«VIVER» ROMA ANTIGA EM PLENO SEC. XXI NA A.M.L.

A musealização do criptopórtico e o novo acesso, que devem estar prontos entre 2020 e 2021, fazem parte de um projeto mais amplo, a Lisboa Romana – Felicitas Iulia Olisipo, que foi apresentada no Teatro Romano, de Lisboa.

Lisboa Romana é uma rede que pretende mapear os sítios arqueológicos de Lisboa e da sua área metropolitana, uma zona com mais de 2 mil anos. «Ainda hoje tudo funciona como uma região como no tempo dos romanos», disse Fernando Medina, presidente da Área Metropolitana de Lisboa e Câmara Municipal de Lisboa, no decorrer da apresentação pública do Lisboa Romana, sobre a inclusão de 17 municípios no projeto.

Fernando Medina, que reconhece que não é «conhecida qualquer descrição da Lisboa romana” mas sabe-se que foi um importante centro urbano», salienta que a atual capital portuguesa «tinha estatuto de cidade semelhante às cidades da metrópole, distinção que raramente era concedida» e dessa época «subsistem hoje vestígios na colina sul do castelo, onde foi erguido um teatro, na Praça da Figueira, a necrópole, na Praça D. Pedro IV, o circo, e em vários pontos junto ao rio, desde a Rua do Ferragial ao Campo das Cebolas».

A apresentação do projeto, cofinanciado pelo Casino Lisboa, foi feita no Teatro Romano, e contou com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e da vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.

Do Seixal a Torres Vedras, de Cascais a Vila Franca de Xira, são 17 os municípios envolvidos no projeto. Ao todo, são 350 sítios arqueológicos já mapeados, segundo Inês Viegas, da Direção de Cultura da Câmara de Lisboa e gestora do projeto.Lisboa tem mais de 100 locais identificados. Além do Teatro Romano, aberto desde 2015 (e ainda em obras), os vestígios, visíveis e visitáveis, vão do Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros à loja de vinhos Casa Napoleão, onde se pode ver o que resta de uma fábrica de conservas do século V, do Campo das Cebolas à Sé.

Um dos últimos sítios arqueológicos da época romana que é visitável é o Hotel Eurostars Museum, onde se «podem ver muralhas, uma domus romana, mosaico com desenho de uma Vénus, o que é muito raro em Lisboa, há um cruzamento, que permite perceber um bocadinho do urbanismo e um fontanário», explica António Marques.

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O projecto “Lisboa Romana-Felicitas Iulia Olisipo” prevê a criação de uma rede de entidades públicas e privadas, segundo foi afirmado no decorrer da apresentação pública desta iniciativa.

“Lisboa Romana-Felicitas Iulia Olisipo” prevê a criação de uma rede metropolitana na região de Lisboa, que inclui, além da capital, 20 outros municípios, assim como entidades públicas e privadas, tendo sido identificados 350 sítios arqueológicos romanos, que constam do mapa interactivo no website e no aplicativo móvel que acompanha o projecto, que se estende por fases, até 2024, e visa potenciar o conhecimento do ponto de vista científico e turístico da “Lisboa Romana” – a cidade Felicitas Iulia Olisipo – explica a Câmara de Lisboa.

A musealização do criptopórtico, na Rua da Conceição, em Lisboa, é um dos objectivos do projecto, que inclui exposições, conferências, roteiros, entre outras iniciativas, e, «a longo prazo, a criação de uma Rede Internacional que ligue as cidades com presença destes vestígios, em toda a extensão do antigo Império Romano, de Portugal a Israel».

Além dos 350 sítios arqueológicos, “Lisboa Romana” identificará nove linhas de investigação, envolvendo 96 especialistas de diferentes áreas, da arqueologia à sociologia, passando pela antropologia, de centros de investigação das universidades de Aveiro, Coimbra, Lisboa, Évora, Nova de Lisboa, o Instituto Universitário Egas Moniz, assim como cinco empresas privadas de arqueologia.

Quanto ao seu desenvolvimento, entre 2020 e 2021, prevê-se a abertura ao público do criptopórtico e do Centro Interpretativo, e a marcação, com QR codes, de alguns locais da cidade e da área metropolitana, «que possam transportar os visitantes para plataformas digitais».

A operacionalização de percursos na área metropolitana e o lançamento de produtos gastronómicos são igualmente outras acções previstas para os dois próximos anos.

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