CM Oeiras e Liga Contra o Cancro vão atribuir bolsa de 100 mil euros

A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) assinou, na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, um protocolo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), que prevê uma atribuição de 100 mil euros para investigação na área da Oncologia, e que se baseie no uso da inteligência artificial. 

A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) e o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) assinaram, esta sexta-feira, dia 14 de fevereiro, às 12h30, um protocolo para atribuição da Bolsa de “Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial”, cujo financiamento de 100 mil euros será integralmente assegurado pelo Município de Oeiras. “Em Portugal, o cancro é uma das principais causas de morte, com um impacto significativo na qualidade de vida, na economia e no sistema de saúde”, disse o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino Morais, durante a cerimónia, que teve lugar no Salão Nobre do Palácio Marquês de Pombal.

“De acordo com um relatório recente da OCDE, o custo do cancro para a economia portuguesa é alarmante, com implicações graves não apenas no tratamento, mas também nas perdas de produtividade e nos custos indiretos associados. Este cenário exige uma resposta estruturada e estratégica, que vai além da simples luta contra a doença. A nossa proposta é clara e focada: devemos investir em inovação, conhecimento e, acima de tudo, em investigação científica. A investigação aplicada é, sem dúvida, a chave para encontrar novas soluções, novos tratamentos e formas de diagnosticar e prevenir o cancro de maneira mais eficaz”, disse ainda o autarca, lembrando que a LPCC tem sido “uma força fundamental na luta contra o cancro em Portugal”.

Bolsa é totalmente financiada pela autarquia

Esta bolsa da LPCC prevê o financiamento de projetos de investigação científica na área da Oncologia, e que se baseiem na Inteligência Artificial (IA), estimulando a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento, como biotecnologia, informática, medicina e engenharia, “para criar modelos preditivos, que possam identificar com maior precisão os indivíduos em risco de desenvolver cancro e possibilitar a adoção de intervenções precoces”. Esta bolsa será totalmente financiada pela Câmara Municipal de Oeiras (CMO), e pretende ser “um incentivo direto para que os investigadores se dediquem ao desenvolvimento de soluções concretas que possam impactar positivamente o diagnóstico e o tratamento do cancro, não apenas a nível local, mas também nacional e internacional”.

“Além disso, ao incentivar a investigação aplicada, este projeto reforça o compromisso de Oeiras com a sustentabilidade do sistema de saúde e com a criação de um futuro mais saudável para as gerações vindouras”, reforçou Isaltino Morais. Este concurso será aberto a todos os centros de investigação nacionais, disse ainda o autarca, que incentivou as instituições sedeadas em Oeiras a concorrerem a este financiamento. “Para que os resultados da investigação e da inovação científica sejam efetivos, é necessário que toda a comunidade se envolva: seja através da participação em programas de triagem, no apoio à divulgação das campanhas de prevenção, ou ainda no incentivo a mais jovens cientistas a se dedicarem à Oncologia”.

Oeiras quer ser um centro de excelência na área da Ciência e da Tecnologia

“A Bolsa Liga Contra o Cancro/Oeiras Valley reflete um compromisso coletivo com a saúde pública e a inovação científica. O município não só apoia a investigação de ponta, mas também cria as condições para que as universidades, centros de investigação e empresas sediadas em Oeiras possam prosperar neste campo, gerando não só novos conhecimentos, mas também novas oportunidades económicas e de emprego para a nossa população. Oeiras, através da sua Estratégia de Ciência e Tecnologia, tem vindo a afirmar-se como um polo de inovação, ciência e investigação”.

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“A nossa visão é posicionar Oeiras como um centro de excelência em ciência, tecnologia e inovação, especialmente nas áreas da saúde e das ciências da vida”, reforçou o presidente da CMO, recordando que vai surgir, em Oeiras, o Campus das Ciências da Vida, que junta instituições como universidades, centros de investigação e empresas. “Este campus é reflexo da nossa ambição de colocar Oeiras na vanguarda da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico. O Campus das Ciências da Vida não é apenas um espaço físico, mas um verdadeiro ecossistema de inovação que favorece a colaboração multidisciplinar e a troca de conhecimento, com um foco particular nas ciências da vida e na saúde”.

Inscrições abrem a 1 de março

Esta bolsa, considera ainda Isaltino Morais, será ainda “um passo importante para atrair cientistas, investigadores e startups de alto nível, consolidando o papel de Oeiras como um hub de inovação na área da Saúde. O investimento nesta área representa uma oportunidade para salvar vidas, reduzir custos com tratamentos tardios e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, sendo que esta bolsa, cujas inscrições abrem a 1 de março, é “uma oportunidade única para darmos um passo significativo na prevenção e no tratamento do cancro. Este é apenas o início de um futuro promissor na luta contra o cancro, e Oeiras está pronta para assumir um papel de liderança”, disse ainda o autarca de Oeiras, concelho que destina 1% do seu orçamento municipal ao investimento em investigação e ao apoio ao conhecimento emergente.

Já de acordo com o Presidente da Direção do Núcleo Regional do Sul da LPCC, Francisco Ferreira, a LPCC “tem quatro eixos de intervenção estratégicos: apoio ao doente oncológico, prevenção primária, prevenção secundária e, por último, a investigação e formação em Oncologia. A primeira é prioritária, pois apoia aqueles que hoje precisam; a segunda é um objetivo estratégico para o futuro, que no fundo é prevenir a doença; a terceira, basicamente, é o diagnóstico e a quarta é a procura incansável da cura. Há cerca de um ano, a Liga decidiu iniciar um programa que se chama Mexer contra o Cancro, que é um programa da segunda área”, e que foi discutido numa reunião com o presidente Isaltino Morais, na qual se chegou à conclusão que seria igualmente importante financiar uma bolsa de investigação.

Inteligência Artificial será crucial para melhorar o diagnóstico

No entanto, “não desistimos do Mexer contra o Cancro, e daí resultaram cinco bolsas de 15 mil euros. Três bolsas resultaram dos nossos grupos de apoio e delegações, que, por todo o Núcleo Sul, desde Faro até Portalegre, organizaram uma corrida para participar neste evento. Naquele dia, das atividades físicas que foram feitas naquele dia, resultaram mais duas bolsas. E, portanto, desta iniciativa, acabámos por conseguir ter uma bolsa, muito importante, que é esta dos 100 mil euros, e mais cinco bolsas, que permitem, muitas vezes, que os próprios investigadores juntem o material suficiente para se candidatarem a este tipo de bolsas”, reforçou o responsável.

Através do cruzamento com a Inteligência Artificial, “pretende-se uma maior precisão naquilo que é o diagnóstico e maior personalização dos tratamentos. Esperamos que, no futuro, possa haver continuidade, para que possamos manter esta parceria”, concluíu Francisco Ferreira.

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