Parques Tejo apresentou estratégia para a mobilidade do concelho

A Parques Tejo, empresa municipal do concelho de Oeiras, apresentou, na tarde da última quinta-feira, 16 de janeiro, a estratégia que Oeiras tem para gerir a mobilidade no concelho. Esta estratégia passa pela construção de mais parques de estacionamento, mas também de tarifas mais baratas para residentes, incluindo um dístico especifico para famílias numerosas, e que será lançado em breve.

O Palácio Anjos, em Algés, recebeu, na última quinta-feira, 16 de janeiro, uma conferência de imprensa, na qual a Parques Tejo, empresa municipal do concelho de Oeiras, apresentou a sua estratégia de gestão do estacionamento no concelho. Segundo o presidente da Parques Tejo, Rui Rei, a quem coube a apresentação desta estratégia, estas políticas constituem “a base de quaisquer políticas de mobilidade” que sejam implementadas nas áreas urbanas. Um dos aspetos destacados foi o de que a regulação do estacionamento é um imperativo, visto que o espaço público tem de ser gerido de modo a estimular a rotatividade na ocupação dos lugares.

Na sua visão, isto comprova que Oeiras “está empenhada em criar soluções que permitam regular a forma como os veículos ocupam o espaço público”, dando como exemplo da zona de Algés, na qual as medidas implementadas pela Parques Tejo permitiram uma maior disponibilidade de lugares. Rui Rei alertou ainda o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) para a importância da construção de novos parques no concelho, reforçando que o comércio local é um parceiro-chave para a mudança de alguns hábitos. “Os comerciantes das zonas onde temos parques fechados podem pedir a emissão de tickets pré-pagos que depois podem oferecer aos seus clientes. Se for almoçar a Algés, ou às compras a Oeiras, pode ter o estacionamento de graça, e o comércio apenas tem um custo simbólico de 20 cêntimos por hora”, recordou.

Crescimento do uso do transporte público

Ainda de acordo com o presidente da Parques Tejo, esta tem sido uma iniciativa muito bem-sucedida, sendo que ao longo do último ano foram emitidos mais de nove mil tickets, cinco mil dos quais em dezembro, a propósito da Campanha de Natal destinada a apoiar o comércio local do concelho de Oeiras. “O objetivo de Oeiras é melhorar a política de mobilidade no nosso município”, reforçou Rui Rei, que lembrou também alguns investimentos futuros que a CMO está a fazer na área da Mobilidade, entre os quais o LIOS ou o SATU. “Todos estes projetos se enquadram numa política de mobilidade para lá da questão do automóvel e o uso do transporte público também tem vindo claramente a crescer”.

O presidente da Parques Tejo disse também que, nos “próximos quatro ou cinco anos, pretendemos ter cerca de 90 quilómetros de ciclovias no nosso município”, reconhecendo que, contudo, “a base das políticas de mobilidade é o estacionamento e sem tratar da base nós não vamos conseguir resolver os problemas de mobilidade do nosso município”. Para tal, é importante continuar a apostar nas Zonas de Estacionamento de Duração Limitada (ZEDLs), e na construção de parques de estacionamento, “para absorver os automóveis e libertar espaço público para que os cidadãos possam usufruir desse espaço público. Fizemos a revisão das taxas aplicadas”, disse ainda Rui Rei, reforçando que, em alguns casos, houve ainda uma diminuição do valor da tarifa de estacionamento.

Parques Tejo vai lançar dístico de estacionamento para famílias numerosas

Mesmo com as novas taxas, sublinhou, o estacionamento em Oeiras é menos oneroso do que nos concelhos vizinhos de Lisboa ou Cascais, assim como os horários de fiscalização são menos alargados. “Somos mais baratos, incluindo nos dísticos de residente”, sustentou, acrescentando que o concelho começa a ter “grandes dificuldades na gestão do espaço público”, pelo que é fundamental apostar na rotatividade dos lugares de estacionamento. Em breve, adiantou ainda, a Parque Tejo vai criar um dístico de estacionamento que permite às famílias numerosas do concelho ficarem isentas de taxas de estacionamento.

Isto junta-se a outras medidas, tais como a “isenção de pagamento para os titulares de cartão de deficiência, que hoje podem estacionar em todo o concelho, não só nos lugares que lhes estão reservados”, e ainda a “isenção e a tolerância de 15 minutos”, que pretendem desmistificar a ideia da Parques Tejo que tem “uma política de caça à multa. O nosso objetivo não é o de caçar multas a ninguém, nem castigar ninguém”. Outra medida é também a oferta de 120 minutos de estacionamento grátis para os munícipes de Oeiras, que, num futuro próximo, “pode vir a ter limitações no futuro”, admitiu Rui Rei.

Já usufruem desta medida perto de 3.500 pessoas, e foi desenhada para permitir “que os munícipes possam tratar da sua vida diária, nas suas deslocações regulares, sem terem uma despesa adicional com o estacionamento”. Atualmente, os dísticos de residente são usados por 19 mil residentes em Oeiras, com um custo simbólico de seis euros anuais para a primeira viatura, e que permitem estacionar sem restrições junto à morada de residência. O presidente da Parques Tejo voltou a frisar que Oeiras é um concelho muito carenciado de zonas para estacionamento, mas estão em construção novos parques de estacionamento, e mais “três ou quatro parques de estacionamento que, nos próximos meses, vamos colocar ao serviço dos munícipes”.

Mais estações Oeiras Move e crescimento da rede de ciclovias

“Esta é uma meta muito relevante do executivo do presidente Isaltino Morais, que prometeu criar 14 novos parques e 2.800 novos lugares. Em dois anos, já fizemos sete parques, com 1.500 lugares, e temos mais projetos planeados para 2025”. A Parques Tejo tem ainda avenças “a custos reduzidos para os moradores, que é o caso do Parque Avenida, por exemplo, em que os moradores têm um custo de 15 euros por mês para estacionarem o seu carro”, e irá implementar uma medida de redução da tarifa de estacionamento nos parques fechados a munícipes de Oeiras. Também no futuro, Rui Rei perspetiva “um aumento do número de estações Oeiras Move e o crescimento da rede de ciclovias”.

“Penso que o investimento de mais de três milhões de euros que a CMO faz todos os anos, nesta área é de facto bem empregue. Com todos os outros projetos que temos em cima da mesa, penso que Oeiras ficará ainda melhor servida, quer no movimento interno do concelho, quer depois na sua ligação para Lisboa”. Ainda na mobilidade, o presidente da Parques Tejo frisou que o projeto final do SATU está prestes a ser entregue à Câmara Municipal, e que a autarquia está ainda a ultimar “alguns detalhes no traçado do LIOS”, sendo que, nos próximos dias, irá reunir-se com as autarquias da Amadora e de Lisboa para continuar a desenvolver este tema. Em articulação com a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), foi possível alcançar, em dois anos, um aumento de 48% da oferta de transporte, a que se associou também um crescimento de 62% do número de passageiros.

Parques Tejo não está na “caça à multa”, garante Isaltino

Já Isaltino Morais, presidente da CMO, reforçou que a Parques Tejo não pretende ser uma empresa de “caça à multa”, mas sim “facilitar a vida das pessoas, ordenar o trânsito e o estacionamento”. Dando como exemplo a medida dos 120 minutos de estacionamento grátis em Oeiras, o autarca atesta que o objetivo do munícipio não “é rentabilizar o estacionamento”, mas sim apoiar o comércio local e facilitar a vida aos condutores, lembrando que os funcionários da Parques Tejo são formados para terem uma atitude “pedagógica” e não de punição. Na sua perspetiva, “para haver uma maior percentagem de pessoas a usar o transporte público, este tem que ter qualidade, que se mede não só pelo conforto dos autocarros, mas também na pontualidade.

“A verdade é que o crescimento que se tem verificado aqui no nosso concelho, em relação à Carris Metropolitana é exponencial, houve um crescimento de 65% na utilização do transporte público”. Já em relação ao SATU e ao LIOS, Isaltino Morais considera que estes são fundamentais para servir “os munícipes, trabalhadores, e os parques empresariais do concelho”. “A existência de um transporte público cómodo, confortável e rápido vai alterar substancialmente aquilo que é hoje o hábito e o comportamento das pessoas e cumprir o desiderato que todos defendemos, ou seja, a redução das emissões de CO2, o combate às alterações climáticas”, entre outros.

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