AML PAGA MAIS 10 MILHÕES DE EUROS PARA REFORÇAR CARREIRAS

    A oferta de transportes rodoviários vai ser reforçada em 90% decidiu a AML, que analisou também a situação da pandemia. O aumento de transportes vai custar mais 10 milhões de euros mensais a acrescentar ao valor mensal que as autarquias já pagam.

     Apesar das restrições apertadas nos concelhos mais afetados da região de Lisboa, os transportes públicos continuam a circular sobrelotados, o que impossibilita garantir o distanciamento social entre os passageiros. Por isso, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) decidiu reforçar em 90% a oferta de transportes, a partir de 1 de julho, em comparação com o mesmo período do ano passado, sobretudo nos autocarros que transportam passageiros para Lisboa.

    A decisão foi tomada dia 25 de junho, na  reunião do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa, que tem funções como autoridade de transporte, na sequência da redução do número de autocarros desde meados de março, durante o confinamento provocado pela covid-19.

    De acordo com Carlos Humberto, primeiro secretário da AML, na reunião houve «um entendimento com os operadores» de transporte de que a partir de 1 de julho existirá um «reforço significativo da oferta» de transportes rodoviários, à volta dos 90% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

    Desta forma, a partir de sexta-feira (26 de junho) começará «a haver reforços pontuais, de acordo com aquilo que for o que é mais urgente e com aquilo que as empresas têm possibilidade de oferecer», disse, salientando que a oferta «pode vir a ser ainda maior nalgumas linhas, nalguns percursos, em alguns horários consoante as necessidades».

    «A ideia é ter uma oferta de cerca de 90% e depois, em cima desses 90%, o reforço naquilo que vier a ser preciso. Do que conhecemos, e não quero generalizar, a maioria das linhas que trazem passageiros para a capital, Lisboa, são linhas que têm uma procura maior», afirmou.

    O responsável destacou ainda que tanto os autarcas como os operadores estarão «mais atentos para ver quais dessas linhas exigem um reforço adicional», sem descurar outras que, não tendo como destino a capital, também necessitam desse reforço.

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    «Temos de ver agora, linha a linha, tirando aquelas que são evidentes, aquelas em que é preciso um esforço adicional», afirmou.

    De acordo com Carlos Humberto, este reforço «só é possível graças à convergência de ideias entre o governo, as autarquias, a Área Metropolitana de Lisboa e os operadores, e implica um esforço financeiro suplementar de cerca de dez milhões de euros, por mês, incluindo-se aqui todos os  modos de transporte, públicos e privados, acrescidos aos mais 10 milhões já investidos mensalmente no sistema de transportes públicos, através do PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária».

    Este aumento de carreiras rodoviárias agora conseguido, segundo o primeiro secretário geral da AML, «é transversal a todos os operadores rodoviários privados de transporte público de passageiros, e representa uma melhoria substancial da oferta (dos atuais 60%, para cerca de 90%)».

    Venda de passes diminuíram

    Em abril, mês de confinamento devido ao estado de emergência, de acordo com dados divulgados então pela AML, a percentagem de passes vendidos foi apenas de 9%, em comparação com os meses de janeiro e de fevereiro. Em maio, período em que começou o desconfinamento, os títulos de transporte vendidos estavam acima dos 20% em relação ao mesmo período, demonstrando uma retoma.

    Nos dois primeiros meses do ano o nível de vendas mensais de passes para todos os operadores rondava quase 800 mil passes e em maio os títulos vendidos andaram à volta dos 160 mil, adiantou então à Lusa Carlos Humberto.

    Para o global dos operadores esta retração da compra de títulos de transporte representou, em média, a perda de cerca de 50% da receita anterior à pandemia, acrescentou.

    Apesar de as receitas dos operadores obtidas pela venda dos títulos de transporte terem descido, estes continuaram a receber o total das verbas atribuídas pela AML, provenientes do Orçamento do Estado e dos municípios, «como se estivessem a ser vendidos quase os 800 mil passes», além da parcela gerida diretamente pelo Estado para cofinanciamento de passes escolares e do passe social.

    AML analise Covid-19

    Após a reunião ordinária do Conselho Metropolitano de Lisboa, realizou-se uma reunião de trabalho, onde foi avaliada a situação pandémica na região metropolitana de Lisboa, que contou com a participação dos autarcas da área metropolitana de Lisboa e do coordenador do Gabinete Regional de Intervenção para a Supressão da Covid-19, Rui Portugal.

    No encontro foram abordadas as seguintes questões: necessidade de reforço das unidades de saúde pública, determinação de isolamento e vigilância sobreativa, vigilância de contactos, em parceria com as autarquias, segurança social, forças de segurança e proteção civil, e partilha de informação com as autarquias.

    Identificação, por parte proteção civil, de locais com maior risco de agregações de pessoas, para se poderem tomar medidas em conjunto com as autoridades de saúde, concertação de uma política de testes com a saúde local/regional e necessidade de proteção de lares e escolas, foram as restantes questões abordadas neste âmbito.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

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