OEIRAS ASSINOU ACORDO COM FEDERAÇÕES DESPORTIVAS PARA REQUALIFICAÇÃO DO ESTÁDIO NACIONAL

A Câmara Municipal de Oeiras, a Federação Portuguesa de Atletismo, a Federação Portuguesa de Futebol, a Federação Portuguesa de Rugby e o Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPDJ) assinaram, sexta-feira, um acordo de colaboração para a dinamização e reabilitação do estádio de Honra do Complexo Desportivo do Jamor, mais conhecido como Estádio Nacional.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, é uma “satisfação” assinar este protocolo em conjunto com as restantes instituições. “A existência de equipamentos do Estado e da Administração Central não podem ser indiferentes” às autarquias, sublinhou o edil. Na sua visão, o Complexo Desportivo do Jamor e o Estádio Nacional têm uma grande “simbologia” não apenas para o concelho, mas para todo o país.

“Toda a simbologia é bem sentida pelos portugueses. Há momentos naturalmente mais expressivos, como é por exemplo o final da Taça de Portugal”, sustentou. Este acordo surge na sequência da vontade de todas as entidades envolvidas em contribuir para a reabilitação e otimização do Estádio Nacional. Ainda de acordo com Isaltino Morais, “muitos dirigentes e autarcas deste concelho foram formados neste complexo da Faculdade de Motricidade Humana”.

Melhorar os serviços prestados

Por isso, houve “um impacto extraordinário naquilo que é a política desportiva do nosso concelho”, que é atualmente um dos melhores do país nesta área. No mesmo sentido, a CMO, acrescentou o presidente, sempre “esteve interessada em ter uma participação mais ativa na gestão de todo este complexo”. Para tal, estabeleceu sempre “uma grande cooperação” com o IPDJ. O acordo agora assinado prevê a criação de um projeto arquitetónico de reabilitação do Estádio Nacional.

As várias entidades envolvidas serão responsáveis por lançar um concurso de ideias para definir em que moldes será feita esta reabilitação. A Câmara de Oeiras irá colaborar a nível urbanístico. “Este novo passo só pode traduzir-se numa melhor prestação de todos os serviços que são prestados aqui pelo complexo”, prosseguiu o autarca oeirense, salientando que o apoio da CMO “será positiva para todos os parceiros”. Desta forma, elencou os indicadores que mostram o investimento da autarquia na área do Desporto em todo o concelho.

Ao mesmo tempo, este acordo prevê ainda a criação de atividades que levem a uma “maior democratização” no uso do Complexo Desportivo do Jamor. “É fundamental que se olhe para este complexo de maneira diferente”, ressalvou o presidente da Câmara de Oeiras.

Referência para o país

Já para Jorge Vieira, Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, é no Complexo Desportivo do Jamor que, diariamente, se reúnem cerca de 600 atletas para treinar. O responsável falou em representação das três federações que assinaram o protocolo. O motivo foi o facto de o atletismo ser a modalidade mais antiga, em relação ao futebol e ao rugby. Por outro lado, ressalvou, foi aqui nesta pista que treinaram os nossos melhores campeões do desporto português e do atletismo.

Foi aqui também que convergem e convergiram atletas de todo o país”. Jorge Vieira lembrou ainda que o Jamor foi, durante muito tempo, “a única pista com piso sintético em todo o país”. Por isso, vinham treinar, para este espaço, atletas de todo o país, “que demoravam horas a chegar”. “Eu costumo dizer que este foi um tempo que fez do atletismo aquilo que é hoje. A modalidade foi feita com grande esforço, dedicação, e grande resiliência de todos”, realçou.

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Obra referência para o desporto nacional

Por isso, Jorge Vieira espera que este protocolo ajude a transformar o Jamor “numa obra de referência para o desporto nacional. Não é um simples protocolo, porque carrega um simbolismo para o desporto português”, reforçou. O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo acrescentou ainda que a construção do Estádio Nacional foi importante para “a arquitetura paisagista no país, mas também um marco extraordinário” para o desporto nacional.

O Estádio Nacional foi criado em 1944, e foi aqui que surgiu o primeiro e único Instituto Nacional de Educação Física (INEF), instituição que deu origem à Faculdade de Motricidade Humana (FMH). Mais tarde, em 1972, surgiu a primeira pista sintética do país, e que foi a única até 1987. Por fim, Jorge Vieira manifestou o seu desejo em que este protocolo ajude a trazer melhores condições desportivas no Jamor, e um espaço mais modernizado.

“Espero que, dentro de pouco tempo, consigamos ter uma pista nacional e um estádio para desenvolvermos competições ao mais alto nível nacional e internacional”, reforçou. Ao mesmo tempo, o responsável manifestou ainda a esperança de que esta obra “seja uma referência para o país inteiro e para o desporto”.

Promover a inclusão

Já Ana Catarina Mendes, Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, este é um “momento simbólico” e vai ao encontro da responsabilidade assumida pelo Governo em apostar na atividade física e no desporto, uma vez que “são essenciais para a promoção da saúde e do bem-estar”. Ao mesmo tempo, acrescentou a ministra, o desporto é também “um instrumento fundamental para a inclusão social e igualdade de oportunidades”.

No entanto, esta aposta não se deve ficar apenas por este protocolo, considera, mas de um trabalho conjunto com as autarquias, federações, associações e clubes. “Temos de dar um passo para que a sociedade, as instituições e os clubes disponham de mais e melhores condições para promover o bem-estar das populações, a inclusão e a igualdade de oportunidades”.

Reforço das unidades de alto rendimento

Ainda na mesma perspectiva, Ana Catarina Mendes sublinhou que é fundamental “abrir o desporto a todos”, independentemente da origem social. Aqui, a ministra referiu o Programa Escolhas, atualmente gerido pelo IPDJ, que tem como objetivo promover a inclusão e integração social dos jovens mais carenciados. No mesmo sentido, referiu ainda as políticas que têm sido desenvolvidas no âmbito da igualdade de género no desporto e ainda do reforço do número de unidades de apoio ao alto rendimento nas escolas portuguesas.

“A partir de setembro, teremos 25 unidades de apoio ao alto rendimento em escolas de norte a sul do país”, e que vão apoiar “milhares de alunos atletas em 55 modalidades”, sublinhou. Por outro lado, Ana Catarina Mendes salientou ainda que o Governo procura implementar medidas de “combate à violência e outras práticas nefastas no desporto”. A isto junta-se à aposta “nos investimentos e infraestruturas desportivas”, como é o caso do Complexo Desportivo do Jamor. Sobre este espaço, a Ministra dos Assuntos Parlamentares reforçou que “não tem as condições essenciais” para as mulheres praticarem.

Mais de 400 eventos em Portugal em 2022

Ainda de acordo com Ana Catarina Mendes, “2022 foi um ano recorde na organização de eventos desportivos e internacionais. Foram mais de 400”. Com isto, as tutelas do desporto e do turismo investiram oito milhões de euros, de forma a potenciar estas áreas. Por fim, a ministra reforçou que Portugal receberá, em 2025, a final da Champions League feminina. “Espero que, num futuro mais ou menos breve, estejam reunidas as condições para que algo de semelhante possa vir a ter lugar neste estádio”, concluiu Ana Catarina Mendes.

Por fim, a ministra reforçou ainda que o Governo incluiu, no acordo Portugal 2030, “os equipamentos desportivos” como uma área prioritária. Por outro lado, este acordo agora assinado só funcionará graças ao trabalho conjunto entre a Administração Central, a CMO e as federações. “O associativismo desportivo é a principal base desportiva do nosso país. Temos de continuar a incentivar a sua relevante função, porque assim teremos melhores cidadãos, atletas, clubes, formação, melhores seleções e representações nacionais ao mais alto nível”, finalizou.

Receber provas internacionais

Tal como Ana Catarina Mendes, também o primeiro-ministro, António Costa, realçou a importância de requalificar o Estádio Nacional para que ele consiga receber provas internacionais. “Este é um espaço muito relevante em várias dimensões. Este é o único estádio que é entendido e partilhado como sendo do país e deve representar todas as modalidades”, disse o primeiro-ministro. Por outro lado, António Costa sublinhou ainda a excelente parceria da CMO com o Estado, tanto no ponto de vista económico, tanto na aposta na habitação, entre outros.

Novamente sobre o Jamor, o primeiro-ministro lembrou algumas intervenções que foram realizadas neste espaço, mas que atualmente não são suficientes. “Organizar uma final da Taça é um enorme desafio para conseguirmos encontrar condições minimamente adequadas para que a prova se possa realizar cumprindo os parâmetros nacionais”, acrescentou Costa, lamentando que o espaço não consegue “receber provas internacionais”.

Homenagear os agentes desportivos

“É uma pena não dispormos de um equipamento desportivo que permita organizar as mais altas competições no futebol, no atletismo e no rugby”, prosseguiu o primeiro-ministro, reiterando a necessidade de requalificar o Estádio Nacional “para estar ao melhor nível”. Por outro lado, considera, esta intervenção é igualmente “uma forma de prestarmos homenagem ao trabalho extraordinário que as federações, os clubes, os atletas, as famílias fazem para a promoção do desporto”.

No mesmo sentido, António Costa sublinhou ainda a importância de criar condições para a prática desportiva em Portugal, desde o desporto escolar até à alta competição. “Queria agradecer às federações por terem lançado o desafio para se abrir o concurso de ideias para revitalizar o Estádio Nacional”, concluiu o primeiro-ministro. “Vamos conseguir fazer deste estádio o que ele merece ser para celebrarmos os seus 80 anos”, acrescentou, reforçando que o espaço será “adaptado às realidades de hoje” e terá todos os requisitos para acolher todo o tipo de provas.

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