pelouro da Segurança, referindo que o despacho da distribuição de pelouros deverá ser conhecido «esta tarde ou amanhã” (quarta-feira)», mas sublinhando que «a responsabilidade total» é do líder do executivo. «Os vereadores estão aqui para ajudar a que essa delegação de poderes no presidente seja feita e que esses projetos avancem», disse.

Carlos Moedas quer estar «muito próximo» de todas as decisões, pelo que o Conselho Municipal de Segurança servirá para ouvir as forças policiais e tomar medidas que vão além desta matéria: «A segurança não é só a polícia, a segurança é termos também os espaços que estão bem cuidados».

Necessários mais efetivos

Sobre a falta de recursos das polícias, Carlos Moedas adiantou que «no caso da Polícia Municipal há verdadeira falta de recursos», devido à redução de pessoal nos últimos anos, uma vez que «há dois ou três anos tinha à volta quase 600 efetivos e neste momento tem 488».

«Precisamos de ter mais efetivos, portanto é um pedido que eu faço também ao Governo central, sobretudo agora que estamos nestas discussões sobre o Orçamento, bem conhecidas, da necessidade desses efetivos ao nível das polícias para que as pessoas sintam essa segurança», solicitou, lembrando que os recursos da Polícia Municipal vêm da PSP.

Sobre a criminalidade no Cais do Sodré, assunto que foi abordado na reunião com o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Paulo Pereira, o social-democrata adiantou que a resposta tem a ver com a videovigilância, «um processo que está a avançar e que é importantíssimo para a PSP e para a Polícia Municipal», assumindo que já existem «216 câmaras dessa videoproteção que vão ser instaladas, é uma responsabilidade da câmara municipal».

O presidente classificou como «trágico o caso de um jovem mortalmente esfaqueado no metro das Laranjeiras», ressalvando «que tem havido outras situações que, em conjunto, acarretam um sentimento de insegurança dos cidadãos».

Segundo Carlos Moedas, «as pessoas hoje sentem que essa violência aumentou, na maneira como estão a ser a estes atos de violência praticados, e isso como presidente da câmara preocupa-me imenso, preocupa-me pelo futuro e preocupa-me pela cidade», comprometendo-se a trabalhar em conjunto com as forças policiais, inclusive para garantir que têm os efetivos necessários.

Por outro lado, o autarca realçou necessidade de preparar a cidade para este período pós-pandemia, para que «se mantenha o sentimento de segurança, um dos ativos principais da cidade», destacando a realização de eventos como a Web Summit e as Jornadas Mundiais da Juventude, que atraem muitos estrangeiros.

No concernente à segurança rodoviária, o edil apontou a importância da mobilidade suave, inclusive o uso da bicicleta, assumindo ser preciso «analisar a segurança das ciclovias», assim como a descarbonização, através do incentivo à utilização dos transportes públicos, com a prioridade de os tornar gratuitos para os mais novos e os mais velhos.

Já os radares de velocidade, na perspetiva de Carlos Moedas, devem servir mais para prevenir os condutores: «Não é uma questão de estar a multar as pessoas, é até avisar que há um radar para as pessoas reduzirem de velocidade».

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