Oeiras quer solucionar mobilidade com obras na A5, reativação do SATUO e concretização do LIOS

Obras estruturantes na A5, a criação de avenidas urbanas paralelas a Norte e a Sul à autoestrada, a reativação do SATUO (Sistema Automático do Transporte Urbano de Oeiras) e a Linha Intermodal Ocidental Sustentável, LIOS, são objetivos estratégicos para a mobilidade no concelho de Oeiras apresentados esta terça-feira, 5 de novembro, durante a sétima edição do Portugal Mobi Summit.

“Oeiras deixou de ser uma inexistência na Grande Lisboa e um dormitório. Deixámos um passado, que na realidade colocava o nosso território numa absoluta inexistência, para os dias de hoje. E 40 anos depois, Oeiras tem uma visão, tem objetivos estratégicos, tem um planeamento a longo prazo”, afirmou a vereadora de Oeiras com o pelouro da mobilidade, Joana Baptista, realçando que atualmente o município “é a segunda economia do país, logo ao lado de Lisboa.”

“Representamos 13% do Produto Interno Bruto (PIB), somos o segundo motor económico do país, produzimos anualmente 34 mil milhões de euros, geradores e proveninetes das nossas empresas. Somos o território cuja inovação tecnológica e científica é uma referência nacional, 30% das empresas de base tecnológica escolheram Oeiras”, refere, destacando no entanto, o problema da mobilidade que necessita de uma estratégia mais ampla e abrangente.

“Não é possível adiar mais o inadiável: é preciso avançar com obras estruturantes na A5 e nos nós de acesso. Já é constrangedor a autoestrada com maior volume de tráfego do país, com maior receita económica, não ter qualquer obra transformadora, qualquer obra estruturante, nos últimos 30 anos”, salientou a veredadora Joana Baptista.

Uma questão que também o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, sublinhou: “Trabalham no Taguspark cerca de 15 mil pessoas, no Lagoas Park 10 mil, na Quinta da Fonte mais 10 mil e quando a A5 foi construída não havia nada disto. Hoje em dia a A5 é uma muralha que não contribui para o desenvolvimento, é antes um obstáculo.”

Oeiras orgulha-se do planeamento realizado, com a vereadora com o pelouro da mobilidade a lançar mesmo um desafio, em que destaca o empenho e o compromisso do município: “A A5 é, de facto, um problema estruturante naquilo que é mobilidade da Grande Lisboa. Se quem deve fazer, como o Governo e a Brisa, não fazem, então transfiram a gestão para Oeiras, que está capacitado para fazer aquilo que deve ser feito”.

Mas há. Segundo a vereadora, outra das prioridades da estratégia de mobilidade do município é a criação de avenidas urbanas paralelas a Norte e a Sul à A5. “Há mais de 30 anos, que temos essas avenidas estudadas e projetadas. Estamos capacitados para lançar obra. São avenidas que são absolutamente cruciais para retirar o tráfego do interior das localidades e é algo que terá de acontecer nos próximos anos”, admitiu.

SATUO voltará a funcionar

Outro projeto delineado pela Câmara Municipal de Oeiras é a reativação do Sistema Automático do Transporte Urbano de Oeiras (SATUO), que esteve em funcionamento entre 2004 e 2015. “É um projeto absolutamente estruturante para o desempenho de Oeiras e que vem colmatar uma omissão gravíssima que é a ligação ferroviária entre duas linhas, a de Sintra e de Cascais , através da estação de Paço de Arcos. É um projeto que a Parques Tejo assegurou e que estamos prestes a concluir todos os estudos e nos próximos três ou quatro anos temos o compromisso de ligar estas duas linhas férreas para poder alimentar as empresas do território”, sublinhou a vereadora. Segundo o município, serão 97 milhões de euros investidos para reativar e completar o SATUO.

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Fazer esta ligação férrea torna-se essencial, de acordo com a responsável pelo pelouro da mobilidade de Oeiras, Joana Baptista, que destaca também a urgência de um “sistema de transporte para responder à zona nascente do concelho, a que tem a maior densidade populacional – Algés, Miraflores, Linda-a-Velha, Carnaxide – que tem um elo umbilical com a Grande Lisboa mas que não está servida de infraestrutura de transporte”. “Mais uma omissão que temos de concretizar a breve trecho”, com a concretização do LIOS (Linha Intermodal Ocidental Sustentável), cujo valor destinado à sua concretização é de 56 milhões de euros.

Oeiras quer estabelecer um verdadeiro cardinal entre o LIOS, o SATUO, as via a sul e a norte da autoestrada e uma rede de canais dedicados ao transporte público. “Qual é a dificuldade de implementar corredores dedicados ao transporte coletivo?”, questiona a vereadora, justificando que essas são condições que proporcionam que as pessoas deixem o carro em casa e optem pelo transporte coletivo. “E isto sim é uma mobilidade sustentável.”

O que te move?

Já o presidente da Parques Tejo, Rui Rei, apresentou as várias medidas de desenvolvimento com o objetivo de uma mobilidade mais eficiente e sustentável, entre as quais a possibilidade, a partir desta terça-feira, 5 de novembro, e através da app Oeiras Move, os residentes do município usufruírem de duas horas de estacionamento gratuito, sem necessidade de dístico. Também o estacionamento fechado terá tarifas mais baixas para os munícipes, de forma a retirar os carros das ruas.

“A base das políticas da mobilidade é o estacionamento”, salienta Rui Rei, “porque é o estacionamento que vai definir as restrições. E quando Oeiras tem esta estratégia do cardinal, do LIOS, do BRT, do caminho e férreo, da autoestrada é porque quer ter uma estratégia não para mais automóveis, mas para pôr o transporte público a circular com velocidade comercial, com previsibilidade, com conforto, essa é a única forma de pedir às pessoas para deixarem o carro em casa.”

De acordo com o projeto, o LIOS terá 6 km de extensão e 13 paragens, enquanto o SATUO serão 10 km com 15 paragens. “É isto que Oeiras quer fazer, é isto que o Governo já deu o seu acordo. No LIOS é preciso passar à questão final, porque estão lá 150/160 milhões de euros e Oeiras quer verdadeiramente utilizar este dinheiro para servir os seus cidadãos”, afirmou Rui Rei.

Outro dos objetivos é o aumento do uso de meios de mobilidade mais sustentáveis, como bicicletas e trotinetes, em modo integrado com a rede de transportes públicos. Assim, de acordo com o presidente da Parques Tejo, serão duplicados os pontos de bikesharing no concelho. Atualmente a rede conta com cerca de 15 km de ciclovias, estando previsto que estas aumentem para 90 km.

Falar em sustentabilidade é também falar de carros elétricos que terão benefícios nos preços da energia através de uma rede de postos de carregamentos que serão integrados na app, e que segundo a Parques Tejo está prevista a criação de uma rede de 300 a 400 postos de carregamento.

Fotos: OL / Parques Tejo

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