Passados 90 anos sobre o primeiro desfile das marchas populares, lisboetas dos 8 aos 80 continuam determinados a reivindicar o seu bairrismo numa acesa competição. Para além da habitual e histórica Marcha Infantil d’A Voz do Operário, este ano, pela primeira vez, a Câmara Municipal de Lisboa apresentou a Marcha das Escolas de Lisboa no desfile da Avenida. Desde meados de 1990 que, paralelamente, às marchas populares, a Câmara organiza, em articulação com as escolas e as juntas de freguesia, as Marchas Infantis.
“Lisboa Cidade de Tradições” foi o tema de mais uma edição das Marchas Infantis das Escolas de Lisboa, dia 18 de junho, no Complexo Desportivo de São João de Brito, Alvalade. Organizada pela Câmara Municipal de Lisboa, juntas de freguesia e escolas básicas de 1º ciclo, a iniciativa quer reforçar junto das crianças «o interesse e o conhecimento da herança cultural e do património popular e histórico da cidade».
Beato, Belém, Benfica, Campo de Ourique, Carnide, Marvila, Misericórdia, Olivais, Parque das Nações, Penha de França, Santa Maria Maior e São Domingos de Benfica, foram as freguesias representadas, num desfile que regressa após interrupção de dois anos, devido à pandemia de Covid-19.
Um desfile só possível graças à «dedicação» das famílias, e que mereceu um agradecimento «muito especial» de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal. Lisboa «é isto, a solidariedade entre gerações, que permite continuar a fazer as marchas da nossa cidade».
O vereador Diogo Mouro, responsável pelos pelouros da educação e cultura, fez questão de reforçar a convicção do presidente da autarquia, realçando «a ideia de voltar a valorizar e a viver aquilo que são as tradições da cidade», lembrando que «as marchas são o ponto alto das festas da capital».
Diogo Moura, da mesma forma que Carlos Moedas, defendeu que este desfile só «é possível graças aos programas municipais de apoios infantis e também da componente de apoio familiar», onde está expressa a necessidade de transmitir «aos mais jovens e às crianças das nossas escolas aquilo que são as tradições da cidade e também o que é o património cultural de Lisboa».
“Viver e reviver as Tradições”, «colocando as tradições, as marchas e os arraiais populares como tema central na educação não formal, é a tónica do projeto Marchas Infantis das Escolas de Lisboa, que envolvem o município, Juntas de Freguesia, escolas básicas do 1º ciclo e jardins de infância», revela o vereador Diogo Moura, defendendo que o único objetivo desta iniciativa é «promover as tradições da nossa Lisboa, junto das crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 12 anos».
Ensaiados por Cristina Coelho, que desde a primeira edição das Marchas Infantis de Lisboa acompanha o projeto do Pelouro da Educação da Câmara de Lisboa, os jovens das escolas da cidade juntam-se agora nesta marcha conjunta que valoriza ainda mais uma participação «que os miúdos tanto adoram, porque associa toda a componente artística, a dança e a música, ao sentimento de pertença que nutrem pela sua escola ou pelo seu bairro».
Para os coordenadores do projeto, Jorge Alves e Sónia Nunes, «mais do que o bairrismo», as marchas infantis são uma iniciativa que contribui «para a preservação do património popular da cidade». E não deixa de ser interessante observar como o projeto, embora tenha sido abandonado durante alguns anos, tenha deixado lastro, já que «muitos daqueles que hoje integram as marchas populares começaram, precisamente, nas marchas infantis de Lisboa».
«Aqui lançamos a semente», lembra Cristina Coelho, salientando que estas 700 crianças, oriundos das 24 freguesias de Lisboa, que no dia 18 de junho encheram de cor e alegria Complexo Desportivo de São João de Brito, em Alvalade, no desfile das Marchas Infantis de Lisboa, que vão manter viva as tradições e o património cultural da cidade.
No final, Carlos Moedas e o vereador Diogo Moura participaram na cerimónia de entrega de prémio aos vencedores e à entrega das menções honrosas do concurso de desenho que escolheu a imagem do evento.
Classificações
1º lugar – Eva Monteiro e Inês Soares da Escola Básica Adriano Correia de Oliveira – CAF, Junta de Freguesia dos Olivais
2º lugar – Pilar Onofre Campos e Leonor Graça Lourenço da Escola Básica Paulino Montez – CAF, Junta de Freguesia dos Olivais
3º lugar – Maksym Serhiychuck e Tiago Ferro da Escola Básica Parque Silva Porto – CAF, Junta de Freguesia de Benfica
Menções honrosas:
Rita Tamara da Escola Básica Parque Silva Porto – CAF, Junta de Freguesia de Benfica
Margarida Rodrigues da Casa Pia de Lisboa – CED Nª Sr.ª da Conceição, Junta de Freguesia de Campo de Ourique.