A segunda edição da COP Oeiras Valley, realizada no Taguspark, em Oeiras, contou com presença de vários representantes da ONU, que virem ver com os seus próprios olhos os alunos do secundário do concelho a “assumirem” o papel de representantes de várias nações com assento na ONU.
Realizada nos dias 23 e 24 de outubro, a segunda edição da COP Oeiras Valley, é um projeto promovido pelo Município de Oeiras que visa dar oportunidade aos jovens de experienciarem o funcionamento da Assembleia Geral da ONU através da representação de vários cargos que a constituem, nomeadamente as delegações de países.
O evento visa aproximar os jovens das Nações Unidas e do universo diplomático, proporcionado aos estudantes do ensino secundário de Oeiras a oportunidade de experienciar o funcionamento de uma Conference of the Parties (COP), desenvolvida pela ONU, através da representação de vários cargos que a constituem, nomeadamente as delegações de países. É ainda objetivo que os jovens reflitam acerca dos processos de diplomacia e multilateralismo envolvido nas tomadas de decisão de carácter global, refere a autarquia.
No encerramento da “assembleia”, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, mostrou que a autarquia deposita um capital de esperança no futuro da juventude de Oeiras.
Isaltino Morais foi recebido como uma “estrela” da companhia, sob uma estrondosa ovação, rodeando-se de jovens, tirando selfies, conversando para saber pormenores sobre as expetativas dos jovens oeirenses sobre o seu futuro.
No discurso final de encerramento da iniciativa, Isaltino Morais, assumiu estar “encantado” com a qualidade parlamentar e capacidade de organização daqueles cerca 150 alunos das escolas secundárias do concelho, que “representaram” 70 países e organizações de todos os continentes.
A importância de “sermos agentes da mudança”
Para o autarca, a assembleia do “faz de conta (…) vai ter grande importância nas vossas vidas”, pois representa “uma experiência única” na vida dos participantes.
Este aproximar dos jovens de Oeiras ao universo diplomático de uma organização planetária que pauta as tendências políticas em todo o mundo constitui “uma oportunidade única” para os jovens se baterem pela resolução de problemas que estão na ordem do dia da agenda mundial — e que são de suma importância para o futuro da Humanidade.
As alterações climáticas, a necessidade de promoção da sustentabilidade alimentar, a inteligência artificial são algumas das questões que estão em cima da mesa do tabuleiro de xadrez para o qual os decisores necessitam de encontrar respostas.
Face a este cenário, “é necessário termos capacidade para nos adaptarmos à mudança e é fundamental sermos agentes da mudança”, sublinha Isaltino Morais.
O edil sublinha ainda que, ao contrário da ideia corrente, os jovens “não estão afastados da política”. “Na última campanha para as eleições autárquicas estive sempre rodeado de jovens e foi extraordinário”, revela.
Futuro da política assegurado
Isaltino Morais acredita na nobreza da causa pública, sendo o exercício da política um trabalho onde, de facto, se pode ajudar a mudar a vida das pessoas. Nesse contexto, incita a jovem plateia a não temer abraçar as grandes causas que fazem a diferença na vida de todos.
“Há um momento das vossas vidas em que podem dar algo au mundo. Estou convicto que estamos perante uma geração extraordinária (…) Daqui a 40 anos vamos ter uma nova elite política saída daqui (de Oeiras). Vocês estão no bom caminho e são o futuro do país”, conclui.
ONU é dos povos e para os povos
O secretário-geral da United Nations Association Portugal (UNA), Mário Parra da Silva, começou por lembrar que no dia 24 de outubro se celebram os 80 anos do Dia das Nações Unidas, uma data que marca o início de uma posição conjunta em que o mundo escolheu a cooperação em vez do conflito, frisando que, hoje, essa escolha é mais urgente do que nunca.
Mário Parra da Silva assinalou este momento simbólico recordando que as Nações Unidas nasceram “dos povos” e para os povos. Reafirmou ainda o compromisso da UNA Portugal em ser uma ponte entre os cidadãos e as Nações Unidas, através do diálogo e do envolvimento cívico, em Portugal.
O representante da ONU em Portugal elogiou o envolvimento dos jovens de Oeiras nas “causas” da Humanidade discutidas durante a “cimeira”, enaltecendo a “qualidade das intervenções” dos “diplomatas” oeirenses, assegurando que o “talento” e “liderança” demonstradas pelos jovens participantes “não podem ser desperdiçados” e que está convicto que Portugal vai ter uma nova classe política e de líderes que ainda dará “muito que falar”.
Parra da Silva revela que é objetivo da UNA Portugal alargar estas simulações a outras escolas do território nacional, para proporcionar as mesmas oportunidades aos estudantes do secundário de vilas e cidades afastadas dos grandes centros urbanos.
Em comentário aos combates atuais em prol do futuro da Humanidade, o secretário-geral da UNA reconhece que a sua geração, a dos boomers, cresceu a lutar pelos seus “direitos”, mas as gerações mais novas devem juntar-se à causa mais recente da ONU: “A Declaração Universal das Responsabilidades Humanas”, que visa “reverter aquilo que andámos a fazer” na destruição do planeta.
Na sessão de encerramento, Sherri Aldis, diretora do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa Ocidental, sublinhou o papel transformador dos jovens como verdadeiros agentes de mudança. Destacou a sua energia, dedicação e espírito de liderança, qualidades essenciais para enfrentarmos, juntos, os desafios complexos do mundo atual.
O evento contou com a colaboração de inúmeras organizações e empresas privadas, que premiaram as “delegações” de vários países com prémios pecuniários. O município de Oeiras ofereceu uma viagem a Belém, no Brasil, às “delegações” de Singapura e Portugal, que irão participar na COP 30, iniciativa à seria onde se irão discutir os problemas que o mundo enfrenta e as soluções para os resolver.









