Realizou-se, neste sábado, 1 de junho, o segundo dia de exibições das Marchas Populares de Lisboa na Altice Arena. Mercados, Lumiar, Bairro Alto, Belém, Bela Flor-Campolide, Santa Engrácia, Bairro da Boavista e Graça foram as oito marchas que se apresentaram ao público. Este domingo, dia 2, terminam as exibições, com mais sete marchas.
A Altice Arena voltou a receber, na noite deste sábado, 1 de junho, as exibições das Marchas Populares de Lisboa, que terminam este domingo. No segundo dia de exibições, as Marchas que desfilaram foram os Mercados, Lumiar, Bairro Alto, Belém, Bela Flor-Campolide, Santa Engrácia, Bairro da Boavista e Graça. O evento contou, uma vez mais, com a apresentação de Tiago Goes Ferreira, profissional da RTP, e com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas.
“Obrigado por este momento, fui aos ensaios, de dia e de noite, para ver como estavam. Obrigado pela vossa dedicação, alegria e por serem a alma da nossa cidade. Obrigado a todos, do fundo do coração! Lisboa é grande, porque vocês são grandes”, referiu o autarca, no início das exibições.
Marcha dos Mercados
A Marcha dos Mercados foi a primeira marcha a apresentar-se, desta vez com o tema ‘Vendem-se frutas e nascem romances: os mercados nas ruas de Lisboa’, que presta tributo aos vendedores ambulantes de frutas, mas também de castanhas, e que dão às ruas o colorido e o cheiro próprios de cada época. Esta homenagem traduz-se, não só nos temas e coreografias, mas também nas cores dos figurinos e dos cenários. As mulheres desfilam de lenço na cabeça e avental, lembrando as vendedoras de outros tempos, e os homens de avental e boina, traje dos típicos vendedores de castanhas. O responsável da marcha é Jorge Nuno de Sá e a porta-estandarte é Florentina Vidal.
O figurinista é Sandro Canossa, que é também ensaiador, juntamente com Vera Ramos. Já a cenografia ficou a cargo de José Condeça. Os padrinhos são Silvia Sousa e João de Carvalho e as mascotes Carolina Alfar, Lara Portela, Leonor Ramos, Lorena Neto, Melanie Pinto, Rita Correia, Telmo Alfar e Vitória Sousa. A Marcha dos Mercados é organizada desde 2005 pela Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa. As marchas inéditas apresentadas são ‘Os Mercados São a Coroa de Lisboa’ e ‘Toma Lá Castanhas’, de José Condeça (letra) e Carlos Pinto (música). A terceira marcha é ‘É Nos Mercados que Lisboa tem mais vida’.
Marcha do Lumiar
A Marcha do Lumiar foi a segunda marcha a apresentar-se na Altice Arena, com o tema ‘Andam corvos em Lisboa!’, que conta a história de um amor que tem tanto de improvável como de impossível: o romance entre o Corvo Zé e a Varina Maria, com os figurinos em tons de azul e preto. A Marcha do Lumiar é organizada pela Academia Musical 1 de Junho de 1893 e tem como responsável Camila Botão e Renato Botão. A porta-estandarte é Carla Botão e os ensaiadores Hugo Miguel Barros e Sara Alves Brandão. Os figurinos foram criados por Brandão & Barros e Sara Alves Brandão e a cenografia é Brandão & Barros e Carlos Ferreira.
Os padrinhos são a influenciadora digital Bruna Gomes e o comentador Flávio Furtado e os mascotes são a Yasmin Morais Silva e o Martim Abreu. As marchas inéditas apresentadas são ‘Vai com Tudo, Lumiar’ e ‘Andam Corvos por Lisboa’, de João Pedro Aleixo (letra) e António Duarte Martins (música). O terceiro tema apresentado é ‘Lumiar levanta os Braços’, com letra de Flávio Gil e música de João Paulo Soares.
Marcha do Bairro Alto
A segunda classificada no concurso de 2023, o Bairro Alto apresentou, em 2024, o tema ‘A luz do meu Bairro’, que lembra uma Lisboa antiga, onde a luz do dia e o sol chamavam à conversa de janela e aos sorrisos, dando à roupa estendida nos estendais. Do outro lado, os antigos lampiões a gás, que iluminavam o escuro e permitiam que a noite se tornasse dia. A desfilar desde 1932, a Marcha do Bairro Alto centra-se na alegria de viver e nos “bons dias” trocados entre vizinhos, numa época simples e dourada do Bairro.
A Marcha do Bairro Alto é organizada pelo Lisboa Clube Rio de Janeiro e tem como responsável Vitor Silva. O porta-estandarte é Telmo Bravo e os ensaiadores Carla Fonseca e Dino Carvalho. Paulo de Miranda fez os figurinos e José Alberto e José Condeça a cenografia. A atriz Sónia Brazão é novamente a madrinha desta marcha, que, em 2024, optou por não levar padrinho, como forma de homenagem ao ator Luís Aleluia, padrinho em 2023 e falecido nesse mesmo ano. Os mascotes são
Maria Leonor Sousa e Cristiano Fernandes. As marchas inéditas apresentadas são ‘Quase, Quase…’ e ‘Olha a Luz do Bairro Alto’, de José Condeça (letra) e Carlos Pinto (música). O terceiro tema é ‘Fidalgo e Fanfarrão’, com letra de Silva Tavares e música de Elvira de Freitas.
Marcha de Belém
Belém apresenta, em 2024, o tema ‘Lisboa dos mexericos’, que traz ao concurso os tempos dos mexericos que corriam todos os bairros, travessas e ruas de Lisboa. Das conversas de café às confidências das vizinhas no beiral das janelas ou nos piais das portas, a marcha honra a figura da “cusca” do bairro. Em tons de azul, branco e vermelho, a Marcha de Belém evoca o dia-a-dia dos bairros, recuperando as vivências do passado. A Marcha de Belém é organizada pelo Belém Clube e tem como responsável José Caroço. Ana Assunção é porta-estandarte e Mário Ferreira é ensaiador, figurinista e cenógrafo.
Os padrinhos são Joana Franco e Gonçalo Salgueiro e os mascotes Matilde Gonçalves e Pedro Barroso. As marchas inéditas apresentadas são ‘Um Segredo bem Guardado’ e ‘Dona Intriga’, de Humberto Vales (música e letra), sendo que, a terceira marcha apresentada é ‘Lisboa dos Mexericos’, com letra de César de Oliveira e Rogério Bracinha, e música de João Nobre.
Marcha da Bela Flor-Campolide
A Bela Flor-Campolide é uma marcha que regressa à competição, após ter ficado de fora do concurso em 2023. Este bairro apresenta-se com o tema ‘Lavadeiras e moleiros’, que recorda que, outrora, Lisboa foi a cidade dos moinhos. Chegaram a ser mais de 500 em Lisboa e Campolide teria pelo menos sete, como comprova a Rua dos Sete Moinhos. Recuando a esse tempo e ao das ribeiras que por ali passavam, a Marcha da Bela Flor-Campolide escolheu, este ano, homenagear as lavadeiras e os moleiros que contribuíram para a rica tapeçaria cultural de Lisboa. A Marcha da Bela Flor-Campolide é organizada pela Academia das Artes Internas e tem como responsável Carla Quaresma.
A porta-estandarte é Maria do Céu Tomás e o ensaiador Leandro Portelinha. Já Gonçalo Oliveira é o figurinista e o cenógrafo é Daniel Oliveira. Os padrinhos são a atriz Marta Gil e o apresentador Idevor Mendonça e os mascotes são a Caetana Portelinha e o Lourenço Pinto. As marchas inéditas apresentadas são ‘Não Me Moas o Juízo’ e ‘Santo António à Cabeceira’, de Nádia Correia (música e letra). O terceiro tema é ‘Campolide e Bela Flor’, com letra de Mário Rainho e música de Carlos Dionísio.
Marcha de Santa Engrácia
Com figurinos e cenografia em tons de rosa, preto e branco, o bairro de Santa Engrácia traz, para o concurso, o tema ‘A tua calçada é o meu bordado’ , que homenageia a calçada portuguesa e os bordados, dois tipos de artesanato que contribuíram para a identidade de Lisboa. A Marcha de Santa Engrácia é organizada pelo Operário Futebol Clube e tem como responsável Pedro Almeida. Anabela Magalhães é a porta-estandarte e os ensaiadores Ana Sofia Silva e Bruno Alexandre Barros. Os figurinos são de Brandão & Barros, que é também responsável pela cenografia, juntamente com Carlos Ferreira.
A apresentadora e modelo Merche Romero é madrinha da Marcha de Santa Engrácia, que leva Francisco Monteiro, vencedor do ‘Big Brother’, como padrinho. Os mascotes são a Ariana Carballal Damil e o Lourenço Silva. As duas marchas inéditas são ‘Bordadeiras, Mulheres Simples’ e ‘O Amor do Calceteiro’, de Toy (letra e música). Já a terceira marcha é ‘O Meu Bairro é uma Joia’, com letra de Fernando Santos e música de João Carvalho.
Marcha do Bairro da Boavista
O Bairro da Boavista é uma das marchas mais recentes do concurso das Marchas Populares de Lisboa. Este ano, apresentam o tema ‘Rainhas e calceteiros com ar de namoradeiros’, que recorda a memória das Rainhas de Portugal e da mestria dos calceteiros. O bairro, fundado em 1941, guarda, na sua toponímia a memória destas rainhas, em ruas que são rainhas do coração do Bairro, embelezadas pela calçada portuguesa. A história conta-se através dos figurinos e cenários, onde predominam o dourado (da realeza) e o rosa (do amor).
A Marcha do Bairro da Boavista é organizada pela Associação Recreativa de Moradores e Amigos do Bairro da Boavista e tem como responsável Anabela Rebelo. Cláudia Gil é porta-estandarte desta marcha, que tem ainda como ensaiador João Lopes e Paulo Miranda como figurinista e cenógrafo. Os padrinhos são os atores Mané Ribeiro e Ricardo Raposo e os mascotes Kataleya Real e Santiago Almeida. As marchas inéditas apresentadas são ‘Rainhas São as Mães’ e ‘Boavista é o Teu Bairro’, de Gil do Carmo (letra e música). A terceira marcha é ‘Marchante da Boavista’, de Flávio Gil (letra) e Carlos Dionísio (música).
Marcha da Graça
A Graça foi o último bairro a desfilar neste segundo dia de exibições na Altice Arena. Este ano, o tema apresentado é ‘A Graça veste-se de azulejo e filigrana’. Como uma das zonas da cidade mais ricas em edifícios de tipologia operária, como comprovam as vilas Berta, Sousa ou Estrela d’Ouro, é na Graça que se podem encontrar vários edíficios ricos em azulejo e o ferro forjado. É esse edificado que a Marcha da Graça traz ao desfile deste ano, com figurinos em que predomina o azul, de forma a homenagear a filigrana, as varandas da Graça e os azulejos.
A Marcha da Graça é organizada pelo Clube Desportivo da Graça e tem como responsável Filipe Coelho. A porta-estandarte é Cristina Duarte e os ensaiadores são Alexandra serra e Armando Serra. Vasco Cruz é figurinista e cenógrafo. Os padrinhos são os atores Catarina Siqueira e Quimbé e os mascotes a Leonor Melo e o Bryan Silva. As duas marchas inéditas são ‘Azulejo e Filigrana’ e ‘Tu és Graça’, ambas de Vasco Cruz (música e letra). Já a terceira marcha é ‘Ser Marchantes’, também de Vasco Cruz (música e letra).
Exibições terminam este domingo
As exibições na Altice Arena terminam este domingo, 2 de junho, com a apresentação das Marchas da Santa Casa, Olivais, Bica, Carnide, Mouraria, São Vicente e Madragoa. Após as exibições, as 23 marchas apresentam-se novamente, desta feita na noite de 12 para 13 de junho, na Avenida da Liberdade. O tema da Grande Marcha deste ano é ‘O Tejo Afinal’, de Flávio Gil (letra) e João Paulo Soares (música). Já o tema do concurso é ‘O Tejo’.