O CANSAÇO ESTÁ A AFASTAR AS PESSOAS DA MARCHA DE SÃO VICENTE

A Marcha de São Vicente ensaia todos os dias, de segunda a sexta, na Voz do Operário. No entanto, e segundo o coordenador da marcha, Bruno Santos, ao contrário de anos anteriores, arranjar pessoas para a marcha foi mais complicado em 2022.

“Aconteceu, por exemplo, ter o caso de duas ou três pessoas que tiveram de sair e foi mais difícil arranjar substitutos, o que, no caso de outros anos, não aconteceu, aliás, antigamente chegaram a ficar pessoas de fora”, conta ao Olhares de Lisboa.

Segundo o responsável, um dos motivos em conseguir pessoas para a marcha de 2022 é sobretudo o cansaço. “Há muita gente que trabalha por turnos e não consegue vir aos ensaios, outros é porque trabalham todo o dia e depois não conseguem vir aos ensaios ao final do dia”, explica Bruno Santos, acrescentando ainda que “os últimos dois anos sem Marchas abriram novas perspetivas nas pessoas, há muita gente que percebeu que há coisas que podem fazer nesta altura, como por exemplo ir de férias, e assim já não se envolvem na marcha”.

Os ensaios começaram no final de março e são realizados com o grupo completo, com 50 pessoas (48 efetivos e dois suplentes). O grupo tem uma média de idades a rondar os 25 anos, e a grande parte dos marchantes vieram ou por influência de amigos ou de familiares que já foram marchantes ou têm ligações às Marchas Populares.

Para além disso, grande parte dos marchantes não reside em São Vicente. No entanto, só existe um requisito para fazer parte da Marcha de São Vicente que é a disponibilidade horária. Sobre a paragem forçada das Marchas Populares nos últimos dois anos, Bruno Santos acrescenta que “os últimos dois anos foram dois anos tristes. Nós compreendemos a razão de não ter havido marchas, mas para quem gosta e vive isto, foi complicado não haver desfile nos últimos dois anos”.

Os ensaios decorrem ao ar livre, o que, no entender do coordenador da marcha, Bruno Santos, é uma vantagem, uma vez que “não estamos fechados num recinto e logo acabamos por estar mais protegidos da Covid”, conta o responsável ao Olhares de Lisboa, que adianta ainda que é mantido o distanciamento social nos períodos em que o grupo não está a ensaiar.

Para já, o único plano pensado caso alguém teste positivo à Covid-19 será a sua substituição, mas o responsável da Marcha de São Vicente apela a que todos os marchantes tenham cuidado, sobretudo quando já só faltam poucos dias para a apresentação no Altice Arena, no dia 4 de junho, e para o desfile na Avenida da Liberdade, de 12 para 13 de junho.

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“Claro que se alguém testar positivo, terá de ser substituído, mas pode dar-se o caso de haver mais que duas pessoas infetadas e aí já não é tão fácil a substituição, para tal teríamos que ter dois grupos de marchantes, que não temos”, acrescenta Bruno Santos.

Em 2022, os padrinhos da Marcha de São Vicente, que já venceu as Marchas Populares em 1940, serão os atores Jorge Mourato e Sara Barradas, a ensaiadora é Sofia Pereira e os autores das músicas são Gimba, que escreveu uma das músicas e a respetiva letra; e o cantor Toy, autor da letra e da música da segunda marcha. Já os figurinos estão a cargo de Paulo Julião e os cenários por este e ainda por Sérgio Sousa.

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