Há 694 anos, mais precisamente a 7 de Janeiro de 1325, Portugal vestia-se de luto para homenagear o rei D. Dinis, O Lavrador.
Falecido em Santarém, deixou, por escrito, o desejo de ser sepultado na Igreja do Mosteiro Cisterciense de Odivelas.
No seu testamento, D. Dinis, inclusivamente, indicava o local (a meio, entre a capela-mor e o coro) onde queria que o seu túmulo fosse colocado. Era um mausoléu majestoso. O primeiro a ter uma estátua jazente. O primeiro a ficar dentro de um lugar sagrado. Estava cercado de grades altas de ferro terminando em escudetes nas pontas dos balaústres com as armas de Portugal, e cruzes da Ordem de Cristo. Um dossel cobria-o em toda a sua dimensão.
Entretanto, o túmulo de D. Dinis, no Mosteiro de Odivelas, está a ser alvo de uma nova intervenção. A sepultura, que não era restaurada desde meados do século XX, recebeu uma primeira intervenção de limpeza, conservação e diagnóstico em finais de 2016 e, agora, esta a receber uma segunda intervenção, no valor de 250 mil euros, que está a ser realizada através do Protocolo de Cooperação existente entre a Câmara de Odivelas e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e cofinanciada pelo Programa Operacional Lisboa 2020.
Além de «Estudos, Pareceres, Projetos e Consultoria», este processo inclui a «recuperação das coberturas, vãos e paramentos e da cabeceira da Igreja do Mosteiro», onde fica a sepultura do “Rei Lavrador”, e a «conservação e restauro dos túmulos». Isto porque, do outro lado do altar-mor, na capela exatamente oposta à de D. Dinis, existe um segundo túmulo que se acredita pertencer ao Infante D. Dinis, neto do rei português e filho de D. Afonso IV.