PRESOS CRIAM POMAR EM MONSANTO

Monsanto vai ter um novo pomar, com miradouro e hortas municipais, a ser implantado em socalcos, terá um perímetro de vedação e, parte dos produtos serão vendidos e outros doados, tratados pelos presos da cadeia de Monsanto.

O pulmão de Lisboa já tem um novo espaço verde, próximo da área onde havia menos natureza. Com a plantação, hoje, 15 de março, das primeiras fruteiras pelo vereador José Sá Fernandes e pelo subdiretor Geral dos Serviços Prisionais, Francisco Navalho, dando-se assim início à criação de um novo pomar e miradouro no Parque Florestal de Monsanto e concretizasse a 1ª fase do protocolado entre a Câmara Municipal de Lisboa e esta entidade.

O pomar, que estará implantado em socalcos, terá um perímetro de vedação e parte dos produtos será vendido enquanto outra será doado. A primeira fase terá também uma área para cultivo hortícola, dentro dos mesmos moldes, havendo disponibilização de parte dos cerca de 10.000m2 para talhões a atribuir à população, no que será o primeiro parque hortícola municipal no Parque Florestal de Monsanto.

Com esta ação, a Câmara Municipal de Lisboa prevê abrir um novo polo de interesse no Parque Florestal de Monsanto, florestando uma encosta ainda despida da Serra, pertença da Direção Geral. Nestes terrenos, o acordo entre as duas entidades garante o acesso de visitantes a um novo miradouro sobre o pomar com vista sobre a cidade e a usufruto de áreas de prado e olival. A circulação far-se-á por trilhos ligeiros sobre o terreno existente.

O pomar compreenderá 656 árvores abrangendo espécies como limoeiros, tangerineiras, macieiras, figueiras, pessegueiros, pereiras, entre outras, e estará concluído até ao final deste ano, representando no seu conjunto um investimento de 50.000 Euros. A fase de plantação passará, nesta época, pelos primeiros 285 exemplares, sendo as restantes 371 para o Outono.  Numa segunda fase com início em ainda em 2021, o projeto envolverá a reabilitação de um olival e de um amendoal pré-existente.

Estes investimentos, como fez questão de realçar Sá Fernandes, «estarão a cargo da Câmara Municipal de Lisboa”. Mas, como salientou Sá Fernandes, com o novo pomar, a autarquia mantém a sua estratégia de diversificar a Estrutura Verde Municipal com funções agrícolas, depois das hortas urbanas e de uma vinha terem sido os mais conhecidos.

Além disso, a parceria entre a autarquia e a Direção Geral dos Serviços Prisionais assenta também sobre pilares sociais essenciais: a promoção da estrutura verde como espaço de referência para a promoção da dinâmica social da comunidade, envolvendo na gestão agrícola a comunidade prisional em fase final de cumprimento de penas, que já tenha realizado reaproximação ao meio livre, quer por terem beneficiado de Licenças de Saída Jurisdicionais, Saídas de Curta duração ou cumprindo pena em regime aberto com vigilância descontínua, sublinhando que «as atividades permitirão criar, acreditam as entidades, capacidades e competências facilitadoras de um regresso responsável à liberdade e à vida em sociedade, convertendo «o tempo da pena privativa de liberdade em factor de formação e de criação de hábitos vinculativos de trabalho».

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A parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Direção Geral dos Serviços Prisionais assenta sobre pilares fundamentais e essenciais: a promoção da estrutura verde como espaço de referência para a promoção da dinâmica social da comunidade, envolvendo na gestão agrícola a comunidade prisional em fase final de cumprimento de penas, que já tenha realizado reaproximação ao meio livre, quer por terem beneficiado de Licenças de Saída Jurisdicionais, Saídas de Curta duração e cumprindo pena em regime aberto com vigilância descontínua.

Já para a Direção Geral de Prisões, o trabalho em contexto profissional «pretende que os reclusos adquiram competências para exercer uma atividade, já que muitas destas pessoas nunca o fizeram antes», refere o subdiretor Geral dos Serviços Prisionais, Francisco Navalho: “Não é só de reinserção que se está a falar, mas de inserção na realidade da vida, está-se a dar ferramentas que não tiveram antes, já que muitos deles viveram em ambientes desestruturados»

Coordenadas Av. 24 de Janeiro (400 m a este do Tribunal de Monsanto)

38.733328, -9.184769

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