CÂMARA DE LISBOA INVESTIU 11 MILHÕES DE EUROS NA NOVA ESCOLA ARQUITETO RIBEIRO TELLES

Nesta quinta-feira, dia 14 de setembro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, inaugurou as novas instalações na Escola Arquiteto Ribeiro Telles, no Bairro da Boavista, em Benfica. Este espaço foi totalmente reconstruído de raiz, com a criação de dois pisos e um conjunto alargado de valências, tais como salas de música, cozinha, entre outras.

Esta obra consistiu na demolição de todo o edificado existente e a construção de um novo edifício, com dois pisos. Desta forma, a nova Escola Básica Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles conta com um grande átrio de entrada virado para o bairro, e ainda uma biblioteca. Do mesmo tempo, tem também uma sala multideficiência, cozinha de confecção local e refeitório e ainda seis salas de música. Igualmente, conta também com uma sala de eventos musicais, um pavilhão gimnodesportivo, e condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada, entre outras valências.

Para o presidente da Associação Juvenil Ponto Benfica, Mário Rui Crispim, “é um orgulho poder inaugurar esta escola, onde fui aluno”. Ao mesmo tempo, é também um prestígio “ver que houve muitos fundos europeus a virem para o nosso bairro e que as coisas estão a ser feitas”. Contudo, reforça “que ainda há muito a fazer” e mostrou toda a sua disponibilidade “para dar continuidade a esta escola e ajudá-la, dentro e fora de portas”. A nova Escola Básica Gonçalo Ribeiro Telles conta com três salas de jardim de infância, para 75 crianças e oito salas do primeiro ciclo, com capacidade para 192 alunos.

Sonho antigo da comunidade

No total, esta empreitada representou um investimento municipal de 11.226.192,77 € e vem cumprir com aquilo que “é um sonho antigo” da comunidade do Bairro da Boavista, conforme referiu a presidente da Associação de Moradores, Anabela Rebelo. “Não sei o que dizer, o meu coração está cheio, mas cheio de humildade e orgulho. Este é um sonho antigo que foi realizado”, frisou a responsável, lembrando a luta que foi para conquistar o novo espaço, algo que muitos até já nem acreditavam. “Esta escola não tinha condições, havia buracos, havia cheias, não havia água nem eletricidade”, referiu Anabela Rebelo.

A responsável aproveitou para agradeceu todo o apoio de Inês Drummond – antiga presidente da Junta de Benfica e atual vereadora na CML – e ao atual presidente da junta, Ricardo Marques. “Deram-nos a oportunidade de vermos este sonho realizado”. Contudo, a presidente da Associação de Moradores reforçou “que ainda há muito a fazer” e pediu a todos para que estimem este novo estabelecimento de ensino. “O nosso bairro é digno e temos muita coisa boa”, concluiu.

Escola para todos

Já para a diretora do Agrupamento de Escolas de Benfica, Rosária Alves, “este é um momento de festa. Esta escola será do futuro e foi projetada para que a comunidade fosse uma parte integrante”, referiu a responsável, parabenizando a obra, que considera que “irá dar aos alunos as melhores condições de aprendizagem e conforto”. A diretora considera mesma que a nova Escola Básica Gonçalo Ribeiro Telles será “uma escola para todos”. Destacando as suas valências na área da multideficiência, Rosária Alves considera que este espaço vai ser “uma resposta que se quer integradora e potenciadora do sucesso das pessoas com necessidades especiais”.

Também a biblioteca será candidata à Rede Nacional de Bibliotecas e haverá ainda salas destinadas à Orquestra Nova Geração, cuja sede será agora nesta nova escola. “Temos espaços exteriores fantásticos que promovem o bem estar e salas de aula cheias de luz e conforto”, frisou a diretora do agrupamento, salientando que, aqui, “será igualmente possível respirar Monsanto, o pulmão da cidade”. Por outro lado, Rosária Alves sublinhou que a escola “não é só edificado, mas também somos todos nós. A escola é um bem de todos, temos de cuidar dela. Os pais confiam em nós para ensinar os filhos e essa será a nossa missão: educá-los com respeito pelo próximo”.

Ainda no mesmo discurso, a responsável apelou a um reforço dos recursos humanos afetos à escola, pedindo mesmo à Câmara de Lisboa que, juntamente com o Ministério da Educação, faça uma distribuição dos funcionários em função “das reais necessidades das escolas”.


Requalificar a Secundária José Gomes Ferreira

Rosária Alves considera ainda que a Escola Básica Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles “será um exemplo de inclusão e sucesso na cidade” e aproveitou para agradecer a todas as pessoas e entidades que ajudaram a concretizar este objetivo. A diretora do Agrupamento de Escolas de Benfica lembrou ainda que este “fica hoje com a quarta escola requalificada”. Contudo, “o Agrupamento tem cinco escolas”.

Por isso, lembrou a necessidade urgente de se avançar com a requalificação da Escola Secundária José Gomes Ferreira, cujo projeto está previsto na Carta Educativa da Câmara de Lisboa. “Gostaria de ter uma escola nova daqui a cinco anos, porque a atual já não responde às necessidades dos alunos”, concluiu a diretora. O pedido foi acedido por Carlos Moedas, que lhe garantiu que o problema “será resolvido”.

Nova escola “muda o estigma” de um bairro social

Por sua vez, Ricardo Marques, presidente da Junta de Benfica, reforçou que o novo estabelecimento de ensino será “uma obra que representa uma comunidade e a resiliência de centenas de pessoas”. O autarca lembrou que este é um desejo que já vem de mandatos anteriores, e que, neste sentido, o antigo vereador Manuel Salgado foi das primeiras pessoas a comprometer-se com a empreitada. “Ele e o Fernando Medina dedicaram muito esforço e empenho nesta obra, assim como a Inês Drummond, que também fez disto uma bandeira”, reforçou o presidente da Junta de Benfica.

Para o autarca, esta nova escola vai também permitir “abrir o bairro a Lisboa inteira”, mudando assim “o estigma daquilo que é um bairro municipal”. Ricardo Marques sublinhou ainda que a Escola Básica Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles “será mais do que uma escola”, uma vez que “acolhe projetos como o Orquestra Geração ou o ‘Há Revista na Boavista’”, e ainda irá acolher também a Sociedade Filarmónica Euterpe, um grupo que acabou em 1930.

Para breve, a Junta de Freguesia espera reativar este coletivo, com os alunos da Escola Superior de Música. De igual forma, “os auditórios vão receber concertos, e assim vamos receber a cidade no Bairro da Boavista”. “As pessoas vão ter orgulho em vir ao Bairro da Boavista”, concluiu o autarca, agradecendo ainda a todos os que concretizaram esta obra, em especial à Associação de Moradores, que se “entregou de corpo e alma”.

Educação é uma das prioridades da CML

O presidente da CML, Carlos Moedas, reforçou que, acima das cores partidárias, o mais importante “é trabalhar para as pessoas”. Aqui, salientou ter “uma boa relação” com Ricardo Marques (PS). Em relação ao Bairro da Boavista, o edil referiu que “está aqui desde a primeira hora”, de forma a resolver todos os problemas deste bairro. Por outro lado, disse ainda “que estarei sempre cá para a juventude, que será o futuro”.

Para Moedas, é a Juventude que consiste uma das maiores prioridades da CML, a par da Habitação. “São as nossas duas maiores prioridades. A Habitação é dar dignidade às pessoas e a Educação é garantir o futuro”, reforçou o autarca. Aqui, voltou a referir o investimento de 30 milhões de euros já realizados na Educação, e que pertencem a uma verba total de 107 milhões que a autarquia prevê investir até 2026. “Estamos unidos nesta mudança”, frisou Moedas, lembrando que a CML tem uma lista de 41 escolas para requalificar até 2025, e que representa um investimento de 80 milhões de euros. “Sem o dinheiro da União Europeia, não fazíamos o que estamos a fazer”, admitiu.

Escola do futuro

Sobre o Bairro da Boavista, Moedas considera que este “é bairro que merece mudar”. Aqui, o edil lembrou o processo de alojamento em curso, o qual a vereadora Filipa Roseta, responsável pelo pelouro da Habitação, quer que fique concluído até 2026. “Queremos dar dignidade a todos e é o que vamos fazer sem hesitar”. Já acerca da Escola Básica Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, o presidente da CML considerou que “é mais do que uma escola”, sendo ainda “uma escola do futuro. Já visitei muitas escolas e isto é do melhor que existe na Europa”. No mesmo discurso, o presidente da CML agradeceu a todos os trabalhadores da autarquia pela “sua enorme dedicação” nesta obra.

“A escola existe porque os arquitetos fizeram, os engenheiros fizeram”, reiterou. Por fim, Carlos Moedas lembrou também quem foi Gonçalo Ribeiro Telles, arquiteto paisagista que trabalhou na Câmara de Lisboa. “É um orgulho para a autarquia e para os funcionários esta homenagem. O Gonçalo Ribeiro Telles repensou a Avenida da Liberdade”, tendo sido o responsável pela instalação dos espaços verdes daquela artéria. “Foi um dos maiores arquitetos paisagistas do mundo. Era um homem com uma curiosidade enorme e era isso que o levava a todo o lado”, concluiu Moedas, incentivando as gerações mais novas “a terem esta curiosidade, porque é isso que vos leva mais longe”.

Para além deste novo estabelecimento, a CML inaugurou também, esta quinta-feira, a Escola Básica Manuel Teixeira Gomes, em Marvila, e que recebeu várias obras de intervenção, num investimento a rondar os cinco milhões de euros.

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