A Junta de Freguesia das Avenidas Novas (JFAN) vai inaugurar, no próximo dia 8 de setembro, um memorial de homenagem à escultora de Arte Sacra, Maria Amélia Carvalheira. Esta iniciativa acontece no Jardim Amélia Carvalheira (junto à Igreja de Nossa Senhora de Fátima), pelas 10h00, e contará com a presença do Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério.
A escultora de arte sacra Maria Amélia Carvalheira vai ser homenageada no próximo dia 8 de setembro, domingo, com um memorial que será colocado no jardim com o seu nome, junto à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na freguesia das Avenidas Novas. Maria Amélia Carvalheira sagrou-se um dos maiores expoentes da Arte Sacra Portuguesa do Século XX, entregando a fé ao seu talento. Esta homenagem acontece na mesma altura em que a escultora celebraria 120 anos do seu nascimento, e no ano em que passam 20 anos após a inauguração do jardim.
Igualmente, Maria Amélia Carvalheira viveu sessenta anos na freguesia das Avenidas Novas, pelo que a Junta de Freguesia das Avenidas Novas (JFAN) quis prestar homenagem à artista, cujo trabalho atingiu uma notoriedade que atravessou os cinco continentes. Maria Amélia Carvalheira, nascida em Vila Nova de Cerveira a 4 de setembro de 1904, mostrou desde cedo um interesse e um talento natural para o desenho e a escultura, sendo que, em 1947, foi apresentada ao Mestre Barata Feyo, com quem aprendeu a arte de esculpir. Ao longo de cinco anos, Maria Amélia Carvalheira aprendeu com o seu mestre, tendo-se tornado um nome consagrado entre os grandes nomes desta arte.
Em 1949, conquistou o Prémio de Artes Plásticas “Mestre Manuel Pereira” para a escultura com a obra intitulada ‘São João de Deus’ Em 1951, participou na “I Bienal de São Paulo”, no Brasil, com um baixo-relevo representando São Lucas, feito em bronze. Em1952 participou na exposição comemorativa de São Francisco Xavier, em Goana, com o seu alto-relevo denominado ‘A Última Ceia de Cristo’.
Escultora viveu mais de 60 anos nas Avenidas Novas
Em 1992, aos 88 anos, realizou uma exposição na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, de forma a comemorar os “50 anos de Escultura de Arte Sacra”. Em 1994, realizou uma exposição no Centro Cultural de Belém (CCB), no âmbito do Ano Internacional da Família, intitulada ‘A Sagrada Família na Obra de Maria Amélia Carvalheira’. Igualmente, ao longo da sua carreira, participou ainda em muitas outras exposições, não só em Portugal, como também no Brasil e Moçambique. Por isso, a escultora conseguiu um grande reconhecimento além-fronteiras, desde a Europa a África, passando pela Ásia até à América.
É ainda autora da escultura ‘O Anjo de Portugal’, mas também das esculturas de Nossa Senhora e de todas as Estações da Via-Sacra presentes em Fátima, bem como de outras esculturas de cariz religioso espalhadas de Norte a Sul de Portugal. Maria Amélia Carvalheira viveu mais de 60 anos nas Avenidas Novas, mais concretamente no nº58 da Avenida João Crisóstomo, a apenas três quarteirões de distância da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Faleceu a 31 de dezembro de 1998, aos 94 anos, em Lisboa. Em 2004, foi homenageada com um jardim com o seu nome, e que agora recebeu uma escultura em sua homenagem, realizada pelo escultor Carlos Bajouca Escultor, que tem no seu currículo um vasto trabalho em espaços públicos, tais como o Parque Eduardo VII, entre outros locais. Ao mesmo tempo, fez ainda diversas esculturas para instalações escolares em Sesimbra e clubes desportivos locais.
Fotos: Maria Amélia Carvalheira