D. MANUEL CLEMENTE NÃO QUER DAR NOME À PONTE SOBRE O TRANCÃO

Manuel Clemente recusa nome na ponte sobre o Trancão. Cardeal-patriarca de Lisboa pediu para que o seu nome não seja atribuído à ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão, na sequência da polémica gerada nos últimos dias. Manuel Clemente rejeita que a atribuição do seu nome “seja causa de divisão”.

Assim que as autarquias de Lisboa e Loures anunciaram a intenção de batizar a ponte ciclopedonal sobre o Rio Trancão com o nome do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a controvérsia deu origem a uma enorme discussão pública. Neste sentido, surgiram petições contra e a favor da iniciativa que reuniram milhares de assinaturas. Agora, é o próprio clérigo a esclarecer a situação.

Por isso, D. Manuel Clemente pediu esta segunda-feira, 14 de agosto, para que o seu nome não seja atribuído à estrutura, informou o patriarcado. “O Patriarcado de Lisboa informa que D. Manuel Clemente pediu para não se efetivar a atribuição do seu nome à ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão”, anunciaram em comunicado. Ao mesmo tempo, o patriarca “agradece a atenção da Câmara Municipal de Lisboa, mas não quer, de modo algum, que a atribuição seja causa de divisão, ou que alguém se sinta ofendido”.

A polémica sobre a atribuição do nome do cardeal-patriarca de Lisboa cessante, Manuel Clemente, à ponte ciclopedonal no Parque Tejo fez circular na internet quatro petições dirigidas ao município da capital, umas a favor e outras contra.

Apenas 500 a favor da manutenção do nome

A petição “Queremos o nome de D. Manuel Clemente para a ponte pedonal no Parque Tejo” apenas conseguiu reunir 500 assinaturas. Por outro lado, a “Petição para que a nova ponte sobre o rio Trancão não tenha o nome Cardeal Dom Manuel Clemente” tinha mais de 20 mil assinaturas.

Uma outra petição, “JMJ: Saudação e apelo aos presidentes da Câmara de Lisboa e Loures”, além de apoiar o nome de Manuel Clemente para a ponte, defende a atribuição do nome do chefe da Igreja Católica, Papa Francisco, ao Parque Tejo. Esta já reuniu, até segunda-feira, mais de 5.500 subscritores.

Estas três petições circulam no mesmo portal que uma outra, conhecida no fim de semana. Por sua vez, esta última intitula-se “pela alteração do nome previsto para a ponte Lisboa/Loures no Parque Tejo”, e pelas 11h desta segunda-feira já reunia mais de 15 mil assinaturas. Desta forma, já pode ser debatida na Assembleia da República.

As petições contra o nome de Manuel Clemente para a nova ponte invocam a laicidade do Estado português. Ao mesmo tempo, lembram também as suspeitas de encobrimento do cardeal dos abusos sexuais de menores na Igreja Católica portuguesa.

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Em contrapartida, as petições a favor da designação de Manuel Clemente advogam o seu exemplo como sacerdote e cidadão, “educado em sintonia com o Papa Francisco e com a atitude da Igreja Católica em combater todo e qualquer tipo de abuso no interior da Igreja”.

Entretanto, já esta segunda-feira, Manuel Clemente pediu para que o seu nome não seja atribuído à ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão. Em causa está a polémica gerada nos últimos dias.

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