O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, realizou, na sexta-feira, 28 de junho, uma visita de trabalho à Fundação LIGA, que desenvolve o seu trabalho em diversas áreas sociais, em parceria com a autarquia. Esta instituição, localizada na Ajuda, dá resposta a cerca de 500 beneficiários, todos com vários tipos de deficiência.
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML),visitou, esta sexta-feira, 28 de junho, as instalações da LIGA, na Ajuda, para conhecer o trabalho desta fundação, que desenvolve o seu trabalho nas áreas de Saúde e (Re) Habilitação, Desenvolvimento Pessoal e Social, Formação Profissional e Emprego, bem como Acessibilidade e Vida Autónoma, em parceria com a autarquia. Igualmente, a LIGA tem ainda apostado na promoção da empregabilidade, através da Operação de Emprego para Pessoas com Deficiência (OED), uma agência de emprego dirigida a pessoas com deficiência e incapacidades.
“É um grande gosto estar aqui na Fundação LIGA, que é uma fundação que tem dado tanto à cidade e ao país, e que estava à frente do seu tempo, que olhou para a deficiência, para a integração de pessoas que têm vidas muito difíceis e hoje trabalha aqui com centenas de pessoas, com jovens, menos jovens, para lhes dar uma vida melhor, para os integrar na sociedade. Estive aqui para testemunhar, para ajudar e para contribuir para aquele que é um trabalho mesmo muito importante para a cidade”, revelou o autarca aos jornalistas, no final da visita, da qual saiu “bastante emocionado e até comovido com tudo aquilo que aqui vi”.
Fundação surgiu nos anos 50 do século XX
Carlos Moedas ressalvou ainda que “mais de 35% das pessoas que aqui passam são integradas no mundo do trabalho e é importante que o mundo do trabalho tenha essa inclusão pela qual nós trabalhamos todos os dias”. Por sua vez, Paula Campos Pinto, membro do Conselho de Administração da Fundação LIGA, explicou, ao Olhares de Lisboa, que esta fundação “começou por ser a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, e foi a primeira instituição do país, que emana da sociedade civil, a trabalhar as questões da deficiência motora”.
A LIGA surgiu nos anos 50 do século XX, e desde então, “tem evoluído e expandido o seu projeto e hoje é uma grande fundação que dedica a sua atividade à inclusão das pessoas com vários tipos de deficiência, nomeadamente, deficiência intelectual, multideficiência, deficiência motora e também populações desfavorecidas da comunidade, porque está aqui inserida num bairro que é o bairro da Ajuda, com várias problemáticas sociais que nos envolvem. Portanto, também procura dar um contributo na inclusão destas pessoas, porque acredita que, de facto, uma sociedade mais coesa e mais justa para todas as pessoas é uma sociedade onde todos aprendemos a conviver uns com os outros”.
Atividades e programas para todas as idades e necessidades
A LIGA, explicou ainda a responsável, tem “programas que abrangem pessoas desde os 0 anos e sem limite de idade e envolvem atividades de intervenção precoce, por exemplo, para crianças com problemas de desenvolvimento ou em risco de desenvolvimento, bem como, programas ocupacionais, os Centros de Atividades para a Inclusão para jovens e adultos com deficiências intelectuais mais avançadas”. Igualmente, conta ainda com “programas de formação profissional para pessoas com deficiência, de inclusão no mercado de trabalho, assim como programas na área da reabilitação e da saúde para a comunidade em geral”.
Também conta ainda com “programas de atividades de tempos livres para pessoas séniores, através do nosso Clube Sénior, programas de apoio domiciliário para apoiar pessoas no domicílio, e ainda programas que promovem a autonomia das pessoas através da identificação das ajudas técnicas que melhor favorecem essa autonomia”. Já Gonçalo Sola, diretor-geral da LIGA adiantou que esta atende, diariamente, cerca de “500 pessoas, das quais 25 são no nosso serviço de apoio domiciliário”. De igual modo, dá ainda formação específica a pessoas com deficiências ou incapacidades, em diversas “áreas de formação, desde a cozinha, pastelaria e empregado de mesa, costura, assistente administrativo, espaços verdes”. No total, existem “cerca de 100 formandos”.
Inserção no mercado de trabalho
“Os nossos cursos são teórico-práticos, têm à volta de um ano e meio de parte teórico/prática e quatro a seis meses de estágio. Nesse estágio, a ideia é depois ficarem inseridos nessa empresa. Ultimamente, aproximadamente um terço fica nessa empresa”. Já de acordo com Conceição Zagalo, presidente do Conselho de Administração da LIGA, assegurou que “quanto mais se souber o que se faz na LIGA, mais dignificação se confere ao ser humano, independentemente da condição em que se encontra. E essa é uma tarefa que eu executo com muita responsabilidade, muito compromisso, muito amor e com muita vontade de colher frutos daquilo que andamos a semear e que semeámos ao longo dos anos”.
Parceria com a CML é fundamental
Por outro lado, destacou ainda, “estamos a cinco anos de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Desde a pobreza à deficiência, à igualdade de género, há ainda um 17º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que são as Parcerias para o Desenvolvimento”. Por isso, considera que a CML “é o melhor parceiro” que a LIGA pode ter, uma vez que pode “ajudar-nos, cada vez mais, a conseguirmos condições de vida, seja durante o dia, seja durante a noite, para os nossos meninos e meninas que nos são confiados, e fazê-los ter uma vida tão feliz quanto possível. A alegria do presidente [Carlos Moedas] ao visitar esta casa hoje, deu para perceber que se interessa e que nos vai apoiar em tudo aquilo que nós precisamos”, disse ainda Conceição Zagalo.
Estes projetos passam por “arranjar habitação ou até licenciar pequenas obras que ainda estão por resolver. Nós precisamos de cada vez mais optimizar este espaço, no sentido de o tornarmos mais rentável. Não tenho dúvida que, através da CML e do seu interesse, nós conseguiremos também, seguramente, atrair o setor social, o setor corporativo, as empresas, os indivíduos, as pessoas, as organizações, para que percebam que, cada vez mais, a vida só faz sentido se tratarmos e se nos servirmos uns aos outros”.