O Metro de Lisboa já tem ligação entre o Largo do Rato e a Estrela, com a abertura de um novo túnel. Entretanto, ontem foi assinado o auto de consignação do segundo de quatro lotes, que marca o início da empreitada que vai unir a zona de Santos ao Cais do Sodré. Em 2024, a rede do Metro de Lisboa passará a contar com 56 estações, com 46,5 km de rede distribuídos por 4 linhas.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, admitiu que o Metropolitano de Lisboa precisa de mais trabalhadores e disse que até ao final do mês de junho serão iniciados os procedimentos para essas contratações. Numa visita ao estaleiro das obras de expansão da rede de metro de Lisboa, no troço compreendido entre o Rato e a Estrela, Duarte Cordeiro disse ter «plena consciência» de que é preciso reforçar o número de trabalhadores da empresa Metropolitano de Lisboa de modo a garantir, não só a oferta atual, mas também o aumento expectável na sequência da expansão da rede.
Com esta adjudicação, o Metro dá início às obras de construção do túnel entre a estação Santos e o término do Cais do Sodré. Neste momento, o túnel do Metro de Lisboa já liga o Rato à Estrela
Segundo o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingos dos Santos, a assinatura do Auto de Consignação enquadra-se no âmbito da concretização do Plano de Expansão da rede do Metropolitano de Lisboa para o prolongamento das linhas Amarela e Verde – Rato/Cais do Sodré.
A cerimónia contou com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, do Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado e do Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, do vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Ângelo Pereira, e o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton e envolveu uma visita às obras do metro para presenciar a ligação do novo túnel.
O contrato do lote 2 foi adjudicado ao consórcio Metro Santos Sodré ACE, constituído pelas agrupadas Mota Engil, Engenharia e Construção, SA / Spie Batignolles International, sucursal em Portugal, com o prazo global de execução da empreitada de 960 dias após a sua consignação. Este contrato tem o preço contratual de setenta e três milhões e quinhentos mil euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor.
Esta nova extensão contará com duas novas estações e com 2 quilómetros de rede, unindo as linhas Amarela e Verde entre o Rato e o Cais do Sodré, num novo anel circular no centro de Lisboa.
Segundo o presidente do Metropolitano de Lisboa, o Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa tem como objetivo contribuir para a melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa, fomentando a acessibilidade e a conectividade em transporte público, promovendo a redução dos tempos de deslocação, a descarbonização e a mobilidade sustentável.
A execução do Projeto de Expansão do Sistema do Metropolitano de Lisboa está dividida em 4 lotes. O Lote 1 envolve a execução dos toscos entre o Término da estação Rato e a estação Santos; o Lote 2 engloba a execução dos toscos entre a estação de Santos e a estação do Cais do Sodré; o Lote 3 visa a construção de dois novos viadutos e ampliação da estação do Campo Grande e o Lote 4 envolve a construção dos acabamentos e sistemas para a futura linha Circular.
No que respeita ao lote 3, da empreitada de projeto e construção dos toscos, acabamentos e sistemas no âmbito da concretização do Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa – Prolongamento das linhas Amarela e Verde (viadutos Campo Grande), tiveram início em janeiro de 2022 as intervenções na zona do Campo Grande que permitirão a construção de dois novos viadutos sobre a Rua Cipriano Dourado e sobre a Av. Padre Cruz, prevendo ainda a ampliação da estação do Campo Grande para Nascente.
No lote 4, que contempla o projeto para o lançamento do concurso dos acabamentos e sistemas dos Lotes 1 e 2, foram apresentadas quatro propostas que se encontram em fase de análise.
O presidente do conselho de administração do Metro de Lisboa destacou que a empreitada em curso “é difícil e complexa”, mas disse acreditar que «vai certamente aumentar a qualidade de vida de todos».
«Certamente que quando iniciarmos a operação da linha circular todos irão reconhecer as mais-valias e os benefícios desta linha para a área metropolitana de Lisboa», defendeu Vitor Domingues dos Santos.
Para as obras da Linha Circular está previsto um investimento de 240,2 milhões de euros, cofinanciado em 137,2 milhões de euros pelo Fundo Ambiental e em 103 milhões de euros pelo Fundo de Coesão, através do POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos).
O Metro de Lisboa prevê inaugurar em 2024, esta nova extensão que contará com mais 2 km de rede e unirá as linhas Amarela e Verde entre o Cais do Sodré e o Campo Grande, num novo anel circular no centro de Lisboa.
Para Vítor Santos, que pretende contratar o mais breve possível o lote 4, este investimento é estruturante para a rede do Metropolitano de Lisboa e para a melhoria das acessibilidades e das conetividades, uma vez que a rede prevista possibilita o desenvolvimento de uma nova circularidade interna, materializando uma plataforma de distribuição de elevada frequência e conectando de forma mais eficiente os serviços metropolitanos.
Assim, em 2024, a rede do Metro de Lisboa passará a contar com 56 estações, servindo 46,5 km de rede distribuída por 4 linhas.
A implementação da linha Circular – revela o administrador do Metropolitano – reorganizará a mobilidade metropolitana com um efetivo aumento do número de utilizadores do transporte público e uma diminuição de utilização de transporte individual, com ganhos ambientais significativos. Estão previstos 9 milhões de novos passageiros na rede do Metropolitano de Lisboa com a linha Circular no primeiro ano de exploração, menos 3,4 mil viaturas individuais a circular diariamente e menos 4,1 mil toneladas de CO2. A abertura ao público está prevista para o último trimestre de 2024.
Para a linha Circular prevê-se um investimento de 240,2 milhões de euros, cofinanciado em 137,2 milhões de euros pelo Fundo Ambiental e em 103 milhões de euros pelo Fundo de Coesão, através do POSEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
Defesa do meio ambiente
Já para o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro com a expansão do metro na linha circular, que une as Linhas Amarela e Verde – Rato/Cais do Sodré, mas também a expansão da Linha Vermelha, que já está em discussão pública, e o que venha a ser o reforço entre Loures e Odivelas, «é inevitável o aumento dos recursos humanos, nomeadamente de maquinistas no metro, e nós sabemos que temos de o fazer», disse o ministro, no final da visita, que incluiu fazer a pé o trajeto pelo túnel entre a Estrela e o Rato, no caso até ao Liceu Pedro Nunes.
De acordo com o governante, da parte dos sindicatos há pedidos para um reforço imediato de 30 maquinistas e Duarte Cordeiro garantiu estar a «trabalhar para durante este semestre poder confirmar o reforço dos trabalhadores e fazer o que é a necessária progressão interna para a carreira de maquinista».
O ministro explicou que os trabalhadores que venham a ser contratados não entram no imediato para a função de maquinista e que há também a possibilidade de ser aberto concurso interno dentro do Metro de Lisboa especificamente para essa função. «Procuraremos no primeiro semestre deste ano dar nota de qual é o prazo em que vamos abrir esses concursos», acrescentou.
Duarte Cordeiro frisou que irá «procurar contabilizar o que são no imediato medidas que permitam melhorar as condições de trabalho e ao mesmo tempo desbloquear aquilo que é a greve ao trabalho suplementar, que também afeta aquilo que é a atividade do metropolitano de Lisboa». Segundo o ministro, esse trabalho vai continuar a ser feito, acreditando que é possível «chegar a bom porto»” nas negociações com os sindicatos.
Na sessão de ponto de situação sobre o andamento das obras, onde foi assinado o auto de consignação relativo ao Lote 2, que formaliza o arranque da empreitada entre a estação Santos e o término da estação Cais do Sodré, o ministro aproveitou para defender que «a transição para uma economia hipocarbónica, o cerne da política ambiental atual, é benéfica para o crescimento».
«Defender o ambiente, descarbonizar permite criar emprego qualificado, permite compatibilizar com o crescimento demográfico, garante maior dispersão na ocupação do território. Podemos mesmo dizer que descarbonizar nos dias de hoje é bom para a economia», defendeu o governante.