Foi inaugurado, na última sexta-feira, 8 de março, o Centro de Hemodiálise da Fundação Renal Portuguesa, com capacidade de resposta até 300 utentes, representando a criação de cerca de 50 novos postos de trabalho no concelho.
Já está inaugurado o novo Centro de Hemodiálise da Fundação Renal Portuguesa (FRP). O espaço situa-se na Rua Dr. Agostinho Silva, em Leião, na freguesia de Porto Salvo. Foi construído num terreno cedido pela Câmara Municipal de Oeiras (CMO), em direito de superfície por um período de 50 anos. Por outro lado, a construção do edifício ficou a cargo da FRP, investindo dois milhões de euros no mesmo. A obra demorou cerca de um ano. Para já, o espaço ainda não está em funcionamento, mas espera-se que comece a operar até ao final do primeiro semestre de 2024.
Na inauguração, esteve o presidente do Conselho de Administração da FRP, José Manuel Guillade, que salientou que este centro irá servir “ a população de Oeiras e concelhos limítrofes”, que sofrem de problemas renais crónicos. “As linhas orientadoras dos centros da FRP são o conforto, a segurança e a fiabilidade”, referiu ainda o dirigente. Desta forma, explicou que o espaço conta com uma recepção, com uma área de 50 metros quadrados, uma sala de utentes, com luz natural e com janelas viradas para o exterior. “Normalmente, um centro de diálise tem os doentes colocados nas paredes e a olhar para o interior. Nós fazemos justamente o contrário, colocamo-los no meio a olhar para o exterior”, explicou.
Capacidade para atender até 300 doentes
A sala de hemodiálise tem uma área de 445 metros quadrados, preparada para doentes com mobilidade reduzida, contando ainda com um sistema de purificação do ar. “O ar que é retirado, nunca é colocado novamente” nesta sala, reforçou o presidente da FRP. Este novo centro tem capacidade para atender até 300 doentes e está classificado na classe energética B+. Contudo, o objetivo da Fundação é alcançar a Classe A, prevendo, por isso, instalar painéis solares. O segundo objetivo da FRP é a “segurança”, prosseguiu José Manuel Guillade. Assim, existe um sistema que evita a contaminação da água por metais, bem como saídas de emergência, lixo para depósito de risco biológico, e ainda formação dos colaboradores para situações de emergência.
Por fim, o terceiro objetivo, é “a fiabilidade”, como comprova o sistema de climatização descentralizado. Ou seja, se houver uma avaria num equipamento, os restantes continuam a funcionar. Também os equipamentos de climatização podem ser regulados individualmente, acrescentou o responsável, sublinhando ainda que todo o processo clínico “é totalmente informatizado”. Para já, o espaço ainda não se encontra em funcionamento. Espera-se que abra ao público até ao final do primeiro semestre de 2024, sendo que a FRP apenas aguarda a conclusão do processo de certificação de qualidade pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Centro será uma mais valia para Oeiras
A Fundação Renal Portuguesa é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos. O seu principal objetivo é atender e dar assistência médica, clínica e humana a pessoas com doenças renais. Igualmente, tem ainda como propósito fomentar a investigação científica para a prevenção e cura das enfermidades renais e ainda a prevenção e combate do sofrimento dos doentes com insuficiência renal crónica. Nesta inauguração, esteve ainda o presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO). Isaltino Morais considerou que se “este equipamento fosse inaugurado há 30 anos, seria uma coisa de outro mundo”, dadas as características do mesmo.
Para o autarca, este espaço vai “contribuir para melhorar a vida de muitos cidadãos”, dando resposta não só aos doentes de Oeiras, mas também de concelhos vizinhos como Sintra, Cascais, Amadora ou Lisboa. Assim, considera, é possível existir “mais coesão em toda a Área Metropolitana de Lisboa”. Por outro lado, o presidente da CMO referiu ainda que a escolha da FRP em instalar o novo centro de hemodiálise em Oeiras deve-se “à forma como nós encaramos a burocracia”. “Se a CMO não tivesse disponibilizado este terreno, com certeza que iriam bater a outra porta. Portanto, este centro tanto podia nascer aqui, como em Cascais, em Sintra ou na Amadora”, sustentou.
Dar condições a quem trabalha no concelho
Por isso, o espaço será uma mais valia para o concelho, e que se irá juntar a “muitos outros equipamentos inovadores que diferenciam este território de outros”, disse ainda Isaltino Morais. Para o presidente, as inaugurações são ainda importantes “para anunciar e divulgar” o trabalho “daqueles que colaboram connosco e produzem riqueza”. No entanto, o presidente da CMO lembrou ainda que, para que estes trabalhadores estejam satisfeitos, é essencial que “eles tenham casa aqui perto”. Aqui, Isaltino Morais lembrou os projetos em curso no âmbito da Habitação. Estes vão permitir a construção de quase dois mil fogos em regime de renda apoiada e acessível, em todo o concelho.
“Estou na expetativa sobre o que vai agora acontecer com o novo Governo”, disse o presidente. Estes projetos representam um investimento do Plano de Recuperação e Resiliência de 40 milhões de euros. “Essas casas são destinadas a famílias carenciadas, mas também a famílias da classe média”, acrescentou Isaltino Morais, que salienta ainda que estas habitações podem ser atribuídas a quem “reside ou trabalha” no concelho de Oeiras. “O que nós desejamos é que os vossos colaboradores que venham trabalhar aqui estejam atentos ao que se passa na Câmara e se sintam cidadãos de Oeiras”.
Terreno foi cedido pela CMO
“Quanto maior for a integração aqui no território, mais felizes as pessoas podem ser”, frisou ainda o presidente da CMO. O autarca considera ainda que a abertura de um espaço como este novo centro de hemodiálise contribui para a “transformação do território”. “São pessoas como vocês que transformam este país e cuidam de quem precisa, substituindo-se ao Estado tantas vezes”, concluiu Isaltino Morais.
A primeira pedra deste Centro de Tratamento foi lançada a 1 de junho de 2022. Para além da cedência do terreno, a autarquia de Oeiras apoiou ainda os custos associados à sua terraplanagem. Por fim, e a par dos tratamentos de hemodiálise, o espaço disponibilizará ainda consultas gratuitas de nutrição, psicologia e serviço social.