A Cidade Universitária de Lisboa recebeu este domingo perto de 24.500 pessoas, que decidiram votar de forma antecipada e em mobilidade para as eleições legislativas de dia 10. Entre os votantes estava Marcelo Rebelo de Sousa, que apelou aos portugueses para que votem no dia 10, evitando a tendência de aumento de abstenção que se verifica noutros países, e pediu que se ponderasse sobre o voto eletrónico.
“Numa democracia que celebra 50 anos, é importante que não acompanhemos a evolução de democracias mais antigas e mais velhas que é a de aumento da abstenção em eleições que são todas elas muito importantes e, nesse sentido, quem puder votar que vote. É o apelo que deixo aqui para o próximo domingo, dia 10”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas após ter votado antecipadamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa, que habitualmente vota em Celorico de Basto, distrito de Braga, inscreveu-se pela primeira no voto antecipado em mobilidade, por considerar que é um incentivo contra a abstenção e por se sentir esclarecido após mais de quatro meses de pré-campanha. Questionado sobre a eventual adoção de um sistema de voto eletrónico, o Presidente da República defendeu que se ponderem os prós e os contras daquele modelo, pensando também nos emigrantes.
Já sobre o dia de reflexão, Marcelo Rebelo de Sousa repetiu a sugestão feita em 2022 para que se repense a pertinência deste direito, que “tinha uma lógica na eleição para a Constituinte e no início da democracia”, mas sublinhou que, sobre esta questão, “a Assembleia da República é soberana”.
O Chefe de Estado recusou-se a comentar a campanha eleitoral que está a decorrer. Mas, questionado sobre um eventual cenário de ingovernabilidade após o dia 10, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “o povo português tem demonstrado desde o 25 de Abril uma maturidade e uma sabedoria, antecipando em muito casos aquilo que muitas vezes só se percebe no futuro”.
Inscrições abaixo do esperado
Foram 24 480 os eleitores previamente inscritos que votaram em regime de Voto Antecipado em Mobilidade em Lisboa, o que corresponde a 91,4 % do total (26 792). A votação decorreu no último domingo, dia 3 de março, em 99 mesas de voto alocadas para o efeito. Estas ficavam na Cidade Universitária (nas instalações da Aula Magna, Cantina Velha, Faculdade de Direito, Faculdade de Letras, Faculdade de Psicologia e Faculdade de Ciências). Aqui, distribuíram-se eleitores de todos os distritos e regiões autónomas do país, radicados em Lisboa por motivos profissionais ou de estudo, entre outros, estando assim impossibilitados de votar nas freguesias de origem no próximo dia 10.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos cidadãos que se deslocou à Cidade Universitária para exercer o seu direito de voto. Desta forma, cumpriu o ato na Faculdade de Letras. Era aqui que estavam instaladas as mesas de voto para os cidadãos deslocados em Lisboa com origem no distrito de Braga. A Câmara Municipal de Lisboa assegurou previamente a montagem e logística de toda a operação.
No domingo, mobilizou para o apoio aos eleitores e às mesas de voto cerca de 120 funcionários municipais, sempre em estreita colaboração com os serviços da administração Eleitoral da SG MAI. O vereador Diogo Moura, responsável pela operação, destacou a “normalidade” com que decorreu o ato eleitoral. Igualmente, não houve “incidentes nem filas”, pois houve uma mesa de voto para cada 270 eleitores (contra 400, na anterior votação). Por outro lado, garantiu que “a CML tudo fez no sentido de garantir a segurança, a regularidade, a transparência e a eficácia do processo eleitoral do voto antecipado em mobilidade AR 2024″.
