Metro de Lisboa com 42 novas carruagens mais modernas com possibilidade de condução de forma automática

No arranque da Semana Europeia da Mobilidade, o Metropolitano de Lisboa apresentou, esta segunda-feira, 16 de setembro, as novas carruagens, que vão entrar em circulação no início de 2025. 

A primeira de 14 unidades triplas, num total de 42 carruagens, foi entregue na Pontinha. É o “início de uma nova era”, diz ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que, acompanhado pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, depositaram uma cápsula do tempo na estação Estrela, uma das novas estações da rede que vai integrar a futura Linha Circular.

O Metropolitano de Lisboa recebeu esta sexta-feira as primeiras três carruagens no âmbito da expansão do metro de Lisboa. Estão previstas chegar mais 39. Segundo avançou a empresa, a aquisição destas novas carruagens, no âmbito do Plano de Expansão e Modernização do Metro de Lisboa, representa um investimento de 72,7 milhões de euros e “constitui um avanço significativo no âmbito da inovação e modernização do Metropolitano de Lisboa, com o consequente aumento da qualidade do serviço e da oferta”.

O ministro das Infraestruturas acompanhou a chegada da primeira de 14 unidades triplas (num total de 42 carruagens) para o Metropolitano de Lisboa, considerando que se inicia “uma nova era” com novos equipamentos, duas décadas depois dos anteriores.

A primeira unidade tripla chegou na manhã desta segunda-feira ao Parque de Material e Oficinas da empresa, na Pontinha (concelho de Odivelas), vinda de Espanha num camião TIR, e foi transferida para o estaleiro onde vai estar em testes antes de começar a operar, no próximo ano.

Cada carruagem de uma unidade tripla pesa 30 toneladas, tem 16 metros de comprimento, 2,80 metros de largura e 3,50 metros de altura. De entre as características das novas carruagens destacam-se as janelas amplas, painéis de portas e áreas de circulação com mais espaço livre que possibilitarão que as entradas e saídas se efetuem de forma expedita.

Segundo a informação disponibilizada pela transportadora, cada unidade tripla dispõe de 90 lugares sentados, sendo 30 assentos prioritários, identificados com uma cor diferente e com espaço para fixar duas cadeiras de rodas.

As carruagens que chegaram em camiões TIR, vindas de Valência, Espanha, foram descarregadas durante a manhã no Parque de Material e Oficinas da empresa, na Pontinha (concelho de Odivelas).


O ministro das Infraestruturas e da Habitação, que tutela os transportes urbanos, esteve presente quando chegaram as novas carruagens. Miguel Pinto Luz diz que os novos equipamentos são “mais modernos” e “têm a possibilidade de serem conduzidos de forma automática”.

“São as primeiras carruagens que o metro vai ter que têm capacidade de telemetria, ou seja, a partir daqui deste espaço onde nós estamos, vamos conseguir monitorizar aquilo que está a acontecer nas carruagens. Isso é muito importante porque podemos antecipar problemas que existam e monitorizar em tempo real”, detalhou.

O ministro Miguel Pinto Luz destacou também que as novas composições “já estão preparadas para uma condução quase automática que podem migrar, no futuro, para uma condução quase autónoma”, sublinhando que estas são as primeiras carruagens de metro novas em 22 anos.

O plano de Modernização e Expansão do Metro incluiu a compra de 14 unidades triplas (42 carruagens) à Siemens Mobility / Stadler, A.C.E, incluíndo o sistema de sinalização Communications-Based Train Control (CBTC), num investimento global de 114,5 milhões de euros.

“Esqueleto” da futura estação da Estrela

Miguel Pinto Luz, e a Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, realizaram também uma visita de trabalho às obras da linha Circular, entre as futuras estações Estrela e Santos.

O percurso contou com “um momento simbólico”, em que foi depositada uma “cápsula do tempo” no futuro átrio da estação da Estrela, com “objetos representativos deste projeto estruturante para a mobilidade na cidade”. Entre os objetos estão cartões Navegante, uma cópia de plantas das estações da Estrela e de Santos ou um fragmento de um azulejo do século XVIII encontrado durante as obras do metro.

Ao cimo da Calçada da Estrela, em Lisboa, mesmo em frente à basílica, ainda só se vê um estaleiro de obras e o acesso ao antigo Hospital Militar está interdito. Mas, descendo umas escadas, encontra-se o “esqueleto” da futura estação que aqui ficará do Metropolitano de Lisboa. “A bilhética vai ser ali e o controlo naquela zona”, indica um dos engenheiros da empresa a Miguel Pinto Luz, ministro das Infra-Estruturas e da Habitação. Esta nova paragem permanece em tons cinza, de betão, mas já se reconhecem as suas formas.

Segundo Rui Pina, diretor da obra da Linha Circular, esta empreitada englobou a execução de um novo troço de metro que liga o Rato ao Cais do Sodré, com duas novas estações na Estrela e Santos, e a alteração dos viadutos no Campo Grande.

Esta obra foi dividida em quatro lotes e, esta segunda-feira, foi consignado o Lote 4, ou seja, o acabamento dos sistemas do troço Rato- Cais do Sodré, que foi adjudicado por 70 milhões à Comsa e Zagope.

A Linha Circular deverá ser inaugurada no segundo semestre de 2025, ligando o Rato ao Cais do Sodré (que será renovada), com estações na Estrela e em Santos, e unindo as linhas Amarela e Verde. A empresa Metropolitano de Lisboa prevê que “cerca de 3380 pessoas/dia deixem de utilizar o transporte individual, permitindo, logo no primeiro ano de exploração, a redução de emissão de 4,150 toneladas de CO2”

Na zona alta da cidade, ou seja, à volta da Estrela até Santos, estamos a trabalhar sempre em rocha e em calcários, e em Santos já dentro do maciço vulcânico. Na zona entre o Largo da Esperança eo Cais do Sodré, já estamos a trabalhar fundamentalmente nos aluviões, em cotton cover, nas paredes moldadas ou estacas, escavação, encetar a galeria e aterrar. O Lote 1 foi atacado em três poços, um no Liceu Pedro Nunes, outro na Estrela, onde estamos agora, e um poço no ISEG, que se localiza onde eram os antigos armazéns e o refeitório do ISEG.

As pessoas entram pelo edifício lateralmente, descem as escadas em que chegámos e depois descem por elevadores, sendo que vão estar localizados seis elevadores, até ao nível do átrio, e depois descem para os cais e apanham os comboios, explicou o responsável, enquanto mostrava à audiência várias fotografias dos trabalhos.

Linha Circular só no segundo semestre de 2025

Prevista inaugurar no segundo semestre de 2025, a linha Circular vai ligar a estação Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações – Estrela e Santos, unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa.

Além da construção destas duas novas estações, será remodelada a estação Cais do Sodré. O investimento na construção desta linha circular é de 331 milhões de euros, e estima-se que esta nova linha transporte cerca de 3.380 pessoas por dia, permitindo que, logo no primeiro ano de exploração, existia uma redução de emissão de 4.150 toneladas de CO2. A comitiva começou o percurso na estação Estrela, e depois percorreu o túnel que liga esta estação à estação Santos, que terá acesso no Quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros, na Avenida D. Carlos I.

 

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