São João da Talha comemorou 21 anos de elevação a vila

A vila de São João da Talha, integrada no território da União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela (UF-SSB) e do concelho de Loures, assinalou, esta segunda-feira, dia 26 de agosto, os 21 anos da elevação a vila. A sessão solene decorreu no Salão Nobre do Grupo Dramático e Recreativa Corações de Vale de Figueira e contou com a presença de várias entidades, entre as quais a vice-presidente da Câmara de Loures, Sónia Paixão, representantes das forças de segurança, entre outras. 

Há 21 anos, a localidade de São João da Talha, no concelho de Loures, era elevada a vila. O acontecimento foi assinalado na noite da última segunda-feira, 26 de agosto, numa sessão solene, que se realizou no Salão Nobre do Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale de Figueira, e na qual participaram todos os eleitos na Assembleia de Freguesia de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela. Segundo o presidente da Assembleia de Freguesia, Pedro Bizarro, “26 de agosto de 2003 foi uma data importante para a população da Vila de São João da Talha e deve ser lembrada para sempre. Esta vila tem uma história rica e diversificada que remonta a muitas gerações, desde pelo menos o século XII”.

“Foi fundada em 1388 e desde então fez parte do terceiro Bairro de Lisboa, do concelho dos Olivais e depois do concelho de Loures. E então 1896 a 1939 fez parte da freguesia de Santa Iria da Azóia. Nos séculos XIX e XX, São João da Talha experimentou um grande crescimento económico e com aumento significativo da população, o que levou ao desenvolvimento do local até hoje”. Por isso, o autarca aproveitou para agradecer “a todos que contribuíram para esta mudança, Esta ocasião representa um notável avanço de crescimento que esta comunidade alcançou ao longo dos anos. São João da Talha sempre foi um local de vitalidade, riqueza cultural, multicultural e principalmente de uma qualidade unida e coesa”.

Localidade marcada pela multiculturalidade

“A elevação a vila é um gesto de reconhecimento de todas as ações realizadas para a melhoria da vida desta comunidade e continuará a crescer e a prosperar”. Pedro Bizarro aproveitou ainda para “agradecer a cada um dos cidadãos de São João da Talha, bem como aos empresários e políticos que trabalharam arduamente para tornar este dia possível. Foi, é e será com dedicação que faremos de São João da Talha um local verdadeiramente especial para se viver”, concluíu. Paulo Gonçalves, da Iniciativa Liberal, aproveitou a sua intervenção para agradecer o trabalho que a Polícia de Segurança Pública faz “na nossa União de Freguesias. Um grande obrigado pelo vosso trabalho”.

Já o eleito do Bloco de Esquerda, Guilherme Góis, começou o seu discurso a felicitar o Grupo Dramático e Recreativo Corações de Vale Figueira “por serem os anfitriões desta celebração”. Na sua perspetiva, “a elevação de São João da Talha a vila representa a valorização desta terra, das suas pessoas, dos seus recursos, do seu património e do seu dinâmico movimento associativo. São João da Talha é uma vila de grande valor e simbolismo, onde prevalecem a solidariedade, a fraternidade e um forte sentido coletivo de pertença”.

Bloco considera que é necessário dar responder a todos, independentemente das suas origens

“A história de São João da Talha e da sua gente é longa e marcada por um significativo reconhecimento social. Isto se deve não apenas às suas ricas raízes multiculturais, que permanecem vivas até hoje, mas também à justa evolução do seu estatuto, acompanhando o crescimento populacional e a crescente influência geográfica ao longo dos tempos. Acreditamos que uma vila próspera e acolhedora é construída através de um esforço conjunto e contínuo, onde cada voz é ouvida e cada necessidade é atendida com seriedade e empenho”.

O eleito disse ainda que o seu partido defende “uma comunidade inclusiva e tolerante, onde todas as pessoas, independentemente da sua origem ou condição, se sintam valorizadas e respeitadas. É fundamental garantir respostas eficazes e abrangentes aos serviços e apoios sociais que são necessários para o bem-estar de todos e todas os fregueses, seja na área da saúde, da educação, da habitação, da cultura, ou da segurança.

Melhorar a vida dos cidadãos acima das cores partidárias

“O poder autárquico tem a obrigação de proporcionar as condições necessárias para o desenvolvimento pessoal e comunitário, assegurando que ninguém seja deixado para trás. Assim, é com força e convicção que nos comprometemos a contribuir positivamente para a melhoria das condições de vida da população e dos espaços públicos de São João da Talha”. Por sua vez, Marco Raimundo, do Chega, fez uma curta intervenção, saudando apenas os presentes e a vila de São João da Talha pelo 21º aniversário. Já Paulo Cruz, do PSD, referiu ainda que “a história da nossa freguesia é grande, é enorme, até maior do que às vezes a queremos fazer. Começou em tempos tão longínquos que é difícil por vezes perceber a magnitude”.


“Desde dia 1 de julho de 2003, por lei da Assembleia da República, somos uma vila. Para muitos isto pode parecer simbólico, mas nem todos os lugares de Portugal o são. Mas este lugar, abençoado por São João Baptista, é. Já nasceram nesta freguesia pessoas muito importantes, únicas e memoráveis”. No seu entender, “a Câmara Municipal de Loures e a UF-SSB devem, sempre que possível, estar ao lado da população e ajudar ao máximo no desenvolvimento destas estruturas e infraestruturas”, acima das cores partidárias.

PSD defende ligação ao Passeio Ribeirinho em São João da Talha

“Se assim fosse, o PSD não tinha aprovado o orçamento do atual executivo para dar mais condições aos nossos idosos. Sejamos dignos da dimensão da nossa freguesia. Sejamos dignos daquilo que hoje festejamos. Vamos ter a tão desejada saída da A1, mas não devíamos estar a agradecer, devíamos estar a pedir desculpa porque são 30 e tal anos a lutar por isto”. Paulo Cruz recordou que esta obra está contemplada no “programa eleitoral do PSD, pela qual lutámos sempre para que fosse uma realidade”, tal como o Passeio Ribeirinho de Loures, que deixou a localidade de fora.

“Continuamos a defender, como já o fizemos em Assembleia Municipal, que se encontre uma solução para que também tenhamos o direito, não apenas de ver o Passeio Ribeirinho, mas também de o ter na nossa freguesia, uma vez que é a única que não tem entrada direta para esta infraestrutura”. O eleito do PSD acrescentou ainda que o executivo da CML “está a tentar construir alternativas para as injustiças criadas pelo mandato anterior”, destacando o trabalho do vereador Nelson Batista, que, “sempre que pode, faz algo para melhorar a vida das pessoas e das empresas que hoje investem nesta freguesia”.

25 de Abril foi fundamental para o desenvolvimento do poder local

“Existem técnicos da Câmara Municipal que agora vêm à nossa freguesia para facilitar a vida dos que aqui investem e criam empregos para obter licenças mais rápido e evitar multas desnecessárias”. Já o eleito da CDU, José Manuel Núncio, começou por lembrar que “a Revolução de Abril restituiu a liberdade, consagrou direitos, promoveu mudanças positivas nos valores e mentalidades, impulsionou transformações económicas e sociais e abriu caminho à construção de um Portugal democrático”.

“O poder local é fruto destas transformações. O poder local criou desenvolvimento e com a participação ativa dos eleitos da CDU, São João da Talha passou a ter eletricidade, água, saneamento básico, acessibilidades, quartel da PSP, centro de saúde, escola secundária, o Pavilhão José Gouveia, o Ecoparque”, entre outros espaços.

CDU defende separação das freguesias de Santa Iria, Bobadela e São João da Talha

“A São João da Talha é terra com futuro, mas, nos últimos tempos, a qualidade de vida da população tem regredido. As freguesias de São João da Talha, Santa Iria da Azóia e Bobadela estão integradas contra a sua própria vontade no que foi designada por União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela. Hoje ninguém tem dúvidas de que este facto foi um retrocesso democrático”.

“É necessário que se volte à situação anterior. São João da Talha é uma Freguesia com cerca de 20 mil habitantes que deixou de ter qualquer balcão de serviço bancário, a que se soma também a constante falta de dinheiro nas caixas de multibanco. Os habitantes, comerciantes e todos aqueles que trabalham ou exercem a sua atividade profissional e todos aqueles que visitam a freguesia, para ter acesso ao balcão bancário terão agora que se deslocar cerca de dois quilómetros. Deixámos de ter um serviço importante de apoio à economia local, que é essencial e necessário reforçar no contexto atual do desenvolvimento económico”.

“São João da Talha merece mais”, criticam eleitos da CDU

“São João da Talha merece mais e melhor”, salientou o eleito comunista, ressalvando também uma “degradação abrupta dos espaços desportivos e zonas verdes”, bem como da limpeza urbana e recolha de monos. “Continua-se a adiar a requalificação da Nacional 10 e o acesso a São João da Talha pela Rua Deputado Pedro Botelho Neves. Na União das Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela, os eleitos da CDU, juntamente com a população, exigiram sempre e vão continuar a exigir o efetivo cumprimento das competências e a aplicação das verbas por parte da gestão PS na Junta de Freguesia, nos serviços prestados à população e na melhoria da sua qualidade de vida”, concluíu José Manuel Núncio.

Para Sérgio Palma, do Partido Socialista, a elevação de São João da Talha a vila assinala “uma marca na nossa identidade, enquanto são joanenses, que tanto nos orgulha e nos responsabiliza. Os compromissos honrados e bem presentes por parte do Partido Socialista, do Executivo Municipal de Loures e da Junta de Freguesia, sempre foram de devolver o rio Tejo e toda a zona ribeirinha envolvente à população de São João da Talha e vilas vizinhas. Com as obras em curso para a criação de um Parque Verde, o Parque Papa Francisco, com cerca de 35 hectares, incluindo diversos espaços de restauração, de lazer e de desporto para todos”, é possível apostar na “requalificação e valorização substancial deste nosso território”.

Saída da A1 em São João da Talha vai trazer melhores acessibilidades

Por isso, e para melhor o usufruto daquele espaço, “irão ser construídos acessos ao mesmo, permitindo assim à população poder aceder de forma mais direta e cómoda, alinhado com a prioridade do Executivo Municipal de devolver a frente ribeirinha Tejo e Trancão. Assim sendo, com o crescimento gradual desta nossa vila, é fundamental conseguir aqui chegar e, para isso, são necessários acessos”.

“No passado dia 9 de julho, no Pavilhão José Gouveia, a Câmara Municipal de Loures, juntamente com a Junta de Freguesia, realizou uma sessão pública para a apresentação do projeto da saída da A1 em São João da Talha, um desejo muito antigo da população. A autarquia aprovou, em reunião do executivo camarário, um protocolo com a Brisa para a construção de uma nova saída no sentido Sul-Norte da A1. É uma realidade que está a acontecer na nossa freguesia. Os municípios de Vila Franca de Xira e Loures uniram-se para construir uma nova ligação rodoviária ao IC2”.

Apostar no futuro

Igualmente, recordou o eleito, a UF-SSB “na pessoa do nosso presidente Nuno Leitão, desenvolveu uma procura ativa e muitas vezes criativa das melhores respostas às necessidades dos fregueses, tal como a criação do balcão SNS 24 ou o acesso ao programa Eu Sou Digital”, entre outros projetos. Na sua perspetiva, estas apostas revelam a “perspectiva que este executivo tem em relação ao futuro e à literacia digital, principalmente nas camadas séniores da comunidade, juntamente com o notável crescimento da Academia Sénior, o projeto da Junta de Freguesia que já conta com 15 anos”.

Contudo, “outro exemplo é ainda a assinatura do protocolo de parceria para o serviço de atendimento e acompanhamento social à população. É um esforço contínuo e desafiador para combater o esquecimento e o isolamento dos que mais precisam”, bem como os “protocolos com a Comissão de Reformados, Pensionistas e Idosos de São João da Talha, no âmbito da construção de estruturas residenciais para idosos, no apoio na construção da Casa das Oliveiras, no valor de mais de 200 mil euros por parte da Junta de Freguesia”. Sérgio Palma referiu ainda que o Partido Socialista sempre defendeu “uma política de descentralização de competências para as Juntas de Freguesia”.

Continuar a desenvolver a freguesia, asseguram eleitos do PS

“O combate à poluição e à degradação do meio ambiente faz-se todos os dias, através do contrato interadministrativo de colaboração de recolha de resíduos, os chamados ‘monos’, entre o Município de Loures, e a UF-SSB. É urgente uma maior colaboração entre população e entidades oficiais para que a qualidade de vida dos fregueses continue a ser restaurada e permaneça no topo das prioridades. O Executivo da UF-SSB mantém bem estabelecidas as prioridades e o desejo de continuar a capacitar a nossa vila, promovendo um crescimento que se espera maior e mais sustentado para as famílias no futuro”, referiu ainda o eleito socialista. Aqui, deu como exemplo “o contrato para o desenvolvimento do concurso Ecofamílias”, mas também a “melhoria das condições de vida e de habitabilidade da nossa população”.

Neste ponto, serve de exemplo a “entrega de vários alvarás de loteamento no Bairro da Fraternidade”. Atualmente, está prevista a construção de um pavilhão na Escola Secundária de São João da Talha, a requalificação desta escola, e ainda obras de requalificação na Unidade de Saúde de São João da Talha. “Agradecemos à população os sucessivos votos de confiança que nos têm sido dados nas eleições autárquicas. O nosso compromisso com todos os que depositaram em nós essa confiança é o de continuar a trabalhar em prol da nossa terra, defendendo de forma intransigente a vontade da população”, concluíu.

Continuar a valorizar o território

Por sua vez, o presidente da UF-SSB, Nuno Leitão, ressalvou que “também me custa a mim ver as ruas sujas e ver os monos”, e agradeceu a todos os funcionários da UF-SSB pelo seu trabalho nestas áreas. Destacando o trabalho da Academia Sénior e o protocolo assinado no início do ano com a Universidade de Valência, o autarca disse que “nunca estamos satisfeitos com o que temos, queremos ser mais”. Sobre a falta de caixas multibanco, Nuno Leitão referiu que “a junta de freguesia assumiu esse encargo e ter conseguiu negociar com o banco a retenção de duas caixas multibanco”.

Na sua óptica, é também necessário “valorizar o território”, o que demonstra a intervenção na CURPI de Vale Figueira. “Queremos que para o futuro comece na escola”, prosseguiu o presidente da UF-SSB, destacando que é objetivo deste executivo proporcionar “as melhores condições para os nossos alunos”. No entanto, importa ainda ir mais além, como demonstra o protocolo com a Universidade de Valência, e que pretende perceber o “que é a coesão social e como é que nós conseguimos, a partir do modelo de trabalho da coesão social, ter uma compreensão diferente desta comunidade”.

“Vamos ter uma freguesia rica”, salienta Nuno Leitão

“Estes pequenos atos, de alguma forma, dão a entender aquilo que é o compromisso que temos com as nossas pessoas, com a nossa população”. “É importante colocar a nossa freguesia num patamar que nos dá uma dimensão maior, que nos faz querer ser maiores”, disse ainda Nuno Leitão, parabenizando ainda o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Loures. Dirigindo-se à vice-presidente da autarquia, Sónia Paixão, presente nesta cerimónia, o presidente da UF-SSB considera que a “sua equipa teve um vislumbre diferente no desenvolvimento do nosso território. A saída da A1 de certeza que vai permitir aquilo que é uma abordagem diferente na compreensão do território e trazer uma nova marca para o desenvolvimento da freguesia”.

Por outro lado, o autarca lembrou ainda outros projetos, nomeadamente, a criação de um pólo científico do Instituto Superior Técnico, ou a criação do Parque Papa Francisco. “Vamos ter uma freguesia rica”, salientou, lembrando que “queremos dar mais”. “Quando conseguimos compreender aquilo que são as características do território, aquilo que queremos e o que não queremos”, considera, é muito mais fácil fazer concretizar mais projetos na comunidade.

Parque Ribeirinho vai trazer mais atratividade ao território

“Já temos um sistema de gestão remota do controle de água do Ecoparque e queremos avançar também para a Via Rara. Já estamos a utilizar a água das piscinas”, lembrou Nuno Leitão, salientando que, no país, são das poucas freguesias a fazê-lo. Na educação, o autarca referiu que a Academia Sénior já conta com cerca de 600 alunos, e aproveitou também para agradecer às associações de pais, “porque vocês fazem toda a diferença no relacionamento entre a comunidade, entre a escola e a junta”, bem como à CURPI de São João da Talha, cuja direção sofreu vários desafios.

“Aquilo que nos separa também pode ser aquilo que nos aproxima, que é o bem maior, a causa pública”. Por fim, Nuno Leitão agradeceu também a todos os eleitos na Assembleia de Freguesia, um “espaço de verdade” e de exercício da democracia, mas também ao seu executivo. “Da discussão também nascem coisas boas. Mas mais do que tudo, temos acreditado e tem sido possível ao longo deste tempo de fazer muito. Tem sido esta com caminhada conjunta que temos chegado lá. O agradecimento será sempre a todos aqueles que fazem parte da comunidade, porque é para eles que nós trabalhamos todos os dias”, referiu.

Estreitar a relação com a comunidade

O autarca lembrou também que a UF-SSB tem vindo a “concretizar um conjunto de estratégias, de forma a criar aquilo que se chama uma maior proximidade entre as forças de segurança e os bombeiros, naquilo que é a relação que têm com a comunidade”. Igualmente, recordou também alguns desafios do território, como por exemplo “a frente ribeirinha e toda a zona subjacente ao Rio Trancão”.

“São zonas que, cada vez mais, estão a atrair aquilo que é uma nova dinâmica para o território, uma chamada de atenção para a importância da água, porque ela é cada vez mais um bem escasso”. Por fim, o autarca agradeceu ao executivo da CML, por estar a “devolver aquilo que é do território às pessoas”.

UF-SSB entregou duas bicicletas elétricas à PSP

Esta sessão solene contou com a entrega de duas bicicletas elétricas à PSP de São João da Talha, iguais às duas que foram entregues recentemente aos Bombeiros de Sacavém. Estes equipamentos, para além de apoiar as patrulhas, pretendem reforçar o sentimento de segurança da comunidade.

De acordo com Nuno Leitão, esta oferta serve para reforçar os meios ao dispor daquela força de segurança, para que possa existir um sentimento maior de segurança. “Este protocolo cumpre um dos objetivos estratégicos que tínhamos para o orçamento deste ano”, acrescentou. Segundo Luís Moreira, subintendente do Comando Metropolitano de Lisboa, houve uma “coisa que foi perdendo ao longo do tempo, ou seja, o papel social que a comunidade e os membros da comunidade exerciam sobre o seu território”.

“A segurança é um conceito que se ampliou muito, antigamente eram as forças policiais que garantiam a segurança, e hoje há um outro conjunto de atores que efetivamente também produzem e distribuem segurança, e que não se limita aos corpos policiais do Estado. Durante muito tempo, nós olhámos para o poder central como efetivamente o poder que devia munir as suas polícias e os seus corpos policiais dos meios que lhe permitissem policiar as comunidades que servem”.

Garantir a segurança das populações cabe a todos

No entanto, atualmente, a “segurança não é uma responsabilidade exclusiva do Estado, mas sim de todos. Há também uma coisa que para nós é importante, o conceito de proximidade, que foi uma coisa que a polícia portuguesa felizmente sempre teve com as comunidades que servimos”. “A nossa Polícia de Segurança Pública (PSP) sempre teve um traço muito humanista e um traço cooperativo e colaborativo e que nos permitiu chegar a este momento em que as autarquias e as juntas de freguesia dão o seu contributo para aumentar o nível de visibilidade e o grau de eficácia das suas polícias”.

“Mas uma das coisas que limita a nossa capacidade, a nossa eficácia e a nossa visibilidade é efetivamente os meios e a mobilidade. Uma das coisas que limita muito a nossa visibilidade é efetivamente a nossa incapacidade para garantir a manutenção das nossas viaturas que nos permitam chegar a mais sítios com maior rapidez e com maior eficácia.

Continuar a apostar na proximidade com a comunidade

Portanto, é esse comprometimento e é esse compromisso que nós temos que ter com as comunidades e efetivamente este contributo que a Junta de Freguesia hoje nos dá aqui aumenta a nossa responsabilidade”. “O nosso modelo ainda é o modelo da esquadra de bairro, e há quem defenda que efetivamente a esquadra de bairro garante mais segurança”, prosseguiu o subintendente, ressalvando que, “com o passar do tempo, com a evolução da tecnologia, com a evolução dos meios de comunicação, com a melhoria da acessibilidade das pessoas, aos serviços, pensamos que efetivamente não se justifica termos tantas instalações policiais”.

“Por exemplo, em Lisboa, a Polícia Municipal de Lisboa tem uma única instalação em Lisboa e consegue projetar meios para toda a cidade, e nós temos 24 esquadras em Lisboa”. “Isto onera-nos ao nível, não só ao nível daquilo que são os recursos para garantir a manutenção, mas também naquilo que são os recursos humanos para garantir que aquelas instalações estão abertas durante as 24 horas do dia. Temos alguma dificuldade em recrutar pessoas para a polícia, e há ainda muitas funções na PSP que podiam ser assegurados por outro tipo de pessoas, com uma preparação diferente, e teremos que evoluir também nesse sentido, principalmente naquilo que é o atendimento às populações, porque temos que pensar também naquilo que são as vítimas”.

CML quer ser cada vez mais próxima das populações

“Mas também sei que a polícia evoluiu muito, e felizmente evoluiu muito nestes 30 anos. Agora, o compromisso que a polícia faz é continuar na senda daquilo que é a proximidade, na colaboração e na cooperação, não só com as autarquias, mas com todas as forças da comunidade, porque nós estamos convencidos que aí é que nós vamos encontrar as soluções para os problemas”, rematou. A vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão, em representação do presidente Ricardo Leão, também esteve presente nesta sessão solene, aproveitando para fazer uma correlação entre esta celebração e as comemorações do cinquentenário do 25 de Abril no concelho.

“Uma das grandes conquistas do 25 de Abril foi poder local democrático. Se não fosse o 25 de Abril, não teria a oportunidade de, enquanto mulher, estar aqui a representar a Câmara Municipal de Loures, porque estaria certamente subjugada a um homem para a minha intervenção”, frisou a autarca. “O direito ao voto das mulheres foi uma conquista do 25 de Abril”. Sónia Paixão disse ainda, na mesma intervenção, que a sua presença nesta cerimónia vai também ao encontro daquilo que é a “marca deste Executivo Municipal: a proximidade”.

Maior descentralização de competências da CML para as juntas

Ou seja, “proximidade, seja ela com a Administração Central, seja com a Administração Local. O que dizemos ao Governo é que a Câmara Municipal de Loures está cá, lado a lado, para responder, interagir e ser sempre parte da solução e nunca do problema, independentemente de quem seja a responsabilidade sobre determinada área”. Aqui, a vice-presidente da CML lembrou a descentralização de competências na área da ação social, e “hoje respondemos à população do concelho, nesta matéria, de forma muito mais eficaz, muito mais eficiente e com maior qualidade do que anteriormente”.

Do mesmo modo, salientou também as competências na área da saúde, na “gestão dos edifícios”, mas também ao aumento de “delegação de competências nas juntas de freguesia”. “Proximidade é também dizermos ‘presente’ às nossas coletividades, ao tecido associativo e estarmos com eles quando mais necessitam”, prosseguiu, dando como exemplo a construção da Casa das Oliveiras, projeto no qual a CML investiu 600 mil euros.

59 milhões de euros de investimento na UF-SSB

“Da parte do Executivo Municipal, liderado por Ricardo Leão, contam com proximidade, responsabilidade e cooperação institucional nos mais diferentes patamares”. “Em três anos já aprovámos e temos em curso um plano de investimentos e reformas, que contempla um investimento global no concelho de 230 milhões de euros, divididos em sete eixos de intervenção, que vão desde o desporto, à educação, à qualidade de vida, à mobilidade”, entre outros, elencou Sónia Paixão. A vice-presidente da CML lembrou ainda que, deste plano, “59 milhões de euros são de investimento nesta União de Freguesias”, dos quais nove milhões são destinados à construção de uma saída da A1 em São João da Talha.

“[Esta obra só] foi possível graças à postura da Câmara Municipal de dizer ao Governo que nós suportamos o custo desta intervenção”. Igualmente, estão também previstos oito milhões de euros de investimentos na área da Educação, a que se juntam mais cinco milhões para a área da Saúde. “Este não é um plano do papel nem do sonho, é sim um plano da concretização e que está em marcha”, frisou Sónia Paixão, que aproveitou ainda para deixar uma palavra de agradecimento ao presidente da UF-SSB.

Vice-presidente da CML destacou o trabalho de Nuno Leitão à frente da gestão da UF-SSB

“O Nuno Leitão tem deixado uma marca. A marca do Nuno Leitão é de fazer, é de proximidade, é de humanismo. O Nuno Leitão é humanista, o Nuno Leitão é um homem que trata todas as pessoas por tu e trata todos de os problemas”. “E é por isso que tem, por exemplo, uma universidade sénior de excelência, inigualável no contexto da gestão de uma junta de freguesia”.

“Eu não conheço, em território nacional, quem tenha uma freguesia com uma universidade sénior desta dimensão, em termos de número de alunos, de disciplinas ou de dinâmica”. Por isso, fez questão de felicitar “o presidente Nuno Leitão pela visão que tem conseguido imprimir na gestão da freguesia, com grande empenho, com grande entrega, e com enorme profissionalismo”, concluíu.

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