PSD ganha Sintra ao PS com coligação original

O cabeça de lista do PSD/IL/PAN à Câmara de Sintra, Marco Almeida, venceu as eleições autárquicas, derrotando a candidata do PS/Livre, Ana Mendes Godinho, e encerrando assim 12 anos de governação socialista, protagonizados por Basílio Horta. A candidata do Chega, Rita Matias, ficou em terceiro lugar na corrida eleitoral, muito distanciada de PSD e PS.

O candidato da coligação liderada pelo PSD derrotou Ana Mendes Godinho, da coligação liderada pelo PS. O novo presidente diz que acaba uma liderança socialista de 12 anos na autarquia de Sintra, prometendo anos de “qualificação do concelho no que diz respeito às infraestruturas”. “Mas, sobretudo, a questão de os sintrenses voltarem a ter orgulho de viver neste concelho e de serem verdadeiramente sintrenses nas diferentes dimensões”.

“Quero agradecer aos sintrenses a participação eleitoral e o voto de confiança que manifestaram à coligação Sempre com os Sintrenses, uma coligação composta por muitos independentes que me acompanham desde 2013, mas sobretudo por três partidos, o PSD, a Iniciativa Liberal e o PAN, uma coligação original, mas que permitiu e que vai permitir devolver Sintra aos sintrenses”, afirmou Marco Almeida.

O antigo vice-presidente da autarquia, nos mandatos de Fernando Seara (PSD), falava no centro histórico de Sintra, num café onde nas anteriores eleições o PS acompanhou e festejou a noite eleitoral, acrescentando que foi “colocado um ponto final” em “12 anos de Partido Socialista”.

“Acredito que os próximos anos serão anos de qualificação do concelho no que diz respeito às suas infraestruturas, mas sobretudo à questão de os sintrenses voltarem a ter orgulho de viver neste concelho e de serem verdadeiramente sintrenses nas diferentes dimensões”, salientou.

Coligações em aberto

Marco Almeida, questionado se não esperava ter a seu lado mais figuras destacadas do PSD nesta noite de vitória, respondeu que seguiria depois para “fazer a festa na Terrugem”, e deixou uma mensagem para o atual primeiro-ministro, por ter acreditado que “podia fazer a diferença no resultado eleitoral do PSD, no âmbito de uma coligação de partidos”.

“Sei que muitas vezes foi incompreendido, mas acredito, dr. Luís Montenegro, que valeu a pena, devolvemos a liderança de Sintra ao PSD e a uma coligação de partidos, [com] Iniciativa Liberal e PAN”, notou, referindo-se também a Inês de Sousa Real, do PAN, por apostar numa “coligação também ‘sui generis'”, e à estrutura local da IL.

Em relação ao restante executivo, e não tendo maioria absoluta, Marco Almeida reiterou que vai olhar “os currículos dos vereadores eleitos” e que a sua “linha vermelha era com a incompetência” e não quer “vereadores sem currículo”, mas que “tenham a sua vida”.

“Vejo que o Chega e o PS elegeram vereadores e que, por isso, têm o testemunho também dos sintrenses no resultado que lhes foi atribuído. Eu não vou distinguir por partidos, eu vou distinguir por pessoas e pela sua competência”, sublinhou.

Fragmentação da direita

A vitória do PSD ocorre num contexto de fragmentação da direita e da oposição: o CDS-PP apresentou candidatura própria em coligação com ADN e PPM, alegando que a escolha de Marco Almeida pelo PSD nacional gerou rutura no partido local, enquanto a Iniciativa Liberal e o PAN se juntaram à coligação vencedora.

As sondagens indicavam um empate técnico entre PSD/IL/PAN, PS/Livre e Chega, com uma diferença de apenas quatro pontos percentuais, tornando o triunfo de Almeida particularmente significativo.

Marco Almeida foi candidato pela terceira vez à presidência da Câmara e contou com o apoio de figuras nacionais do PSD, IL e PAN, incluindo Manuela Ferreira Leite, Hugo Soares, Mário Amorim Lopes e Fernando Seara.

Marco Almeida será assim o próximo presidente da Câmara Municipal de Sintra, sucedendo a Basílio Horta, eleito pelo PS para três mandatos consecutivos, desde as autárquicas de 2013.

Veja os resultados eleitorais oficiais por concelho e freguesia

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