Transpraia pode voltar em 2025

O comboio de praia da Costa da Caparica deixou de circular em 2020, mas o negócio foi comprado por um investidor francês e para o ano pode regressar a ligação entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha ainda faltam as autorizações oficiais. José Ricardo Martins, presidente da junta de freguesia, além de se congratular com o regresso do Transpraia, lembra que o comboio foi deslocalizado do centro da cidade, devido ao Pólis.

“Estava prevista uma nova centralidade na zona do Campo da Bola, até a sede da junta de freguesia ia para lá. Daí, o Transpraia passou para perto da Praia da Saúde”, sendo que, esta deslocalização, a par com os preços excessivos das viagens e a pandemia, ditaram o fim deste transporte. “O Transpraia, como está agora, não é viável por várias situações. A primeira é a situação ambiental. Em 1966, quando surgiu o Transpraia, não havia preocupação com a proteção das dunas e do ambiente.

O Transpraia está sob uma duna primária e é movido a gasóleo, que é um poluente”, refere José Ricardo Martins, que “gostaria que o Transpraia fosse reativado”, mas num modelo que pudesse também servir como meio de transporte dentro da freguesia.

Mas, pelos vistos, essas condicionantes não ”assustam” o investidor francês. Havendo uma nova esperança no ar porque pode voltar a circular. Os trabalhos de recuperação já iniciaram, mas retirar o Transpraia do local onde parou pela última vez requer algum trabalho.

O novo projeto é de Greg que vive em Portugal há sete anos e assistiu ao fim lento e até penoso do Transpraia. Resolveu comprá-lo e já gastou perto de um milhão de euros. O Transpraia andou durante 60 anos para a frente e para trás ao longo de nove quilómetros.

No percurso passava por todos os areais, da Fonte da Telha ao centro da vila da Costa da Caparica – quatro estações e 15 apeadeiros.

Fazia furor durante os meses de verão. Agora trabalha-se para recuperar o que foi em tempos.


Retomar viagens a pensar na sustentabilidade

A mudança surgiu em 2007 com as obras de requalificação da frente marítima da Caparica que obrigaram a afastar o terminal, um quilómetro do centro da freguesia. Desde essa altura que a faturação caiu a pique. O comboio só parou de funcionar em 2020, mas já poucos usavam este transporte.

O novo dono quer retomar a atividade com foco na sustentabilidade no futuro. Quer investir na redução do número de veículos nas praias e até criar uma ligação com os restantes transportes.

O projeto já está em marcha. Falta o parecer das várias entidades, incluindo possíveis fundos da União Europeia, para cumprir com o objetivo de colocar em breve o Transpraia de volta aos carris.

Ainda na matéria da mobilidade, José Ricardo Martins defende o prolongamento de “o Metro Transportes do Sul (MTS) até à Costa porque estamos a precisar de tirar carros da cidade, por causa dos aspetos ambientais, por causa da subida de temperatura, das ondas de calor, do dióxido de carbono”.

“O Metro pode e deve servir grande parte das pessoas que nos visitam”, refere o presidente, salientando que o atual traçado “vai desventrar a Avenida Afonso de Albuquerque, se calhar vamos perder um espaço verde, mas temos que arranjar outro”.

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