PAÇO DE ARCOS TEM MAIS 56 LUGARES DE ESTACIONAMENTO E VAI CHEGAR AOS 200 LUGARES

Foi inaugurado esta quinta-feira, dia 5 de janeiro, o Parque dos Navegantes, no antigo terminal de Paço de Arcos, com mais 56 lugares de estacionamento, numa primeira fase. Para o futuro, a autarquia espera estender, em todo o concelho, este número para cerca de 200 novos lugares, incluindo espaços adaptados ao carregamento de veículos elétricos.

A inauguração deste parque vai ao encontro do objetivo da autarquia de Oeiras em construir, em todo o concelho, mais 14 parques de estacionamento. O novo parque hoje inaugurado situa-se no espaço do antigo Terminal de Paço de Arcos, localizado na Avenida Senhor Jesus dos Navegantes. Para já, e numa primeira fase, o espaço disponibiliza 56 lugares, sendo que, no futuro, está prevista a criação de mais 150 lugares de estacionamento, ainda este ano.

Destes 56 lugares, cinco destinam-se ao carregamento de veículos elétricos. Segundo a Câmara de Oeiras, esta primeira fase consistiu num investimento de cerca de 500 mil euros. Este novo Parque dos Navegantes foi edificado no âmbito do Plano Integrado de Paço de Arcos, e cedido pelo Município à Parques Tejo, em 2017, com o intuito de se criar mais lugares de estacionamento neste local, que funciona como um interface de transportes.

Para o presidente da Parques Tejo, Rui Rei, “este parque materializa uma estratégia ligada à mobilidade e aos transportes”, e que permite que, para além do acesso aos transportes públicos, os moradores tenham também melhor “facilidade de estacionamento” em Paço de Arcos. Durante os próximos meses, garantiu ainda o responsável da Parques Tejo, a empresa irá lançar ainda uma aplicação para telemóvel que vai permitir “reservar lugares” neste novo parque, assim como noutros espaços do concelho, de forma a criar “um serviço mais fácil e ao serviço dos cidadãos”.

Já em relação ao estacionamento para veículos elétricos, Rui Rei explicou que está também prevista a criação de uma tarifa mais económica em relação a outros postos de carregamento situados noutros municípios, criando assim uma “discriminação positiva para os cidadãos de Oeiras”. “Isto é também uma perspetiva de desmaterialização, mas de uma perspetiva de gestão da mobilidade no seu todo, porque a mobilidade não é só o transporte público, é também o transporte individual e a mobilidade suave”, acrescentou o presidente da Parques Tejo, salientando que um dos objetivos é, por isso, “descarbonizar o município”.

O novo parque vai ao encontro de uma estratégia assumida pela Parques Tejo e pela Câmara de Oeiras, no sentido de criar soluções de estacionamento confortáveis e seguras que incentivem a utilização de outros meios de transporte, tais como o comboio, ou a Ciclovia Empresarial, que será potenciada com a implementação de uma rede municipal de partilha de bicicletas, em principio já na primeira metade deste ano, explica a Câmara de Oeiras.

Para o presidente da autarquia, Isaltino Morais, este parque de estacionamento em Paço de Arcos “já deveria ter entrado em funcionamento há mais tempo”, o que não aconteceu porque o espaço estava inicialmente destinado para a construção de um terminal rodoviário. “Acontece que, por razões que tem a ver com o funcionamento dos próprios concessionários, nunca foi possível utilizá-lo”.

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No entanto, para Isaltino Morais, este novo parque poderá ser um incentivo a que as pessoas utilizem os transportes públicos, mas não irá resolver o problema do excesso de trânsito, uma vez que, só de Lisboa, “vêm quarenta e tal mil pessoas” diariamente para Oeiras, pelo que o problema da mobilidade deve ser pensado entre municípios, criando assim “políticas integradas” dentro de toda a Área Metropolitana de Lisboa, sendo que o primeiro passo já foi dado com a Carris Metropolitana, considerando que este novo serviço, que entrou em vigor no passado domingo, dia 1 de janeiro, irá trazer um melhor funcionamento do transporte rodoviário em Oeiras.

Ainda na perspetiva de Isaltino Morais, o novo parque de estacionamento em Paço de Arcos “vai resolver uma série de problemas que há aqui, na zona do centro histórico”, sendo uma delas a possibilidade de fechar a Rua Costa Pinto ao trânsito. Para o autarca, esta é “uma rua icónica do concelho” e que conta “com um número acentuado de restaurantes, atividades de hotelaria”, entre outros, a que se junta uma requalificação de vários imóveis naquela artéria. “Esta é uma rua muito bonita, onde é muito agradável circular, e só falta agora retirar os carros”, prosseguiu o presidente da Câmara de Oeiras, garantindo que esta vai “criar condições para que isso aconteça”.

Neste sentido, Isaltino Morais acredita ainda que o novo estacionamento vai “trazer uma alternativa aos moradores e também ao comércio”, uma vez que o Parque dos Navegantes tem também como objetivo trazer mais visitantes até ao centro histórico de Paço de Arcos, bem como atrair novos estabelecimentos comerciais. Para o edil, não é função da autarquia “impedir que as pessoas possam utilizar o carro”, mas sim “resolver problemas de estacionamento, de congestionamento de tráfego que causam problemas de stress às pessoas, emissões de CO2”, entre outros, e que passam pela criação “de mais estradas e lugares de estacionamento”.

“Hoje em Oeiras o índice de motorização é muito elevado e há famílias que têm três, quatro carros por agregado familiar e naturalmente tem que se responder a isso com a construção de espaço e parques públicos”, considera o autarca, explicando que estes espaços ajudam a responder a estas necessidades mas também às do comércio local. Desta forma, a construção do Parque dos Navegantes vai permitir a pedonalização da Rua Costa Pinto e de outras artérias, “valorizando a atividade comercial”.

“Esta política de construção de parques de estacionamento realmente tem um efeito positivo na vida das pessoas”, acrescentou Isaltino Morais, explicando que o próximo passo será “o alargamento e a utilização máxima deste parque de estacionamento”, para um máximo de 250 lugares. No total, a obra terá um custo de cerca de três milhões de euros, disse ainda o presidente da Câmara de Oeiras, avançando ainda que, a segunda fase deste projeto irá centrar-se na resolução do problema da Rua Costa Pinto, sendo que, para já, o município está a estudar a criação de “alternativas adequadas”, em articulação com os comerciantes.

Por fim, Isaltino Morais considerou ainda que o Parque dos Navegantes “pode perfeitamente acolher grandes exposições”, lançando ainda o repto ao TagusPark, de forma a expôr algumas das exposições de arte urbana naquele espaço. “Não tenho dúvidas este parque de estacionamento é necessário e vai ter uma grande utilização”, finalizou Isaltino Morais, acrescentando que este será “mais um equipamento que vem enriquecer e melhorar as condições de vida” em Paço de Arcos.

Para além de Paço de Arcos, está também em curso a construção de outros parques de estacionamento em Algés, com capacidade para cerca de 170 lugares; em Linda-a-Velha, com 300 lugares; em Porto Salvo, com 150 lugares, o que vai aumentar para 800 o número de lugares de estacionamento no concelho de Oeiras. Ao mesmo tempo, avançou ainda Isaltino Morais, em breve deverá ficar concluída a ciclovia que liga a Fundição de Oeiras ao Forte de São João da Barra.

Já em relação ao novo SATU, o autarca explicou que atualmente existe um acordo com a Câmara Municipal de Sintra, para definir o traçado deste novo transporte, que deverá passar pelas localidades de Sintra, Cacém e Massamá. O novo SATU ligará Paço de Arcos a Sintra, sendo que o percurso será construído por fases, e espera-se que, até ao início de 2024, se abra o concurso para a segunda fase da obra, com a construção do troço entre Oeiras e o Lagoas Parque, em Porto Salvo, sendo que haverá uma terceira fase, com a ligação entre o TagusPark e o concelho de Sintra.

“É necessário captar os recursos financeiros que permitam todo este financiamento”, explicou o presidente da Câmara de Oeiras, acrescentando que “a alteração de transporte por carro para autocarros elétricos reduz num terço o investimento inicial”, que estava previsto na ordem dos 130 milhões de euros, e que, desta forma, passa para cerca de 90 milhões. No entanto, e para além da disponibilidade financeira, Isaltino Morais relembrou também que a concretização do projeto vai também depender da “apropriação de terrenos”.

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