Hoje de manhã, foi lançada a primeira a primeira pedra do novo Centro Interpretativo do Espaço Rural, que irá nascer a partir do Casal Saloio, com a intenção de conservar e revitalizar este espaço, na Estrada Principal do Outeiro, em S. Domingos de Rana.
Na estrada Principal do Outeiro, em S. Domingos de Rana, Cascais, vai nascer um Centro Interpretativo do Espaço Rural, que tem como principal objetivo preservar as memórias do Casal Saloio (edificado histórico), enquanto expressão da ruralidade e estudar a importância destas construções para a comunidade.
O novo Centro Interpretativo do Espaço Rural, que irá nascer a partir do Casal Saloio – em que a primeira construção data do séc. XVII/XVIII, com as restantes da segunda metade do séc. XIX e séc. XX – pretende conservar e revitalizar este espaço, em Outeiro de Polima, S. Domingos de Rana. A cerimónia de colocação da primeira pedra deste novo centro realizou-se esta manha, 18 novembro, na Estrada Principal do Outeiro, S. Domingos de Rana.
Este é um espaço onde a memória da antiga ruralidade ainda subsiste e enquadrado num território que, para além da Villa romana de Freiria, detém um elevado número de sítios históricos e arqueológicos que demonstram a presença humana neste espaço desde o Paleolítico.
Na perspetiva da autarquia, «este será, sem dúvida, um local estratégico onde o visitante poderá ser redirecionado para continuar a visita a um conjunto de outros espaços vizinhos e próximos, como é exemplo a Villa romana de Freiria, cuja proximidade dista menos de 450m, ao Espaço Museológico Ilídio Carapeto, um autóctone, com as suas mais de 300 miniaturas de embarcações do mundo, ou mesmo a passagem pelas antigas ruínas do Casal de Freiria».
Musealização do Casal Saloio
Segundo um comunicado da autarquia, «tendo como objetivo a reabilitação e valorização do casal saloio de Outeiro de Polima, S. Domingos de Rana, a Câmara propõe-se a apresentar um anteprojeto para a musealização deste espaço, dando, assim, uma função mais digna, repondo-se a importância e centralidade que outrora já ocupou na malha urbana da região».
Na zona central da povoação de Outeiro de Polima, S. Domingos de Rana, encontra-se uma casa rural, ou casal, que mantém a sua estrutura edificada e a divisão de espaços internos e de logradouro perfeitamente definidos, em elevado estado de degradação e com necessidade de uma intervenção urgente. Após as obras, o imóvel albergará o Centro de Interpretação, que se pretende que seja um exemplar que tipifica a uma arquitetura vernacular (caracterizada pelo uso de materiais e conhecimentos locais, geralmente sem a supervisão de arquitetos profissionais).
O atual edifício é composto por dois pisos e arribanas anexas, apresentando a tradicional ocupação do piso superior como habitação, com acesso por escadas de pedra calcária na fachada principal. O piso superior é assoalhado sobre barrotes de madeira sem forro por baixo. As janelas possuem namoradeiras e algumas das suas cantarias sugerem uma aplicação não muito remota.
No piso térreo há uma interessantíssima ocupação, em piso lajeado, com loja, uma relativamente extensa vacaria, com um pilar central de cantaria, à qual se acede pela fachada principal passando por um vão com arco de pedra.
O acesso ao piso térreo da habitação é feito através de um vão lateral à sala/cozinha com o forno de pão. Este forno tem a verga da chaminé em madeira, compondo um pseudo-arco, e, ladeando-o, extensas bancadas de laje de pedra que indiciam uma grande produção de pão ou mesmo um serviço comunitário.
A construção é de alvenaria de pedra e massa de cal com areia. As arribanas anexas tiveram uma possível utilização como palheiros, currais e armazéns de alfaias agrícolas. Afastadas da casa estão as cortes para animais.
Trata-se de uma área onde se encontra edificado um antigo casal agrícola, que atinge o seu auge nos finais do séc. XIX, e cuja presença parece ter sido determinante no desenvolvimento deste aglomerado urbano.