O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, associou-se, na tarde deste domingo, 23 de fevereiro, à iniciativa Relembrar o 3.º ano da Invasão da Ucrânia pela Rússia, que aconteceu na Praça do Município.
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), recebeu, na tarde deste domingo, 23 de fevereiro, a Embaixadora da Ucrânia, Maryna Mykhailenko, na Praça do Município, a fim de recordar os três anos da invasão russa à Ucrânia. Na cerimónia, que aconteceu na Praça do Munícipio, Maryna Mykhailenko começou por lembrar que os últimos três anos foram de “assassinato, destruição e violência”, mas também “de resistência, heroísmo e determinação. Determinação para defender o nosso direito à vida, o direito de viver na nossa própria terra, o direito de sermos livres e de sermos ucranianos”.
“Parece algo tão natural ter o direito de viver no próprio país, falar a sua língua materna, escolher o seu próprio futuro, ou construir uma democracia. São valores que parecem interessantes ao ser humano, como respirar e viver, mas, na realidade, é necessário lutar por esses valores, com armas nas mãos e estando disposto a dar a vida por eles. A liberdade revela-se o valor supremo para os ucranianos. Um valor pelo qual há anos travamos uma batalha sangrenta, uma luta de vida ou morte, uma batalha do bem contra o mal”, disse ainda a embaixadora, frisando que o que une Ucrânia e Portugal é “o amor pela liberdade”.
Gratidão pela ajuda de Portugal, reforçou Maryna Mykhailenko
“Expressamos a nossa mais profunda gratidão a Portugal e ao povo português pelo apoio, pela ajuda e pela solidariedade. Solidariedade não apenas com palavras, mas também com ações”, disse ainda Maryna Mykhailenko, que aproveitou a ocasião para agradecer a Carlos Moedas pela cooperação com a Embaixada da Ucrânia. “Graças ao seu apoio, foi restaurada a Cruz Principal da Catedral de Santa Sofia, em Kiev, um local sagrado para todos os ucranianos. Graças à sua ajuda, no ano passado, foi inaugurada, no centro de Lisboa, um memorial de homenagem às vítimas do Holodomor. Para a comunidade ucraniana este foi um momento de enorme significado”, realçou a embaixadora, destacando também o “apoio incondicional” de todos os políticos portugueses.
“Neste momento crítico, estamos numa luta não apenas pelo nosso próprio país, mas pelo futuro de toda a Europa, porque a Ucrânia é a Europa. Apenas através de esforços conjuntos poderemos alcançar uma paz justa e duradoura: uma paz que interessa a todos, e aos ucranianos, mais do que a ninguém. Uma paz baseada na Carta das Nações Unidas, um direito internacional, um direito que deve ser igual para todos os países, grandes e pequenos. Os ucranianos merecem uma paz justa. Aqueles militares e civis que deram a vida para defender os valores democráticos. Aqueles que continuam a lutar pela liberdade”.
“As crianças ucranianas, deportadas à força para a Rússia: todos elas merecem uma paz justa, baseada em graus e leis, onde o agressor paga pelos seus crimes e os assassinos recebem o castigo merecido. Uma paz onde o povo decide o seu próprio futuro e o futuro da Ucrânia”, concluíu.
Carlos Moedas destacou a coragem do povo ucraniano
Já o presidente da CML, Carlos Moedas, destacou a “coragem” de todos aqueles que lutam pela “democracia e pela liberdade”. “Obrigado à Ucrânia. Há exatamente 1095 dias, há três anos, estávamos aqui, ao vosso lado. E o orgulho que tenho no povo da Ucrânia é também um orgulho que eu tenho em Portugal e no povo da nossa cidade de Lisboa: porque estivemos aqui sempre presentes a cada dia e estaremos sempre presentes nesta luta ao vosso lado. O povo lisboeta esteve sempre ao vosso lado. E isso nunca o podemos esquecer e sei que vocês nunca o esquecem”. O autarca de Lisboa disse ainda que os lisboetas estarão sempre com a Ucrânia.
“Quando olharem para a Catedral de Santa Sofia e virem aquela cruz que lá está em cima, saibam que foi o povo de Lisboa que esteve ao vosso lado e que não vos esqueceu. Nos momentos mais difíceis, quando se sentem sozinhos, podem sempre saber que Lisboa está no vosso coração”, reforçou Moedas, destacando ainda a liderança do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, porque “sempre deu o peito às balas, esteve convosco, esteve com a Europa. Presidente Zelensky, obrigado em nome dos lisboetas. Há 1095 dias que estamos juntos e vamos continuar”.
Lisboa estará sempre com a Ucrânia, realça Moedas
“Nós estaremos aqui todos os dias, ao vosso lado. Não esqueceremos, nunca esqueceremos e estaremos sempre do lado de vós, do lado da luta, que é o lado da liberdade e da democracia”, concluiu o presidente da CML. Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, também participou nesta cerimónia, onde referiu que Lisboa recebeu bem os refugiados que fugiram do conflito, quando este começou, em fevereiro de 2022.
“Vamos vencer esta guerra. Durante três anos, os portugueses nunca pararam de ajudar os ucranianos. Obrigado, Portugal. Obrigado, Carlos Moedas e a todos os políticos, a toda a sociedade, a cada português que está ao lado da Ucrânia e dos ucranianos”, referiu o responsável, antes de passar a palavra a uma jovem ucraniana que testemunhou o conflito de perto. Esta cerimónia terminou com um minuto de silêncio em honra das vítimas da guerra e com o Hino Nacional Ucraniano.