O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, recebeu, na tarde desta quinta-feira, dia 1 de setembro, a presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, que recebeu a Chave de Honra da Cidade de Lisboa.
A cerimónia contou com as presenças de deputados portugueses do Parlamento Europeu, embaixadores, vereadores e deputados municipais; e ainda com as declarações dos dois presidentes.
Carlos Moedas começou a sua intervenção a agradecer a presença de todos e a dar as boas-vindas a Roberta Metsola. “É uma enorme honra tê-la como presidente do Parlamento Europeu, mas também como amiga”, disse o presidente da Câmara de Lisboa, que recordou os jantares com Roberta Metsola em Bruxelas, onde ambos partilhavam a sua visão e paixão pela Europa.
O autarca, que foi comissário europeu, relembrou ainda que, atualmente, “a Europa está no centro de tudo” e que a presidente do PE “tem sido um exemplo de liderança”, lutando contra o radicalismo, e que as suas qualidades são importantes para o contexto atual, marcado pela guerra na Ucrânia. “Quando visitou Kiev em abril, todos nós, os europeus, vimo-la como um símbolo da luta pela liberdade e democracia”, acrescentou Carlos Moedas, agradecendo, em nome de todos os lisboetas e portugueses, “todo o seu trabalho persistente e incansável na defesa dos nossos valores, e ainda por tudo o que fez no Parlamento Europeu que permitiu que a Ucrânia conseguisse ter o estatuto de país candidato à União Europeia”.
O presidente da Câmara de Lisboa continuou o seu discurso, dizendo que a guerra na Ucrânia veio mostrar “que a democracia não pode ser tomada como garantida”, e que é necessário continuar a lutar “pela liberdade, democracia e Estado de Direito a todos os níveis”. Carlos Moedas defende ainda que é necessário “cortar radicalmente com a dependência da Rússia e olhar mais para países como Portugal e Espanha”, referindo ainda as preocupações com a crise climática. “Lisboa é uma das primeiras capitais europeias onde as pessoas mais novas, assim como os maiores de 65 anos, têm transportes grátis e isso é algo que me orgulha muito”.
Recorde-se que Lisboa foi também a primeira capital europeia selecionada pela Comissão Europeia como uma das cidades para participar na “Missão Cidades”, que, até 2030, vai incluir 100 cidades livres de carbono. Para tal, é necessário antecipar as metas para esta neutralidade carbónica e que passam, sobretudo, pela aposta no transporte público. No final do seu discurso, Carlos Moedas procedeu à entrega da Chave de Honra da Cidade de Lisboa a Roberta Metsola, para que “venha à cidade sempre que quiser porque esta cidade também é sua e queremos que seja uma cidadã de Lisboa”.
Para a presidente do PE, “é uma grande honra receber este reconhecimento e ver que a nossa União Europeia cresce em cada cidade, vila e região por toda a Europa”. Roberta Metsola acredita que as políticas europeias devem ser pensadas a nível local, e cada vez “mais próximas das pessoas”, embora o trabalho dos líderes locais deva ser global.
Neste ponto, a presidente do PE deu como exemplo o trabalho dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, que “lutaram contra os incêndios que devastaram o país”, da Polícia Municipal de Lisboa, que “cedeu temporariamente os seus centros de receção para os refugiados da Ucrânia”, e ainda da própria autarquia, que criou “um programa para a integração das mulheres, crianças e homens que tiveram de sair” daquele país, devido à guerra.
Roberta Metsola terminou a sua intervenção a agradecer a Carlos Moedas, salientando que “recebe estas chaves com grande responsabilidade”, prometendo ainda que as vai usar “para abrir as portas a mais união e solidariedade na Europa”. A cerimónia terminou com uma atuação da fadista Tânia Oleiro nas escadarias dos Paços do Concelho.
A atual presidente do PE nasceu em Malta a 18 de janeiro de 1979, é eurodeputada desde 2013 e a presidente mais jovem do Parlamento Europeu (PE). Em novembro de 2020, Roberta Metsola foi eleita primeira vice-presidente do PE, tendo ocupado interinamente a presidência após a morte de David Sassoli, a 11 de janeiro do mesmo ano. Atualmente, é a terceira mulher a presidir a este órgão, depois de Simone Veil (1979-1982) e de Nicole Fontaine (1999-2002).