Marchar no dia da morte do pai

O pai, José Júlio Rocha, organizou a marcha em 1983 e nos 21 anos seguintes. 

“Fui criada aqui e esta é a minha segunda casa”, diz Vanessa Rocha, a ensaiadora da marcha de Alfama, sobre o Centro Cultural Dr. Magalhães Lima.

“Desde pequena que sempre acompanhei a marcha. Não tenho memória da de 1983, mas lembro-me perfeitamente da de 1988, e de todas as seguintes”.

Em 1991 já era marchante, missão que desempenhou até 2009. “Depois, o Carlos Mendonça decidiu sair da função de coreógrafo e passou-me a pasta. A comissão e a direcção convidaram-me, em 2010, para ser ensaiadora”.

Carlos deixou Alfama, e, depois disso, Vanessa andou a roer-lhe os calcanhares. Só conseguiu vencê-lo em 2013. Já vai no seu oitavo ano como ensaiadora, contando com quatro primeiros lugares e três segundos.

Marcha de Alfama 2013

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“A marcha nasce connosco… O Carlos Mendonça ensinou-me todos os pequenos pormenores , e eu absorvia toda a sabedoria dele”.

Marcha de Alfama 2006

O pior momento para a Vanessa das Marchas foi quando o seu pai, José Júlio Rocha, morreu, a 12 de Junho de 2006. “Antes de sairmos para a Avenida recebemos a notícia da sua morte. A minha irmã não conseguiu desfilar, mas eu fui. Era o que ele queria. Eu era marchante de primeiro arco, tinha a marcha inteira atrás de mim. Era uma grande responsabilidade. Alfama queria que eu marchasse”.

Vanessa deseja, em 2017, um bom ano a todas as marchas. “Todas merecem, todas lutam, todas trabalham com amor”.

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