Loures vai destinar 3,2 milhões de euros aos Bombeiros

A Câmara Municipal de Loures (CML) assinou, esta sexta-feira, 1 de março, data em que se assinala também o Dia Internacional da Proteção Civil, os acordos com as sete corporações de bombeiros do concelho e a Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide. No total, serão 3,2 milhões de euros que a CML irá destinar a estas entidades em 2024, no sentido de apoiar e manter a sua atividade diária, a que se juntam outros apoios.

Está firmado o acordo de cooperação entre a Câmara Municipal de Loures (CML), as sete corporações de bombeiros do concelho e a Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide. No total, serão 3,2 milhões de euros que a autarquia disponibiliza para as corporações, no sentido de apoiar e manter a sua atividade. A atribuição deste apoio foi aprovado em reunião camarária, no dia 7 de fevereiro. Com esta verba, a CML compromete-se a apoiar as associações de bombeiros no âmbito do associativismo e voluntariado.

Os apoios concedidos servirão para seguros, atividades sociais, equipamentos, beneficiação de infraestruturas, gestão corrente e consumos correntes. Igualmente, a verba serve também para cumprir os protocolos estabelecidos entre o munícipio e as associações de bombeiros. Estes acordo visam a manutenção dos Grupos de Intervenção Permanente (GIPE) e as Equipas de Intervenção Permanente (EIP). “Estes protocolos representam aquilo que tem sido o trabalho” do atual executivo nos últimos dois anos, referiu o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, ao Olhar Loures.

Equipas de Intervenção Permanente passaram de três para 14 em dois anos

“Quando cheguei, há dois anos, as transferências financeiras para as sete corporações de bombeiros não chegavam aos dois milhões de euros por ano. Neste momento, o que está aqui a ser transferido são 3,2 milhões de euros”, reforçou. “Isto é sinónimo da aposta que temos que fazer no reforço de meios e de apoio aos bombeiros. Não há desígnio maior de um Presidente de Câmara do que sentir a sua população segura”, considera Leão. Ao mesmo tempo, vincou o autarca, o número de EIP’s do concelho, em dois anos, passou de três para 14. “Somos o concelho do país que mais EIP’s tem”.

Ou seja, “isso significa ter bombeiros a tempo inteiro nos quartéis”, disse o presidente da Câmara de Loures. Contudo, para além dos apoios financeiros, a CML também apoia as corporações através da requalificação dos quartéis. “Nós gastámos 150 mil euros na requalificação do quartel de Loures, mais 100 mil euros na requalificação do quartel do Zambujal”. A este apoio, juntam-se mais 40 mil euros investidos no quartel dos Bombeiros de Camarate e 30 mil no de Sacavém. “Agora estamos a gastar 80 mil euros na requalificação do quartel de Fanhões”, acrescentou.

Abastecimento de combustível gratuito

Por outro lado, a autarquia aprovou outro acordo, no qual permite que as associações de bombeiros do concelho possam abastecer os seus veículos de socorro no posto de abastecimento da CML de forma gratuita, até um valor máximo de 50 mil euros. O objetivo desta medida será mitigar os efeitos da inflação verificada no custo dos combustíveis. Durante a assinatura dos protocolos, Ricardo Leão referiu ainda que, quando tomou posse como presidente da autarquia de Loures, viu “uma Proteção Civil moribunda”. Dirigindo-se ao coordenador da Proteção Civil de Loures, Pedro Barbosa, disse que a sua escolha para o cargo “foi um tiro certeiro”. Em conjunto, começaram a “ouvir as corporações” e a criar “relações de compromisso” com as mesmas.

Contudo, o edil sublinhou ainda “que a Proteção Civil Municipal vai para além dos Bombeiros”. Por isso, adiantou, a CML também apostou na Polícia Municipal, reforçando o número de agentes e de meios. “Não há maior desígnio para um autarca ter as associações equipadas e as populações protegidas”, concluiu Ricardo Leão, assumindo o seu compromisso em continuar a apoiar os agentes de Proteção Civil do concelho de Loures. Por fim, a autarquia aprovou também um protocolo que apoia a Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide. O objetivo é criar uma Rede Alternativa de Operadores de Comunicações e estará ao serviço da Proteção Civil de Loures.

Continuar a apoiar as corporações

“Os radioamadores têm uma importância fulcral. É aqui um backoffice que nós vamos ter, para dar a garantia que, em termos de comunicações, nada falha aqui no concelho”, explicou o presidente ao Olhar Loures. Cada entidade, frisou ainda, receberá uma verba proporcional ao número de meios e de elementos ao serviço. Os protocolos têm a validade de um ano, explicou o presidente, que quer continuar a aumentar a verba destinada à Proteção Civil. “Estarei sempre receptivo para continuamos a aumentar este apoio às corporações de bombeiros. Há muitas necessidades que elas vão tendo e a CML cá estará para ir ao encontro” destas necessidades, concluiu.


Renato Alves, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Camarate (AHBVC), e representante do secretariado das Associações de Bombeiros Voluntários do Concelho de Loures, referiu que “as sete associações de Bombeiros do concelho de Loures estão muito satisfeitas com a atuação do presidente da Câmara Municipal”. Aqui, o responsável acrescentou que Ricardo Leão sempre “se prontificou” para apoiar as corporações, e que, por isso, estas “nunca tiveram tanto apoio, tanto financeiros como de outra ordem”, desde que o atual executivo tomou posse, em outubro de 2021.

Apoio da autarquia às corporações tem sido fundamental, considera Renato Alves

“Todas as associações reconhecem o brilhante trabalho que a autarquia tem feito em prol dos nossos bombeiros, das nossas associações e também da Proteção Civil”. “Posso também dizer que a CML tem feito um grande trabalho”, referiu Renato Alves, frisando que “o poder central não apoia convenientemente as associações de bombeiros”. Aqui, o presidente da AHBVC lembrou a pressão de Ricardo Leão junto do Estado Central. Isto levou a que, atualmente, o concelho de Loures consiga ter 14 EIP’s, cuja despesa é repartida, em 50%, entre a autarquia e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Nos últimos dois anos, lembrou Renato Alves, foi possível, no âmbito destas equipas, garantir “mais cinco bombeiros” ao serviço em cada das sete corporações do concelho, o que permite aumentar a capacidade de resposta. Por fim, o responsável lembrou ainda que “está na altura de reiniciarmos um novo processo para a aquisição de equipamentos, de viaturas e não só”. Por isso, frisou, o Secretariado das Associações de Bombeiros do Concelho de Loures já está a trabalhar nesse assunto. O objetivo é que, no próximo ano, já exista um novo programa para aquisição de meios. “A associação que eu represento, há 20 anos, não recebe apoio para aquisição de equipamento”, lamentou Renato Alves.

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