Um grupo de cavalos Sorraias (5 éguas e 1 macho), vindo de criadores diferentes, vão viver em liberdade no Parque Natural Sintra-Cascais a partir de quinta-feira, lembrando que existem apenas 200 em todo o mundo. Desses, cerca de 100 estão em Portugal. Mais ameaçados do que os Garranos, os Sorraias estão em vias de extinção.
A Câmara de Cascais vai introduzir os cavalos Sorraias no Parque Natural Sintra-Cascais (PNSC) com dois objetivos bem definidos: «a salvaguarda desta raça autóctone e apoio na gestão dos matos, logo, na redução do risco de incêndio». Assim, no próximo dia 3 de março, quinta-feira, serão libertados na Quinta do Pisão, no PNSC, dia em que se celebra o Dia Mundial da Vida Selvagem.
Segundo explica a autarquia, «a ideia faz parte da estratégia da Câmara de implementação do Plano de Paisagem que implica uma abordagem inovadora na gestão do território», nomeadamente a reintrodução da megafauna, como cavalos e burros, nos ecossistemas de forma a restabelecer o seu equilíbrio num processo de re-naturalização. «Este é, aliás, um movimento ( https://rewildingeurope.com/) que tem vindo a crescer na UE do qual a Quinta do Pisão é parte integrante desde 2014», revela a autarquia presidida por Carlos Carreiras.
Para a Câmara, «estes grandes herbívoros, pela pressão natural que exercem sobre a vegetação, vão reduzir a carga de vegetação e, consequentemente, o risco de incêndio. Vão ainda promover a biodiversidade através das clareiras que abrem e ajudar na dispersão de sementes e matéria orgânica pelas suas fezes».
«São animais funcionais que ajudam a equilibrar todo um sistema que foi desequilibrado com o seu desaparecimento pela pressão do Homem (seja pela domesticação ou caça). Ou seja: vão transformar este território numa paisagem natural, rica em biodiversidade, mais resiliente e adaptada às aliterações climáticas», adianta o comunicado do município.


