O presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino Morais, juntamente com a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, visitaram, esta segunda-feira, dia 31 de julho, o Terrapleno de Algés, para verificação dos trabalhos finais que decorrem neste local, que vai receber a visita do Papa no domingo, dia 6 de agosto.
Neste dia, o Santo Padre irá estar reunido com 30 mil voluntários no Terrapleno de Algés. No entanto, o espaço irá acolher, terça e quarta-feira, dias 1 e 2 de agosto, o “Encontro das Nações – Encontro Episcopal da França e de Itália”, inserido no âmbito da JMJ. Ambos os encontros deverão receber cerca de 30 mil pessoas. O primeiro terá lugar esta terça, entre as 9h30 e as 14h00, e o segundo, decorre na quarta, entre as 20h00 e as 23h00.
“Estamos a falar de um recinto preparado para receber perto de 250 a 300 mil pessoas”, disse Isaltino Morais à comunicação social durante a visita. O autarca lembrou ainda que a CMO foi convidada pelo Governo a juntar-se às celebrações da JMJ em 2022, pelo que os ajustes diretos deveram-se à “escassez de tempo” para realizar concursos públicos.
“Quem chega aqui à rotunda à saída da CRIL fica já com uma ideia das transformações que aconteceram neste espaço”, reforçou o presidente da CMO, lembrando que a autarquia já queria requalificar o Terrapleno de Algés “há muitos anos”. No entanto, salientou que tal não foi possível há mais tempo, devido a uma “relação difícil com o Porto de Lisboa”, entretanto melhorada graças à JMJ.
Investimento de três milhões de euros
Desta forma, o requalificado Terrapleno de Algés conta com um parque dissuasor com 360 lugares de estacionamento, destinados “essencialmente ao comércio e a moradores”. No mesmo sentido, o edil reforçou que esta requalificação teve em conta a paisagem envolvente, sublinhando que houve alterações “até à última da hora”. Por sua vez, o espaço que vai receber o Papa e os voluntários, contará com zonas de sombra e de controlo de pessoas.
“Haverá ainda a possibilidade de ver o Papa não só aqui mas também na Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés”, adiantou Isaltino Morais, reforçando que o percurso do Santo Padre será conhecido esta semana. Sobre o investimento, o autarca salientou que o valor inicial era de um milhão e meio de euros, mas atualmente já vai em três milhões. “Temos um conjunto de obras que foram necessárias fazer mas que vão além da Jornada Mundial de Juventude”.
Neste sentido, o autarca reforça que será ainda construída uma passagem superior desde Algés até ao Passeio Marítimo. Contudo, a empreitada terá de ir novamente a concurso público, uma vez que os dois concursos anteriores não avançaram por desistência do empreiteiro. Por outro lado, está ainda prevista “uma outra passagem desde o jardim de Algés e que vai até este lado. Estamos a falar de uma estrutura com mais de 20 metros de largura e permitirá a passagem de milhares de pessoas”, reforçou Isaltino Morais.
Criar zonas de lazer
Todavia, o edil referiu que “já não há hipótese nenhuma de fazer mais jardins em Algés”. Desta forma, adianta que um dos projetos previstos prende-se com o alargamento do Terrapleno de Algés até à Cruz Quebrada, de forma a “criar condições para que aqui possa existir equipamento desportivo, espaços verdes”, entre outros. O objetivo será criar zonas de “descompressão” para quem vive nesta zona. “Todos esses trabalhos são obras que se traduzem numa antecipação daquilo que mais tarde ou mais cedo se iria fazer e que por via da JMJ foi antecipada”, justificou o presidente da Câmara de Oeiras.
Por outro lado, Isaltino Morais criticou ainda algumas pessoas que reclamam do envolvimento do Governo e das autarquias num evento religioso. Neste sentido, o autarca defende este envolvimento na JMJ. Na sua perspetiva, o evento permitiu investir “em infraestruturas ou território municipal”, o que é “determinante para a qualidade de vida”. Aqui, o edil lembrou ainda o investimento de 30 milhões de euros da CMO em património religioso do concelho, nos últimos 30 anos. Este investimento deve-se ao facto de que este património “é nacional e municipal, e deve ser preservado”.
Acontecimento único para Oeiras e o país
“Também financiámos, com milhões de euros, a construção de creches e lares que são geridos pela Igreja. Se houver outra confissão religiosa que queira construir estes espaços, nós também iremos ajudar”, sustentou Isaltino Morais. Por fim, o presidente da CMO agradeceu a presença da Ministra dos Adjunta e dos Assuntos Parlamentares nesta visita, sublinhando que “foi com muito gosto” que a autarquia aceitou o convite do Governo para acolher parte das celebrações da JMJ.
Para Isaltino Morais, este é “um acontecimento único para o país. A presença do Papa aqui no nosso território é uma alegria muito grande”, sustentou, convidando toda a comunidade a participar no evento. “Todos vão ter a oportunidade de poder estar mais próximos do Papa e daquilo que ele representa”, concluiu.
Investimento para o futuro
Já a ministra Ana Catarina Mendes, deixou três mensagens. “A primeira é de cooperação entre o Estado Central, as autarquias e a Igreja”, referiu, agradecendo a Isaltino Morais e à CMO por ter aceite o convite do Governo. Por outro lado, prosseguiu, “este é um investimento que foi a propósito da JMJ, mas que é um investimento público para o futuro”. Aos jornalistas, a ministra faz um balanço positivo de toda a preparação para a JMJ.
“Está tudo pronto e Portugal sabe receber. Espero que estes jovens voltem para visitar o nosso país”, disse Ana Catarina Mendes, que sublinhou que “Portugal é um país laico”. Contudo, justificou a intervenção do Governo na preparação do evento por causa “das dificuldades das autarquias”. Neste sentido, garantiu que houve “transparência” em todo o processo, havendo apenas “algumas excepções”, para que algumas obras fossem adjudicadas por ajuste direto, uma vez que “não havia tempo” para a realização de concurso público.
“Queremos agora olhar para o futuro e para a requalificação que este evento trouxe para a frente ribeirinha”, referiu Ana Catarina Mendes aos jornalistas, salientando que estes investimentos vão ficar para o futuro. Por fim, a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares destacou ainda o simbolismo do encontro dos voluntários no Terrapleno de Algés. Na sua visão, este encontro representa a união em torno de valores humanitários, independentemente das crenças religiosas.
“Portugal sabe acolher. Portugal integra e é uma sociedade inclusiva e é esse apelo que o Papa Francisco faz aos jovens”, sublinhou, lembrando que o mais “importante é defender um mundo que respeite os direitos humanos”.
Metade da despesa fica no munícipio, garante Isaltino
Aos jornalistas, o presidente da CMO lembrou que, deste investimento de três milhões de euros no Terrapleno de Algés, metade ficará para o futuro do concelho. Ao mesmo tempo, sublinhou, a JMJ ajudou a melhorar as relações institucionais com o Porto de Lisboa. Por outro lado, a par do estacionamento, Isaltino Morais lembrou que a CMO já fez “uma alameda extraordinária, aqui na zona dos pinheiros” e que irá ficar completa com a futura passagem pedonal.
Novamente sobre os ajustes diretos, Isaltino Morais referiu que “só em fevereiro é que se consolidou, através de um memorando de entendimento, aquilo que era necessário fazer. Em seis meses não se fazem concursos públicos”. No entanto, o autarca garantiu que todos os detalhes da obra serão divulgados esta semana. Por fim, o edil de Oeiras foi questionado sobre quais as contrapartidas que a empresa de Álvaro Covões, a Everything Is New, recebe para promover o Nos Alive naquele espaço. “Não há contrapartidas nenhumas. O Álvaro Covões está aqui, paga. Se não paga ele, paga a câmara. Todas as atividades que aqui se realizam, têm um custo”, reforçou.
Restrições em Algés na terça e quarta-feira
Devido ao encontro das Nações, haverá alguns condicionamentos de trânsito nos dias 1 e 2 de agosto. Desta forma, na terça-feira, dia 1, entre as 07h00 e as 16h00, a Av. Marginal estará cortada em ambos os sentidos desde o nó com a Nacional 6-3 (Alto da Boa Viagem) até à Av. da Índia. O trânsito será desviado para a Rua Damião de Góis. Também haverá restrições na Av. Pierre Coubertin, junto ao Parque Técnico / Praça da Maratona do Jamor e na intersecção com a Estrada da Costa, e ainda no IC 17 (CRIL), no sentido norte-sul, desde a saída para Miraflores.
Por outro lado, na quarta-feira, entre as 16h00 e as 24h00, estará novamente cortada a Av. Marginal (EN 6) em ambos os sentidos, desde o nó com a Nacional 6-3 (Alto da Boa Viagem) até à Av. da Índia, com desvio para a Rua Damião de Góis. Também estará condicionada a Av. Pierre Coubertin, junto ao Parque Técnico / Praça da Maratona do Jamor e na intersecção com a Estrada da Costa, bem como o IC 17, no sentido norte-sul, desde a saída para Miraflores.
Assim, os condutores devem, como alternativa à Av. Marginal, no sentido Lisboa-Cascais, apanhar o IC 17 (no sentido ascendente) e depois a A5, ou a EN 6-3, a A5 ou a A9, como alternativa a esta via, no sentido Cascais-Lisboa. Já como alternativa à Av. Pierre Coubertin, os condutores devem optar pela A5.
Levar apenas objetos essenciais
Por fim, a PSP recomenda ainda que os participantes do evento levem apenas objetos essenciais para o interior dos recintos e transportem objetos de higiene pessoal em sacos de plástico transparente, preferencialmente herméticos. Contudo, devem ainda levar uma garrafa de água plástica, que poderá ser enchida nos diversos pontos de água disponibilizados e deslocar-se para os eventos com antecedência para evitar aglomerados de pessoas e facilitar o processo de revista. A PSP recomenda também que os grupos definam pontos de encontro, para o caso de se perderem.
N.R: texto atualizado dia 1/8/2023 às 10h51
