ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LOURES DEBATE DRAMA DOS REFUGIADOS

Os refugiados e o drama da precariedade da sua situação são um dos grandes temas da vida mundial. É impactante a escala numérica dos que se encontram nessas condições. Por isso, a Assembleia Municipal de Loures vai realizar na segunda-feira, 10 de outubro, uma conferência para debater o problema dos refugiados.

A palavra refúgio, do latim refugium, abrigo, é por si só reveladora do seu significado. Indica os que, em função de tensões e conflitos da vida internacional e nacional, precisam procurar abrigo fora de seu país para escapar aos sérios perigos que enfrentam. São perigos de perseguições que alcançam e discriminam etnias, religiões, povos, grupos sociais e políticos. Perigos à vida, que resultam de conflitos armados, como na Síria, Afeganistão, Ucrânia.

E, por isso, a Assembleia Municipal de Loures, no âmbito do “Ciclo de Encontros – Direitos Humanos, Democracia e Desenvolvimento”, vai promover, na próxima segunda-feira, dia 10 de outubro, a conferência “Direitos Humanos em Tempos de Cólera: o Drama dos Refugiados”, que vai decorrer no Palácio dos Marqueses da Praia e de Monforte, em Loures.

Este ‘Ciclo de Encontros’ pretende promover a reflexão coletiva sobre a situação dos direitos humanos e a necessidade, cada vez maior de “afirmarmos os mesmos como direitos universais e indivisíveis”, salienta em comunicado a Assembleia Municipal, lembrando que Portugal foi mesmo o primeiro país a implementar o mecanismo da proteção temporária, tendo construído, ao longo dos anos, um património humanista, assente na dignidade da pessoa humana e proteção efetiva daqueles que procuram o país.

Sobre a temática dos refugiados, quatro oradores vão estar em Loures para abordar esta questão, assente no facto de que, na última década, registou-se um crescimento exponencial do número de pedidos de asilo em Portugal. Desta forma, foi necessário encontrar formas de resposta expeditas e inovadoras, preferencialmente descentralizadas no país, as quais ficaram mais aprofundadas com a situação dos Refugiados Ucranianos.

Na perspetiva dos promotores deste ciclo de conferências, Portugal construiu ao longo dos anos um património humanista assente na dignidade da pessoa humana e proteção efetiva daqueles que nos buscam, tendo sido um dos primeiros países do mundo a ratificar a Convenção de Genebra em 1961, comprometendo-se a acolher em território nacional indivíduos refugiados e requerentes de proteção internacional.

No que diz respeito aos Refugiados Ucranianos, Portugal foi mesmo o primeiro país a implementar o mecanismo da proteção temporária e o volume de pedidos recebidos até ao momento traduz um movimento humano sem precedentes. Mais de 39 mil cidadãos ucranianos beneficiam agora dessa proteção, três mil já têm contratos de trabalho. A política de acolhimento de Portugal continua a merecer o reconhecimento internacional e do próprio Presidente Ucraniano, salienta Susana Amador, presidente da Assembleia Municipal de Loures, em artigo de opinião publicado no Expresso.

Centro de Enfermagem Queijas

Os quatro oradores convidados para este debate são: André Costa Jorge, licenciado em Antropologia e Diretor Geral do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal; Mónica Farinha, presidente da Direção do Conselho Português para os Refugiados (CPR), e que trabalha em estreita cooperação com as entidades e organizações nacionais mais relevantes no âmbito da proteção; Vasco Malta, advogado e que trabalha como Chefe de Missão da Organização Internacional das Migrações (IOM) (Agência das Migrações das Nações Unidas) em Portugal; e ainda Pedro A. Neto, Diretor Executivo da Amnistia Internacional – Portugal.

Esta sessão, que conta com a participação de alunos de três Escolas Secundárias do concelho de Loures, será aberta por Susana Amador, presidente da Assembleia Municipal de Loures e encerrada pelo presidente da Câmara Municipal, Ricardo Leão.

Quer comentar a notícia que leu?