Está a funcionar a nova Unidade de Saúde Familiar da Fonte Nova. Por sua vez, esta dá resposta a mais de 30 mil utentes de Benfica. Este é um investimento de cerca de três milhões de euros. Ao mesmo tempo, este equipamento concentra duas Unidades de Saúde Familiar, uma Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados e uma Unidade de Cuidados na Comunidade.
Esta nova Unidade de Saúde Familiar da Fonte Nova, na freguesia de Benfica, foi inaugurada esta quarta-feira, dia 8 de março. Por sua vez, faz parte da nova geração de Centros de Saúde. Ou seja, para além de prestação de cuidados primários, permite serviços especializados adequados às necessidades da população, como consultas de nutrição, psicologia, saúde oral, Terapia da Fala, entre outras.
Mas, atualmente, existem cerca de cinco mil utentes na freguesia que não têm médico de família. A informação foi adiantada pelo presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Ricardo Marques.
Com capacidade para servir cerca de 30 mil utentes, a unidade de saúde Fonte Nova já funciona desde janeiro. Por outro lado, inclui a unidade de saúde familiar (USF) Rodrigues Miguéis e um polo da USF Monsanto. A USF Rodrigues Miguéis substitui as instalações de contentores pré-fabricados que existiam ao lado do atual centro de saúde e que estão a ser desmontados.
Falta de médicos
“Temos um centro de saúde desde 2013 no bairro da Boavista, em que não temos conseguido captar médicos e pô-lo a funcionar em pleno”, explicou aos jornalistas o presidente da Junta de Freguesia de Benfica. Ao mesmo tempo, o autarca acrescentou que essa unidade foi um investimento de um milhão de euros.
Por isso, explicou, os utentes da Boavista recorrem à USF Monsanto. Neste sentido, esta unidade apresenta agora dois polos: o que partilha o edifício com a USF Rodrigues Miguéis e as instalações na Boavista.
Presentes na abertura oficial estiveram o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro
Numa intervenção na inauguração da nova unidade, Carlos Moedas pediu “um empurrãozinho” a Manuel Pizarro de forma a acelerar a abertura de outros dois centros em Lisboa, um no Beato e outro na Ajuda. Contudo, e em resposta, o ministro garantiu que estão “praticamente concluídos”.
Por sua vez, o presidente do município, revelou que já mais de 10 mil idosos aderiram ao Plano Saúde Lisboa 65+, onde mais de 130 são de Benfica. Ao mesmo tempo, aproveitou também a ocasião para pedir ajuda a todos os profissionais de saúde e do Ministério para as Jornadas Mundiais da Juventude.
Recorde-se que, desde meados de janeiro, que os lisboetas com mais de 65 anos inscritos através de uma rede de farmácias, têm acesso a uma teleconsulta ou a um médico ao domicílio.
O presidente da autarquia anunciou que a partir de agora entra em vigor uma nova fase deste Plano de Saúde de Lisboa 65+. Ou seja, todos os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI) vão ter acesso à componente de apoios gratuitos na área da Oftalmologia, Optometria e de Óculos Graduados.
Manuel Pizarro declamador
Segundo Manuel Pizarro, que leu um poema em homenagem ao Dia da Mulher, este ano, e até ao final do primeiro semestre, o Governo planeia a abertura de 28 unidades de saúde familiar de modelo B. Por sua vez, estas unidades trazem remunerações mais altas em função do desempenho.
Neste sentido, 17 delas estarão localizadas em Lisboa e Vale do Tejo. A par com Alentejo e Algarve, é uma das regiões com maiores percentagens de utentes do SNS sem médico de família atribuído.
A autorização para as 28 novas USF B, dada em despacho conjunto com o Ministério das Finanças, prevê também a revisão dos indicadores. Por sua vez, estes, desde 2007, orientam a remuneração do desempenho destas unidades, mas não esclarece se haverá mais USF B aprovadas até ao final do ano. Contudo, o Ministro da Saúde garantiu que, até aqui, transitaram para o novo modelo todas aquelas que reuniam as condições para o fazer.
Ao mesmo tempo, e para além do modelo alternativo das USF C, o plano para Lisboa e Vale do Tejo deverá incluir mais medidas. Contudo, estas para já ainda não estão detalhadas, assim como a previsão do Governo quanto ao número adicional de utentes do SNS que passarão a ser servidos por equipas de saúde familiar. Em novembro, mais de 1,4 milhões não estavam cobertos.
Três milhões de investimento
A obra da unidade de saúde Fonte Nova foi lançada em 2020 e representou um investimento que ronda os três milhões de euros. Neste sentido, o novo edifício inclui uma unidade de cuidados complementares entre as duas USF e conta um reforço nas especialidades de fisioterapia, com mais dois profissionais, e de nutrição.
Depois de estarem em instalações “miseráveis”, junto à Escola Secundária José Gomes Ferreira, a USF Rodrigues Migueis esteve cerca de 12 anos a funcionar em contentores, como descreveu o antigo coordenador da unidade após a inauguração.
“As instalações eram provisórias”, disse António Alvim aos jornalistas. Por fim, salientou ainda que “estava-se lá bem”, mas que há uma “melhoria substancial” com o novo centro.
