A inauguração da nova sede do Grupo Sport Chinquilho Cruzeirense ficou marcada pela alegria dos sócios e dirigentes do clube, que viram cumprida uma aspiração de décadas, mas também das entidades oficiais que marcaram presença na cerimónia.
A história desta coletividade da zona do Alto da Ajuda confunde-se com a história do associativismo em Lisboa. O clube, que é quase centenário, viveu dias conturbados anos a fio, sem que nada nem ninguém resolvesse deitar mãos à obra na reconstrução do edifício. As instalações antigas estiveram demasiado tempo degradadas e foi graças a uma decisão de Carlos Moedas, como foi sublinhado por todos os oradores, que a hipótese de as instalações se converterem numa ruína foi, enfim, alterada.
Na inauguração, no dia 14 de março, recordaram-se as tropelias e morosidade do processo, em que as frustrações dos sócios e dirigentes foram uma constante ao longo de quatro décadas, mas também se aproveitou para lembrar o “papel decisivo” do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, na edificação da obra e do “orgulho” em pertencer àquela coletividade histórica.
As palavras do presidente do clube, João Saroco, refletiram esse mesmo “orgulho” em ver de pé “a grandiosidade do novo GS Chinquilho”, que “é um sonho de anos”, mas não poupou nos elogios ao edil, pois “foi graças ao presidente Moedas” que a obra nasceu.
Compromisso “assumido” e “cumprido”
Carlos Moedas não enjeitou os elogios e revelou que as “promessas são para cumprir” e que este tipo de obras têm um significado especial para ele enquanto autarca, “que ama Lisboa”.
“O Grupo Sport Chinquilho Cruzeirense tem, a partir de hoje, um novo espaço. Onde antes havia abandono, há agora um local moderno e funcional, pronto para servir a comunidade. No início do mandato, assumi este compromisso. Hoje, está cumprido.
O novo edifício é um espaço renovado para cultura, desporto e convívio, preparado para receber o futuro sem esquecer a sua história. Fizemos um investimento de 390 mil euros nas obras deste espaço, que é essencial para preservar tradições, fortalecer a comunidade e combater a solidão”, proclamou.
De acordo com Carlos Moedas, as obras da sede da coletividade só foram possíveis graças à insistência de um sócio do clube. Revelou que, certo dia, quando andava a visitar a zona, um homem “lhe pegou no braço” e o levou a conhecer as instalações. O autarca, segundo o próprio, ficou “com uma dor no coração”, pois só aí tomou conhecimento do estado de avançada degradação da antiga sede. “Voltei para casa maldisposto. No dia seguinte, reuni com os vereadores e disse-lhes que era urgente fazer alguma coisa para reabilitar aquelas instalações, que estavam em risco de ruir e põem em causa a segurança das casas contíguas e das próprias pessoas do clube”.
Moedas explicou ainda que, seguidamente, pegou no telefone e ligou ao presidente da Junta de Freguesia, que se “mostrou muito satisfeito” por, finalmente, alguém fazer alguma coisa para resolver a situação do clube, que é muito mais que apenas uma coletividade, é um espaço de integração e de convívio de uma comunidade que, bastas vezes, se sente “marginalizada” por viver numa zona periférica da cidade.
Para resumir o momento “de grande alegria” representado pela inauguração, o líder da Câmara de Lisboa assumiu que o momento “é absolutamente único” e que demonstra “que estou a fazer bem o meu trabalho”, que “olho por todos vocês, pessoas, associativismo”.
Moedas terminou a sua intervenção reiterando que acredita no incentivo proporcionado “pela alegria das pessoas” em pequenos momentos simbólicos como o representado pela inauguração da nova sede. “É um orgulho poder fazer pequenas coisas que são grandes para aqueles que precisam. Só assim podemos mudar o mundo”.
Espaço de integração
O presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, Jorge Marques, que tomou em mãos e liderou todo o acompanhamento técnico das obras, também fez questão de mostrar “uma grande alegria” pela inauguração, dado que representa um passo decisivo na segurança (e no orgulho redobrado) de todos os sócios do clube. “Hoje é um dia muito feliz para todos nós, para o bairro da Ajuda. O ‘Chinquilho’ é muito mais que uma simples coletividade. Representa o trabalho de uma instituição que faz um trabalho social notável, que é a ‘casa’ onde as pessoas do bairro do Casalinho convivem”, gente trabalhadora, mas que, muitas vezes, se sente marginalizada e sem outras opções lúdicas em todo o bairro.
Para Jorge Marques, o CS Chinquilho Cruzeirense é também o local onde muitos estudantes universitários que estão deslocados das suas terras natais praticam desporto e convivem, sentindo-se um “pouco em casa” e “que pertencem ao bairro”. Também por essa razão, todos os oradores desejaram longa vida à nova vida do CS Chinquilho Cruzeirense.