Desfile militar de evocação do 25 de Novembro parou o centro de Lisboa na manhã de hoje. Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância da data na consolidação da Constituição de 1976 e lembrou o papel histórico de Ramalho Eanes em todo o processo.
As comemorações dos 50 anos do 25 de Novembro de 1975, realizadas hoje de manhã na baixa lisboeta, integraram uma cerimónia militar promovida pelas Forças Armadas.
O desfile, realizado na Praça do Comércio, e presidido pelo Presidente da República, contou com forças em parada, unidades equipadas para combate, viaturas motorizadas e a passagem de meios da Força Aérea.
A parada militar contou com a presença de vários batalhões do Exército, Armada e Força Área, bem como de unidades de forças especiais, designadamente os militares do Regimento de Comandos, o Centro de Tropas de Operações Especiais de Lamego (rangers), o Corpo de Fuzileiros Navais e as Tropas Paraquedistas, mas também as unidades médicas e de pronto socorro das Forças Armadas. Os caças F16 da Força Aérea Portuguesa sobrevoaram o espaço aéreo da baixa pombalina.
Um dos pontos altos do desfile, ocorreu com a passagem das míticas chaimites, produzidas em Portugal, usados nas guerras coloniais e que se tornaram um ícone da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Marcelo lembra importância histórica dos dois dias 25
O Presidente da República destacou o 25 de Abril como a “data primeira”, “sem a qual não teria havido Novembro de 1975”, mas salientou que, sem o 25 de Novembro, não teria havido a Constituição de 1976.
Num breve discurso na parada militar na Praça do Comércio, Marcelo Rebelo de Sousa evocou António Ramalho Eanes, momentos depois de ter sido lida uma mensagem do antigo Presidente da República nesta cerimónia.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que Ramalho Eanes foi um “Capitão de Abril de 1974, Abril sem o qual não teria havido Novembro de 1975”, e o “chefe militar de Novembro de 1975, Novembro sem o qual não teria havido a Constituição de 1976”.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o ex-Presidente foi o “Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de 1976, sem o qual não teria havido a transição da legitimidade revolucionária para a legitimidade democrática, representativa e eleitoral”.
Para o Presidente da República, Ramalho Eanes evoca “os valores da liberdade, da democracia e do Estado de Direito, e as virtudes militares da camaradagem, da disciplina, do espírito de sacrifício, da lealdade, do sentido de missão e do patriotismo que fizeram e fazem a nobreza de Portugal”.
Montenegro lembra “registo histórico”
Por seu turno, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, considera importante lembrar o 25 de Novembro para Portugal perceber de onde vem e o que quer construir no futuro.
“É importante para o país ter esta evocação e ter este registo histórico e ir legá-lo a todas as gerações, para percebermos de onde é que vimos e o que é que queremos construir no futuro”, afirmou Luís Montenegro no final da parada militar na Praça do Comércio.
Montenegro foi acompanhado por vários membros do Governo, entre os quais os ministros da Defesa, das Finanças, da Administração Interna, da Saúde e da Agricultura e Pescas.










