Junta das Avenidas Novas distinguiu sete mulheres no Dia da Mulher

A Junta de Freguesia das Avenidas Novas (JFAN) homenageou, no Dia da Mulher, na passada sexta-feira, 8 de março, sete mulheres que se distinguiram pelo seu trabalho em prol da comunidade. A cerimónia aconteceu no auditório da sede da Ordem dos Contabilistas Certificados.

Como tem vindo a ser tradição, a Junta de Freguesia das Avenidas Novas (JFAN) homenageou, esta sexta-feira, 8 de março, oito mulheres que se distinguiram pelo seu trabalho. A iniciativa aconteceu na sede da Ordem dos Contabilistas Certificados. Daniel Gonçalves, presidente da JFAN, abriu a cerimónia a sublinhar que este encontro pretende “assinalar o Dia da Mulher”. De igual forma, quer ainda “reafirmar o nosso compromisso com a igualdade social e reconhecer o papel vital das mulheres não apenas na nossa freguesia, mas também em todo o país e em todos os lugares”.

Recordando que o Dia Internacional da Mulher teve as suas origens nos movimentos operários “e de luta pelos direitos das mulheres no final do século XIX e início do século XX”, o autarca disse ainda que é “crucial relembrar e reconhecer os grandes feitos das mulheres portuguesas” ao longo da história. “Elas não mudaram apenas a nossa sociedade e mentalidade, como também foram pioneiras nas mais diversas áreas”, sustentou Daniel Gonçalves. Atualmente, frisou “as mulheres ganham, em média, menos 16% que os homens”. Igualmente, existe ainda uma “sub-representação das mulheres em cargos de gestão e liderança”, onde apenas 29,6% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres.

Lutar contra as desigualdades

Por isso, é necessário “promover a igualdade de oportunidades no setor empresarial e na esfera política”, acrescentou. O presidente da JFAN relembrou ainda “as mulheres portuguesas que se destacaram em áreas como a ciência, a cultura, o desporto e o empreendedorismo”, como por exemplo Paula Rego, Maria Lamas, Sophia de Mello Breyner ou Lídia Jorge, entre outras. Na sua perspetiva, estas personalidades “inspiram gerações futuras a seguir os seus passos na procura da excelência nas suas próprias áreas de interesse e desenvolvimento”. Contudo, prosseguiu o autarca, “devemos ainda reconhecer que muito está por fazer para alcançar a plena igualdade”.

Desta forma, há ainda desafios como “a disparidade salarial e a sub-representação das mulheres em cargos de liderança”. Por isso, “a nossa responsabilidade coletiva é enfrentar essas desigualdades e trabalhar na construção de uma sociedade mais justa, independentemente do género”. “Mais do que nunca, devemos renovar o nosso compromisso na defesa dos direitos das mulheres e unir-nos na criação de um ambiente onde todas as pessoas, independentemente do género, possam prosperar e contribuir para o bem-estar e para o progresso da nossa freguesia”, concluiu Daniel Gonçalves.

Paula Franco e Hélia Pereira foram duas das homenageadas

Uma das homenageadas pela JFAN foi Paula Franco, Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados. Esta, salientou no seu discurso que, “ao longo dos anos, as mulheres sempre foram discriminadas”, havendo ainda, uma “desigualdade salarial” entre homens e mulheres. Por isso, defende que é necessário lembrar que “se deve lutar para que todos tenham as mesmas oportunidades”. Por fim, a bastonária recordou ainda que, no caso da Ordem dos Contabilistas Certificados, já existem “55% de mulheres e 45% de homens” a exercer funções neste organismo. A segunda homenageada foi Hélia Pereira, Reitora da Universidade Europeia, e que já teve várias funções de responsabilidade em diversas empresas.

Hélia Pereira começou a sua intervenção a agradecer esta distinção, lembrando que é natural de uma vila pequena (Grândola), em que não existiam grandes oportunidades de progressão profissional. “O máximo era ficar a trabalhar no Alentejo”, disse a reitora, que agradeceu à mãe a oportunidade de poder ter vindo estudar para Lisboa, há 34 anos. “Nunca fiz um plano de carreira, mas tive muita sorte”, disse ainda Hélia Pereira, que começou a sua carreira académica há 24 anos. Atualmente, lembrou, “tenho a enorme responsabilidade de garantir que todos os estudantes possam ser excelentes profissionais e boas pessoas”.

Ainda há profissões mais associadas aos homens

A responsável lembrou ainda “a imparidade” que existe entre homens e mulheres. Aqui, frisou que ainda “faltam 300 anos” para que exista uma igualdade plena entre os dois géneros. Por fim, Hélia Pereira disse que “há cada vez mais mulheres nas universidades, mas apenas seis são reitoras”. A terceira homenageada nesta cerimónia foi Ana Catarina Carvalho, Comissária da Policia de Segurança Publica (PSP). “Estou a abrir caminho para outras mulheres”, começou por referir, lembrando que, na PSP, “não temos diferenças salariais, mas é um mundo ainda muito associado aos homens”. Por sua vez, a JFAN também reconheceu o trabalho de Margarida Castro Martins, diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) de Lisboa.


A responsável, que está na autarquia desde 2002, dedicou a homenagem às amigas, ao filho, e a “três mulheres” da sua vida, a mãe, a avó e a tia. “Não fazemos nada sozinhos”, começou por referir a diretora da SMPC, que considera que a Proteção Civil “também é um mundo de homens”. Outra homenageada foi Ana Paula Martins, ex-Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e ex-Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte. Num discurso que foi transmitido em vídeo, a antiga dirigente disse que “o presidente Daniel Gonçalves enaltece a sua comunidade e acredita que é possível fazer diferente”. Na sua opinião, tem ainda “a ambição de fazer desta junta de freguesia uma freguesia diferente e de encontros”.

Distinguidas mulheres que se destacaram pelo seu trabalho na comunidade da JFAN

Em substituição de Ana Paula Martins, esteve Isabel Horta, que recebeu o prémio das mãos de Daniel Gonçalves. De seguida, foi distinguida Luiza Cadaval de Sousa, Presidente da Associação de Moradores do Bairro do Alto do Parque. Esta organização surgiu com o objetivo de erradicar a prostituição daquela zona. “Sinto-me muito honrada em receber este prémio, que é também de todas as mulheres que ali vivem e lutar para um bairro melhor”, referiu. Por fim, foi também agraciada Marta Pereira, Gestora do Núcleo da Refood de São Sebastião da Pedreira, organização que foi inaugurada em 2014.

“O nosso núcleo manteve-se aberto na pandemia e, até ao momento, já distribuiu mais de 370 mil refeições e dá apoio diário a cerca de 200 pessoas”, referiu. Na sua perspetiva, esta distinção representa o “primeiro momento da celebração dos 10 anos deste projeto”. Após as distinções, houve espaço para um momento cultural, assegurado pelo espetáculo ‘Quatro Mulheres em Movimento Ascendente’, que pretende promover a dança como libertação do corpo irreal, perfeito e a ascensão dos corpos como símbolo da ascensão das mulheres. No final da cerimónia, houve ainda um Porto de Honra.

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