LISBOA COM TRANSPORTES GRATUITOS PARA IDOSOS E JOVENS

Foi assinado esta sexta-feira o acordo entre a câmara de Lisboa e empresa de Transportes Metropolitanos da capital, para garantir que os mais velhos e os mais novos, possam viajar sem pagar já a partir do verão.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente dos Transportes Municipais de Lisboa, Faustino Gomes, assinaram hoje um acordo que garante os transportes grátis. Os residentes em Lisboa com mais de 65 anos devem ter acesso a passes gratuitos nos transportes públicos no verão, enquanto os menores e estudantes do ensino superior a partir de setembro, anunciou o autarca,

Este acordo, assinado no museu da Carris, deve ser implementado já no verão para os residentes na cidade de Lisboa com mais de 65 anos e no início do ano letivo para os jovens com menos de 18. A medida estará em vigor até 31 de dezembro de 2025 e a prioridade é implementar o projeto para os mais idosos. O grande objetivo da Câmara Municipal de Lisboa é incentivar as pessoas a utilizarem mais os transportes públicos. O acordo deverá custar no máximo quase 15 milhões de euros.

Desta forma, os residentes em Lisboa com mais de 65 anos devem ter acesso a passes gratuitos nos transportes públicos no verão, enquanto os menores e estudantes do ensino superior a partir de setembro, disse esta sexta-feira o presidente da Câmara Municipal.

«Neste momento o acordo está fechado, vamos ter que o implementar e aquilo que eu fiz foi pedir à TML (Transportes Metropolitanos de Lisboa) que o fizesse o mais rapidamente possível. E para que, para aqueles que são os mais idosos, pudéssemos avançar mais rapidamente, porque estamos numa recuperação pós covid-19 e as pessoas precisam desta medida. Depois, os mais jovens, podemos começar no ano letivo e, portanto, poderíamos começar como normalmente com os passes ali a partir de 1 de setembro até 15 de novembro», afirmou Carlos Moedas.

O autarca salientou que a rapidez da medida para os idosos «vai depender da capacidade operacional, porque há uma operação muito grande» que envolve não só a Câmara, que detém a Carris, como também vários operadores como o Metro e a CP.

«Foi um trabalho difícil, mas um trabalho extraordinário, em que todos chegámos a este consenso», disse Carlos Moedas, na cerimónia de assinatura do Acordo de Transportes Gratuitos entre a Câmara de Lisboa e a Transportes Metropolitanos de Lisboa.

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Carlos Moedas sublinhou ainda que «Lisboa é a primeira grande capital da Europa a tomar esta medida», que «será também uma maneira de influenciar outras cidades e outros países de que este é o caminho».

«Esta é uma primeira vez, um primeiro passo e uma primeira fase para esse caminho em que os transportes públicos no futuro, nos vários países, terão que se tornar gratuitos exatamente para a descarbonização», acrescentou.

O acordo permite o uso gratuito de transportes públicos aos residentes em Lisboa com idades superior a 65 anos, jovens até aos 18 anos ou estudantes do ensino superior até aos 23 anos, exceto nos casos de licenciaturas em medicina e em arquitetura, em que os passes eram gratuitos até aos 24 anos. Em todos os casos é necessário ter residência fiscal em Lisboa.

Retirar ciclovia na Almirante Reis

À margem da cerimónia, Carlos Moedas falou sobre a pista ciclável da Avenida Almirante Reis, o encerramento da Avenida da Liberdade ao trânsito aos fins de semana e feriados e sobre os novos radares de velocidade.

Carlos Moedas disse que «aprendeu que as medidas de combate às alterações climáticas só se podem fazer ouvindo as pessoas e, no caso do encerramento da Avenida da Liberdade ao trânsito, ninguém foi ouvido, pelo que não funciona, pelo que vai haver realmente uma consulta pública, a partir da qual se tirarão conclusões sobre essa medida»».

Sobre a Avenida Almirante Reis, onde uma ciclovia construída no anterior mandato, de Fernando Medina, começou a ser retirada pela câmara na quarta-feira à noite, Carlos Moedas salientou: «No caso da Almirante Reis, eu fiz exatamente isso. Comecei por uma consulta às pessoas. Aliás, nós realmente, nos últimos meses, falámos com mais de 600 pessoas na Almirante Reis. Reunimos, aliás, vários vereadores até da oposição, por exemplo do PCP, com as pessoas da Almirante Reis e, portanto, aquilo que eu decidi foi decidido com as pessoas. O BE agora vem e diz que quer uma nova consulta pública. Eu não estou de acordo, obviamente, porque já consultámos as pessoas, já trabalhámos com as pessoas. Mas se for assim – e essa medida vem na segunda-feira a reunião da Câmara -, então tem que parar aquilo que estou a fazer e fazer uma nova consulta pública. Se isso for exigido pelos vereadores da oposição, mas eu vou votar contra, obviamente, porque isso já foi feito».

Por outro lado, Carlos Moedas reiterou que os novos 21 radares que serão ativados a partir de 01 de junho, sobretudo em vias rápidas da cidade, «vão estar totalmente assinalados porque têm uma lógica preventiva e não punitiva».

«Ou seja, todos sabem que ali há um radar e que ali vão ter que respeitar uma determinada velocidade. Se não respeitarem, é escolha deles e, portanto, esta ideia do radar passa a ser preventiva», acrescentou, realçando que esta lógica preventiva tem de estender-se também a outras entidades da autarquia, como por exemplo à EMEL, a empresa que gere o estacionamento na capital.

Apesar de os radares estarem localizados sobretudo em vias rápidas, Carlos Moedas defendeu que também nos bairros deveria haver maior fiscalização, porque são visíveis, «muitas vezes, muitos exageros na cidade e que têm um impacto».

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