MORADORES QUEREM ESQUADRA NA FREGUESIA DAS AVENIDAS NOVAS

A Junta de Freguesia organizou um debate, na passada segunda-feira, dia 27 de fevereiro, sobre a segurança da população.

Desde 2016 que os moradores na freguesia de Avenidas Novas pedem uma esquadra da PSP na freguesia. A Junta de Freguesia organizou um debate, na passada segunda-feira, dia 27 de fevereiro, sobre a segurança da população.

Por sua vez, nesta conferência que se realizou no Salão Nobre da Junta das Avenidas Novas, estiveram presentes o Professor Doutor José Manuel Anes, António Sequeira Ribeiro (em representação do vereador Ângelo Pereira), e os Superintendentes Domingos Antunes e Paulo Caldas.

“O tema da segurança é uma preocupação desta junta de freguesia e merece, desde sempre, a minha maior atenção”, salientou o Presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Daniel Gonçalves. Ao mesmo tempo, o autarca recordou que a antiga e única esquadra da PSP, na Praça de Espanha, encerrou em dezembro de 2016.

Por outro lado, reconhece ainda que a relação da junta com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e com a Polícia Municipal tem sido excelente. Contudo, Daniel Gonçalves refere que “há na atuação policial alguns pontos críticos que gostaria de ver discutidos, nomeadamente a ausência de policiamento de proximidade”.

Sentimento de insegurança

Aos olhos do presidente e dos fregueses a sensação de segurança tem vindo a diminuir.  Por isso, neste debate foram abordados alguns tópicos como os programas de policiamento específicos. Segundo Daniel Gonçalves, estes  “podem ser uma ajuda, mas não é o suficiente”.

A questão das câmaras de videovigilância que, “embora possam ajudar a dissuadir certos tipos de delinquência, não substituem completamente o elemento policial”, foi um outro dos tópicos abordados por Daniel Gonçalves. Deste modo, o autarca mostrou-se a favor da videovigilância controlada.

O presidente da junta das Avenidas Novas mostrou-se disponível para colaborar e encontrar soluções. Neste sentido, desafiou o comandante da Polícia Municipal, Paulo Caldas, e o Superintendente Domingos Antunes a organizar “umas jornadas de segurança”. Por sua vez, esta iniciativa será realizada em parceria com a Junta de Freguesia das Avenidas Novas, e pretende “estruturar um conjunto de medidas e ações que transmitam aos habitantes e visitantes uma sensação diferente em relação à sua segurança”.

Câmaras de videovigilância

Para o presidente, é fundamental que haja polícia de proximidade. Contudo, “a esquadra seria exatamente aquilo que gostava, muito, de ter na freguesia”. Em causa está a necessidade de “tanto os fregueses, como as pessoas que passam por aqui” terem “de recorrer à esquadra que fica na Penha de França, que já está sobrecarregada e fica longe”.


Os moradores nas Avenidas Novas reclamam uma esquadra para a freguesia. Ao mesmo tempo, queixam-se por se terem de se dirigir à Penha de França para conseguirem tratar de assuntos relacionados com a segurança ou para apresentar queixa quando necessário.

Por sua vez, o Professor Doutor José Manuel Anes partilha da mesma opinião de Daniel Gonçalves sobre a necessidade de existir polícia de proximidade na freguesia. Deste modo, para José Manuel Anes, “uma coisa extremamente desagradável para os criminosos são as câmaras de videovigilância, mas que são fundamentais para proteger a população”.

Policiamento comunitário

Por outro lado, o Superintende Paulo Caldas apresentou um inquérito “A Segurança na Cidade de Lisboa”. Neste sentido, o documento revela que houve uma diminuição da taxa de vitimização entre os anos 2000 e 2019. Ao mesmo tempo, houve ainda uma diminuição da sensação de insegurança ou de muita insegurança na cidade de Lisboa.

Contudo, segundo o relatório, houve uma ligeira subida da participação dos incidentes às autoridades em 2019 (39,5%), enquanto em 2000 houve uma participação de 35%. Além disso, foi registada uma mudança negativa, ao longo destes anos, em relação à confiança depositada na Polícia Municipal e nos Tribunais.

Já o Superintende Paulo Caldas apresentou um plano do Policiamento Comunitário. Ou seja, os objetivos deste planeamento é promover um policiamento preventivo, de trabalho em parceria, aberto à participação dos cidadãos, para prevenir e reduzir situações de risco no espaço público.

O policiamento comunitário em Lisboa, do ponto de vista de Paulo Caldas, “é um modelo de policiamento preventivo, proativo e participativo”. Ao mesmo tempo, é também “orientado para a resolução de problemas de segurança na comunidade e que se diferencia por ser planeado e operacionalizado de forma conjunta”. Isto significa que existe uma parceria entre a Polícia Municipal de Lisboa, parceiros locais e moradores.

Ciclo de conferências

Em declarações ao Olhares de Lisboa, Daniel Gonçalves adiantou que vai realizar, ao longo do seu mandato, “um ciclo de conferências”, com temas ligados ao dia-a-dia da freguesia. No entanto, os temas das próximas sessões ainda não estão definidos, mas o presidente garantiu que a Junta de Freguesia já está a tratar disso.

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