O presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), Ricardo Leão, confirmou que o Hospital Beatriz Ângelo (HBA) continuará a servir os utentes de Camarate, Unhos e Apelação. O autarca esteve reunido com o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no sentido de pedir a reversão da decisão que, a partir de 1 de janeiro, iria obrigar os utentes destas localidades a serem atendidos no Hospital de São José.
A partir de 1 de janeiro de 2024, os utentes de Camarate, Unhos e Apelação já não vão ser atendidos no Hospital de São José. Desta forma, em caso de urgência, vão poder continuar a utilizar o Hospital Beatriz Ângelo (HBA) como unidade de referência. Recorde-se que, a reorganização da prestação de cuidados de saúde está prevista no Decreto-Lei nº 102/2023, e estabelece a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS). Ao mesmo tempo, este documento determinou que, a partir de 1 de janeiro de 2024, os moradores nestas três localidades passariam a ser atendidos no Hospital de São José, em Lisboa. Ou seja, deixariam de ser servidos pelo HBA, obrigando a uma deslocação maior.
No entanto, Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), manifestou o seu desagrado com esta alteração. Por isso, pediu uma reunião com o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a fim de reverter a situação. O assunto foi debatido na Assembleia Municipal de Loures desta quarta-feira, onde o autarca adiantou que o pedido foi aceite pela tutela. “Depois desta reunião e desta pressão que fiz junto do Ministério da Saúde, o Ministro reconheceu e vai reverter esta alteração”, explicou Ricardo Leão ao Olhar Loures.
Executivo aprovou por unanimidade moção da CDU que pedia a reversão da reorganização
Desta forma, os utentes de Camarate, Unhos e Apelação continuarão a ser servidos pelo HBA. Por sua vez, com esta reorganização, os moradores da União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, deixam de ser atendidos no Hospital Santa Maria, e passam a ser atendidos em São José, localizado na zona central da capital. No entanto, assegura Ricardo Leão, não houve nenhum pedido em relação a esta situação. “O único problema que havia era em relação aos utentes de Camarate, Unhos e Apelação”, sustenta o autarca.
Por fim, as ULS têm como objetivo alcançar uma “maior eficiência na gestão dos recursos públicos”. De igual modo, estas unidades pretendem ainda integrar a comunidade e os munícipios “no planeamento, organização e gestão do funcionamento da resposta”. Recorde-se que, na última reunião do executivo, foi aprovada, por unanimidade, uma moção da CDU que pedia a reversão deste reajuste.
Bombeiros de Camarate também se manifestaram contra a situação
Na sequência da reorganização, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Camarate (AHBVC) mostrou-se surpreendida “com tal decisão política”. No entender da corporação, esta “não foi pensada para as situações de emergência”. Por outro lado, sem esta reversão, os operacionais teriam de “deslocar as suas ambulâncias para o centro de Lisboa”. Assim, seriam obrigados a efetuar “um trajeto mais longo, mais demorado, sujeito às condicionantes de trânsito”. Desta forma, considera a AHBVC, o “socorro nas localidades de Camarate, Unhos e Apelação” poderia ficar afetado.
