Depois de dois anos interrompidas, devido à Covid-19, as Festas de Lisboa estão de regresso à capital. O programa arranca no próximo dia 28 de maio, sábado, e decorre durante todo o mês de junho.
O programa foi apresentado esta sexta-feira, dia 20 de maio, na Casa do Concelho de Tomar, em Alvalade. Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, mostrou o seu agrado pelo regresso do evento, após dois anos em que não foi possível realizá-lo devido à Covid-19.
No entanto, e numa altura em que os casos estão a aumentar, o autarca desvalorizou a gravidade deste aumento, referindo que “o Covid se está a tornar endémico e temos que viver com o vírus”, pelo que não prevê, para já, alterações ao programa, a “menos que haja normas do Governo e da DGS nesse sentido”.
As Festas de Lisboa começam com o espetáculo ‘O que nos Une’, de Tito Paris. Neste concerto, que pretende passar uma mensagem coletiva de esperança, no atual contexto de guerra na Ucrânia, o músico e compositor cabo-verdiano reúne em palco artistas como Cremilda Medina, Joana Amendoeira, Paulo Gonzo e Djodje. Este concerto, que pretende também celebrar os 40 anos de carreira de Tito Paris, tem entrada gratuita e está marcado para os jardins da Torre de Belém.
Em junho, grande destaque para o regresso das Marchas Populares. O mês começa com as primeiras exibições das Marchas no Altice Arena (nos dias 3, 4 e 5), a partir das 21h00. Na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, as Marchas apresentam-se novamente, desta vez na Avenida da Liberdade, a partir das 21h45. No dia 12, realizam-se os tradicionais Casamentos de Santo António, onde 16 casais vão trocar alianças.
Este ano, o desfile será encabeçado pela Marcha Popular de Vale do Açor, convidada desta edição, e ainda com a participação, pela primeira vez, da Marcha Infantil das Escolas de Lisboa. Já nos dias 25 e 26 de junhos, as Casas Regionais da cidade (embaixadas da cultura regional do país) também se juntam ao programa das Festas, e vão levar ranchos folclóricos, tunas, bombos e Fado até à Quinta das Conchas.
O Fado, considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade, volta a ser rei no Castelo de São Jorge, nos dias 17 e 18 de junho. No primeiro dia da iniciativa ‘Fado no Castelo’, Ricardo Ribeiro junta-se ao pianista de jazz João Paulo Esteves da Silva, e no dia seguinte, Teresinha Landeiro irá interpretar duetos inéditos com os artistas Agir e Mimi Froes.
No entanto, as Festas de Lisboa, com nova imagem gráfica, têm como imagem de marca as Sardinhas, que todos os anos são escolhidas através de um concurso. De mais de mil candidaturas de todo o mundo, a organização escolheu seis vencedoras, de onde cinco são portuguesas e uma vem da Turquia. A Escola EB1 de Travassô, em Águeda, foi a escolhida pelo júri da Turma da Sardinha, que atribuiu ainda menções honrosas a mais três sardinhas escolares.
Nos dias 9, 10 e 11 de junho, uma mão, um pé, uma boca, um nariz, uma orelha e um olho vão circular pelos jardins e praças de Lisboa, naquela que será uma performance protagonizada pela companhia Snuff Puppets, oriunda de Melbourne.
O encerramento das Festas será na Praça do Comércio com o concerto “Cheira a Lisboa”, numa homenagem aos 100 anos do Parque Mayer, o berço das Marchas Populares e epicentro da vida artística lisboeta.
Em palco, estará a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do maestro Cesário Costa, e que acompanhará seis vozes da atualidade: Anabela, FF, Katia Guerreiro, Luís Trigacheiro, Lura e Marco Rodrigues, que vão recriar 22 clássicos da música popular com a roupagem dos arranjadores Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro.
Este espetáculo está marcado para o dia 30. Durante todo o mês, o Museu de Lisboa – Santo António irá contar com uma programação especial dedicada ao Santo António, e que inclui concertos, visitas guiadas ou exposições.
Ao mesmo tempo, vão-se realizar ainda as iniciativas Lisboa Mistura, Festa da Diversidade, Arraial Lisboa Pride, CineConchas, Bairro em Festa, bem como concertos, cinema, teatro e exposições, arraiais e os Tronos de Santo António.
Na apresentação do programa das Festas de Lisboa, Joana Gomes Cardoso, presidente da EGEAC, salientou que “as Festas são para todas as pessoas”, e que “valorizam o melhor que Lisboa tem”.
Tal como a presidente da EGEAC, o vereador da Cultura da Câmara de Lisboa, Diogo Moura, enalteceu o trabalho das coletividades e entidades envolvidas na organização das Festas de Lisboa. “O programa destas festas é um encontro de várias manifestações culturais e artísticas, e que mostram a identidade da nossa cidade”, salientou.