Na cerimónia de homenagem aos heróis do 1.º de Dezembro, na praça dos Restauradores, Fernando Medina reafirmou os “grandes ideais da liberdade, do progresso, da solidariedade e da paz”, alertando para uma “Europa, em que a mistura explosiva dos nacionalismos agressivos e dos populismos violentos ameaça” os “valores fundamentais” das sociedades democráticas. Medina realçou: «as grandes datas da vida dos povos mantêm intacto o seu poder de inspiração e de renovação. Vindas do passado, tornam-se presente e futuro. São como velhas palavras que sabem dizer o novo. O dia 1 de Dezembro, no que foi em 1640 e no que hoje representa, é uma dessas grandes datas da nossa história».
Na cerimónia, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que também depositou coroas de flores junto ao monumento, esteve também o ministro da Defesa Nacional, que manifestou o desejo de “atualização e transformação das Forças Armadas” para combater o “enorme deficit de conhecimento” da sociedade sobre aquela organização.
“Enquanto expressão dos valores nacionais, salvaguarda da vontade popular e garante último da soberania, a Defesa Nacional constitui um dos esteios da identidade portuguesa”, afirmou o ministro da Defesa.
O membro do executivo socialista lamentou o “enorme deficit de conhecimento e de compreensão do papel das Forças Armadas, que só pode ser ultrapassado com um debate amplo e inclusivo sobre os caminhos a prosseguir, no atual contexto internacional de grande incerteza”. “Há uma vontade clara do Governo português, e em particular do Ministério da Defesa, de apostar na atualização e transformação das Forças Armadas (FA) para que estejam devidamente habilitadas a corresponder aos desafios com que nos confrontamos, e este processo requer um conhecimento mais amplo na sociedade portuguesa sobre a Defesa Nacional e o contributo que ela dá à salvaguarda da soberania nacional”, disse.
Segundo Gomes Cravinho, “os investimentos” perspetivados para as FA “garantem precisamente a interoperabilidade, a flexibilidade, a adaptabilidade e o duplo ou multiuso, respondendo simultaneamente a compromissos e interesses internacionais de Portugal e a missões de benefício para a população portuguesa”. “A presença de Portugal nas organizações regionais e internacionais que suportam a segurança coletiva – falo aqui da NATO, mas também da União Europeia e da própria CPLP – tem de ser entendida como um contributo fundamental para promoção de uma visão de segurança humana, que coloca as pessoas em primeiro lugar. Simultaneamente, essa presença significa também uma responsabilidade partilhada pela definição e o combate às ameaças comuns que enfrentamos”, continuou referindo-se aos destacamentos nacionais na República Centro Africana, Afeganistão ou Lituânia.
Para o ministro da Defesa, ao assinalar-se o dia da restauração está-se a relembrar «a valentia e a coragem dos que, em 1640, souberam dar expressão ao desejo de liberdade, e de vida em comum do povo português, enquanto povo, soberano e consciente de uma vontade destino coletivo», sendo «também um momento privilegiado para comemoramos igualmente a visão de todos aqueles e aquelas que desenharam o futuro de Portugal, da sua identidade enquanto nação, e a souberam consolidar ao longo de nove séculos de história».
Por seu turno,Fernando Medina que, no inicio do seu discurso assumiu o compromisso de apoiar «a reabilitação do Palácio da independência para que este possa ser um local vivo e aberto ao conhecimento da nossa história», sublinhando que «já estão concluídos os estudos prévios e que, 2019, será o arranque do concurso público para a realização das obras».
O presidente da Câmara de Lisboa salientou, por outro lado, que “Lisboa é hoje, mais do que nunca, uma cidade universal, onde diariamente convivem pessoas de todas as origens, nacionalidades, culturas, costumes, religiões”. “Façamos da capital de Portugal um símbolo vivo, dinâmico e criativo desse universalismo sem o qual o futuro fica ameaçado. Façamos de Lisboa um exemplo ativo de descoberta e troca, de curiosidade pelo outro e de abertura ao mundo, de convivência e de tolerância”, desejou, a fim de reforçar, afirmar e renovar a identidade portuguesa “patrioticamente”
Antes de Gomes Cravinho e de Fernando Medina discursaram o coordenador do Movimento 1.º de Dezembro de 1640, Ribeiro e Castro, e o presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Alarcão Troni.
Vídeo de encerramento
Desfile de Bandas
À tarde, a Avenida da Liberdade recebeu o desfile comemorativo do feriado nacional do 1.º de Dezembro, que contou com a participação de 33 bandas filarmónicas e agrupamentos do país.
Para a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), este desfile consistiu numa «homenagem a uma prática musical com mais de 200 anos que, um pouco por todo o país, continua a desempenhar um importante papel na formação cívica e musical de crianças e jovens».
Resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa, a EGEAC e o Movimento 1º Dezembro, este é o sétimo desfile nacional de bandas filarmónicas, que contou com a presença de grupos como os Tocándar, de Leiria, e do grupo de Bombos de Atei, de Vila Real. O desfile iniciou-se às 15:00, junto à Estátua dos Combatentes da Grande Guerra, na Avenida da Liberdade, e terminou na Praça dos Restauradores.