METRO DE LISBOA VAI MANTER O JARDIM DA PARADA 

O Metropolitano de Lisboa (ML) informa que o Jardim da Parada vai manter as suas atuais características depois das obras de construção da nova estação de Campo de Ourique, no âmbito do prolongamento da linha Vermelha de São Sebastião a Alcântara.

Recorde-se que, em junho, o ML, em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Junta de Freguesia de Campo de Ourique, organizou uma sessão pública de esclarecimento, aberta à população da Freguesia de Campo de Ourique, sobre o projeto de Extensão da Linha Vermelha a Alcântara e sobretudo sobre a construção da estação de Campo de Ourique e localização dos respetivos acessos.

Desta forma, a futura estação de metropolitano de Campo de Ourique vai ficar implantada sob o Jardim da Parada a uma profundidade de 35 metros, sendo construída integralmente em zona rochosa de maciço calcário, estrato mais favorável em termos de estabilidade. Já os trabalhos não irão interferir com a estrutura arbórea existente no Jardim da Parada, uma vez que a profundidade máxima das raízes das árvores existentes é de cerca de seis metros, situando-se na camada de aterros e argilas não atravessada pelo futuro túnel e pela estação de metro.

O estaleiro das obras do Metro ocupará somente cerca de 15% da área do Jardim. No entanto, para a construção do túnel e futura estação, será necessário retirar seis lódãos (situação prevista e já conciliada com a Direção Municipal dos Espaços Verdes da CML), dos quais quatro serão plantados exatamente no mesmo local, e os outros dois serão plantados dentro do jardim.

Porém, e como medida de compensação, explica o ML em nota de imprensa, serão plantadas 50 novas árvores na freguesia de Campo de Ourique, em local a definir entre a CML e a Junta de Freguesia. Na fase de obra será também garantida uma zona de proteção de 20 metros de raio, dos três exemplares arbóreos classificados existentes no Jardim da Parada, sendo que será ainda garantido o acompanhamento ambiental do estado fitossanitário destes exemplares.

Na mesma fase, e por questões de segurança, o espaço infantil existente será relocalizado e as áreas de estaleiro a ocupar serão restringidas ao máximo, sendo que, quando a estação abrir ao público, o Jardim da Parada irá ter dois elevadores de acesso ao metro. No futuro, haverá ainda uma requalificação do Jardim da Parada com uma eventual ampliação da área verde e a criação de via pedonal na Rua 4 de Infantaria. Estas obras serão definidas pela CML.

Recorde-se que a construção do Metro de Campo de Ourique sob o Jardim da Parada tem sido alvo de uma forte contestação por parte de moradores daquela freguesia, que luta pela preservação e integridade do Jardim da Parada, considerado um local histórico e um dos poucos espaços verdes de Campo de Ourique.

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O prolongamento da linha Vermelha a Alcântara recebeu um parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e o ML terá de cumprir um conjunto de termos e condições que não implicam a deslocalização de qualquer uma das quatro novas estações previstas. De acordo com a empresa, na análise de viabilidade do projeto, decidiu-se colocar a futura estação Campo de Ourique sob o Jardim da Parada devido a fatores como a sua centralidade relativamente ao Bairro de Campo de Ourique, possibilitando a distribuição rápida para outras zonas de Lisboa, nomeadamente para o centro e zona oriental da cidade e redução significativa dos tempos estimados de percurso, assegurando ainda 12% dos movimentos diários das novas quatro estações da linha Vermelha.

Outros fatores tidos também em conta foram o menor risco de interferência dos processos construtivos com a estabilidade do edificado da envolvente; o menor impacto durante o período construtivo no que respeita à definição das áreas destinadas a estaleiro e à interferência das mesmas com vias de circulação públicas; e ainda a redução de interferências com infraestruturas técnicas no subsolo e edifícios existentes.

O Metropolitano de Lisboa garante ainda que a área predominante do Jardim da Parada vai manter a sua utilidade e atividade social, e nele será implementado um Plano de Monitorização do Ruído e de Vibrações.

A implantação dos acessos à estação foi definida em estreita colaboração e coordenação com a Direção Municipal do Urbanismo e Direção Municipal da Mobilidade da CML, sendo que estão previstos dois acessos à futura estação de Metro de Campo de Ourique: um na Rua Almeida e Sousa, próximo do cruzamento da Rua Ferreira Borges; e outro na Rua Francisco Metrass.

O prolongamento da linha Vermelha é uma obra prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e conta com um investimento de 304 milhões de euros. De acordo com o ML, na mesma nota, “a localização de cada uma das quatro estações previstas resulta de uma ampla e exigente ponderação para a adoção de uma solução equilibrada, assente em estudos técnicos e na consulta de diversas entidades da especialidade de reconhecido mérito e competência”.

Para além da expansão da Linha Vermelha, recorde-se ainda que o ML está também a construir a futura Linha Circular, que vai permitir a “mobilidade sustentável e a descarbonização” em Lisboa.

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